Vídeo: Tubarões-martelo são avistados em Alcatrazes na costa sul de São Sebastião

 

Exemplares do tubarão-martelo foram avistados na manhã de quarta-feira, dia 27,  no arquipélago de Alcatrazes,  a cerca de 15 quilômetros das praias da costa sul de São Sebastião, no litoral norte paulista. 

Os tubarões foram avistados por agentes do ICMBio Alcatrazes que trabalham na unidade de conservação situada a 30 quilômetros de São Sebastião e a 15 quilômetros de praias como Barra do Una, na costa sul. 

Os agentes postaram as imagens no Instagram. Segundo eles, os animais foram vistos durante   e uma das saídas da equipe que fiscaliza e monitora o arquipélago. 

O registro foi considerado importante pelos agentes do ICMBio Alcatrazes. Segundo eles, “ É de extrema importância a presença de predadores de topo na unidade”.

Os agentes comentaram ainda que “ esses encontros só são possíveis graças a um trabalho árduo de conservação que vem sendo realizado durante anos em Alcatrazes. É uma alegria imensa para toda equipe ver os resultados de tanta dedicação”.

Tentamos contato com o ICMBio Alcatrazes por telefone durante boa parte da manhã desta quinta-feira(28),mas não conseguimos conversar com os agentes. Ninguém atendia o telefone do escritório. Estamos tentando contato por e-mail.

O portal gostaria de saber quais espécies de tubarão frequentam Alcatrazes, se eles vão até lá em busca de alimento, se os animais podem se aproximar da praias, enfim, informações de interesse dos leitores. Se o ICMBio enviar algumas informações iremos anexa-las ao texto original desta reportagem.

Confira as imagens postadas pelos agentes do ICMBio Alcatrazes:

Tubarão-martelo

 

Existem várias espécies de  tubarão-martelo que pode medir entre 0,9 até 6 metros de comprimento e pesar de 3 a 500 kg.

Sua principal característica consiste na cabeça em forma de T, semelhante à um martelo, na qual seus olhos encontram-se espaçados em cada uma das extremidades. 

A visão seria, inclusive, a principal razão evolutiva pela qual estes animais apresentam um crânio tão peculiar: seu formato permitiria aos tubarões-martelo enxergar acima e abaixo de si mesmos, promovendo uma visão 360º do ambiente marinho. 

Estes peixes apresentam boca pequena, localizada na parte inferior do crânio, e dentes triangulares e serrilhados. O tubarão-martelo também caracteriza-se por duas nadadeiras dorsais (sendo a primeira maior do que a segunda), dorso acinzentado e barriga esbranquiçada.

Estes animais têm preferência por águas rasas e quentes, habitando recifes de corais, mas podem ser encontrados em até 80 metros de profundidade.

Entre as presas consumidas pelo tubarão-martelo estão as raias – seu alimento preferido, cuja caça é possibilitada pela visão, formato da cabeça e ampolas de Lorenzini-, peixes (com destaque para garoupas, bagres e pequenas espécies da família Carangidae), lulas, polvos e alguns crustáceos. 

Em relação à reprodução, pouca informação encontra-se disponível sobre os hábitos destes peixes. Vivíparos, os tubarões-martelo reproduzem-se uma vez ao ano, e suas gestações têm duração entre 10 e 11 meses. O número de embriões gerados está diretamente relacionado ao tamanho da fêmea: quanto maior o animal, mais filhotes de tubarão nascem.

*Informações do site Info Escola

Alcatrazes

 

 

O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes), criado em 2016, é uma unidade conservação (UC) federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

O Refúgio de Alcatrazes fica no litoral norte do estado de São Paulo, no município de São Sebastião, e abriga mais de 1300 espécies, 100 delas sofrem ameaça de serem extintas. Possui também o maior ninhal de Fragatas (Fregata magnificens) do Atlântico Sul e é área de alimentação, reprodução e descanso para mais de 10 mil aves marinhas.

Nas águas de Alcatrazes está a maior quantidade de peixes do Sudeste do Brasil, das mais variadas formas e cores, que lá encontram o ambiente ideal para reprodução e crescimento.

