A prefeitura de Ilhabela, no Litoral Norte Paulista, deve publicar nos próximos dias um decreto com medidas de contenção de despesas devido a uma queda na arrecadação de royalties, que estaria impactando diretamente o orçamento municipal. Diante da situação, o prefeito Toninho Colucci (PL) já estaria preparando as medidas necessárias para o enfrentar a queda na receita do município. A informação é do portal Tribuna do Povo, de Ilhabela.
Segundo apurou o portal, devido a diversos fatores globais que influenciam no preço e produção do petróleo, observou-se que no primeiro bimestre de 2025, uma queda de 47,3% na arrecadação de royalties em Ilhabela. Em janeiro e fevereiro, a previsão da prefeitura local era receber R$ 104,3 milhões, mas apenas R$ 54,9 milhões foram efetivamente arrecadados no bimestre.
Em entrevista concedida ao portal Tribuna do Povo, o prefeito Toninho Colucci adiantou que deverá conter os gastos. “A queda dos royalties vai nos obrigar a adotar medidas difíceis para manter a cidade funcionando. Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para garantir que a cidade continue oferecendo os serviços de qualidade necessários a população”, afirmou.
A queda na arrecadação dos royalties deverá prejudicar a arrecadação de R$ 1,096 bilhão para 2025, conforme previsto no orçamento. Segundo a prefeitura, R$ 456,4 milhões da arrecadação seriam provenientes dos royalties do petróleo, representando 41,6% da receita total.
O portal também entrevistou o secretário municipal de Gestão Financeira de Ilhabela, Luís Henrique Homem. “Estamos diante de um cenário crítico. A arrecadação dos royalties despencou quase pela metade, e não há outra alternativa senão cortar despesas. O município precisa agir com responsabilidade para evitar um colapso financeiro irreversível”, afirmou .
Segundo a prefeitura de Ilhabela, a redução na arrecadação de royalties estaria diretamente ligada à queda dos preços de referência utilizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) nos últimos dois anos, reflexo da volatilidade do mercado internacional do petróleo e da desvalorização do dólar frente ao real. A queda nos preços do barril de Brent, fortemente influenciada pelo excesso de oferta global de petróleo, as estratégias da OPEP e o aumento da produção de petróleo de xisto nos EUA, têm afetado diretamente os repasses aos municípios que dependem dessa fonte de receita.