Lideranças e comunidades indígenas de aldeias de Bertioga e Angra dos Reis interditaram e promoveram protestos, nesta segunda-feira (9), em trechos da rodovia Rio-Santos, contra o projeto de lei 2.159/2021, apelidado de “PL da Devastação”.
Em Bertioga, o protesto teve início às 9 horas e foi liderado pelo cacique cacique Adolfo Timóteo Wera Mirim, da aldeia do Rio Silveira. Os indígenas bloquearam o km 189,4, em Boraceia e, em seguida, fizeram uma passeata pacífica ao longo da rodovia. A polícia rodoviária e o DER estiveram no local.
Em Angra dos Reis, portando faixas e cartazes, cerca de 300 indígenas interditaram a Rio-Santos, por volta das 6h30 da manhã. A paralisação ocorreu nos quilômetros 520 (sentido São Paulo) e 521 (sentido Rio de Janeiro), no trecho que dá acesso ao complexo nuclear, em Itaorna, localizado na altura de Praia Brava.
Os indígenas portavam cartazes pedindo que os senadores respeitem a constituição. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a rodovia ficou totalmente interditada e, a partir das 10h30min, o trânsito passou a fluir no sistema pare e siga. O tráfego voltou ao normal após às 13 horas. Participaram da manifestação, cerca de 300 indígenas guarani, tupi-guarani e pataxó vindos de 14 aldeias nos estados do Rio e de São Paulo.
PL da Devastação
O movimento indígena se mobiliza por todo o Brasil contra a proposta, que, segundo as lideranças, representa um grave retrocesso na política de demarcação de terras indígenas no Brasil. O projeto aprovado pelo Senado simplifica as permissões para a construção de viadutos, pontes, hidrelétricas, barragens e postos de combustíveis, além de deixar de exigir o licenciamento ambiental para práticas de agricultura tradicional e atividades de pecuária de pequeno porte exceto em territórios indígenas já demarcados e de comunidades quilombolas com titulação reconhecida.