A visitação pública ao Refúgio de Alcatrazes pode ser realizada somente com empresas e condutores autorizados pelo ICMBio. 

 

 Visita Embarcada

Ida ao Refúgio de Alcatrazes com objetivo de apreciação da beleza cênica e da biodiversidade, e experiência de contato com o ambiente natural, podendo haver paradas para mergulho de flutuação (snorkeling), observação da fauna e registro de imagens. O Refúgio de Alcatrazes é área de ocorrência de baleias, golfinhos e aves marinhas.


Outros animais também podem ser observados durante a visita, a exemplo da tartatuga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e peixes que nadam na superfície como o peixe-lua (Mola mola) e o tubarão-martelo (Sphyrna lewini).

 

Mergulho Autônomo

Mergulhos para contemplação do ambiente marinho submerso, podendo ser livre ou com equipamentos SCUBA, geralmente com boa visibilidade (de 5 a 30 metros dependendo da época do ano) e grande biodiversidade marinha e de ambientes.


Existem 10 pontos para mergulho autônomo do Refúgio de Alcatrazes, que variam em termos de profundidade, grau de dificuldade e características dos ambientes. 

Ataque em Ubatuba

No dia 3 de novembro de 2021 um banhista sofreu um ataque de um tubarão na praia do Lamberto, na região sul de Ubatuba. Teria sido o primeiro ataque de tubarão registrado na região nos últimos 30 anos.

O suposto ataque de tubarão teria ocorrido na manhã do dia 3, uma quarta-feira, quando um turista francês, cujo nome  não foi divulgado, teria sido mordido numa das pernas por um peixe desta espécie quando nadava nas águas tranquilas da praia do Lamberto, que fica próxima ao Saco da Ribeira.

O turista francês, que estava acompanhado da família,  teria sido “mordido” pelo tubarão na perna direita. Assustado,  ele teria deixado o mar e levado para atendimento na santa casa de Ubatuba. Lá, teria contado aos atendentes, que os ferimentos teriam sido causados por um tubarão. Ele foi medicado e se recuperou bem.

O suposto ataque de tubarão se espalhou pela cidade através das redes sociais. O oceanógrafo Hugo Gallo, presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba, recebeu as fotos dos ferimentos provocados na perna do turista francês e encaminhou para especialistas avaliarem.

Inicialmente, o suposto ataque de tubarão foi descartado, boa parte dos pesquisadores consultados acreditavam que o turista poderia ter sido atacado por uma moréia, mas o caso teve uma reviravolta alguns dia depois, quando o doutor-professor da UNESP, Otto Bismarck, o maior especialista em tubarões no país, afirmou que, após ver as fotos e saber detalhes do ataque com o turista, confirmou que os ferimentos teriam sido causados por uma mordida de tubarão.

 

Segundo Gallo, em um primeiro momento, apenas com as fotos divulgadas inicialmente não teria sido possível identificar o animal causador das lesões na perna do turista francês.

Gallo destacou que somente após contato feito com a família do turista francês teria sido possível obter mais fotos e informações detalhadas sobre o acidente, que foram enviadas para o Prof Dr Otto Bismarck, da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus São Vicente, especialista em tubarões para ajudar na avaliação.

Com as novas imagens e detalhes, Bismarck conseguiu identificar que as lesões são compatíveis com a mordida de um tubarão. De acordo com Bismarck, ainda seriam analisadas outras imagens para se ter mais informações sobre as características do animal e as condições que causaram o ferimento.

Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta e diretor do Aquário de Ubatuba, várias espécies de tubarões ocorrem na região, mas até então não se tinha conhecimento de registros de acidentes envolvendo banhistas nos últimos trinta anos. Segundo ele, na época, tratava-se de uma situação isolada, que não deveria causar preocupação na população.

Oficialmente, o último ataque desta espécie de peixe no Litoral Paulista, ocorreu em Bertioga, em fevereiro de 2003. A vítima foi um garoto de 13 anos, Geílson Alves Bezerra quando ele surfava na praia de Guaratuba.

A confirmação de que o menino tinha sido atacado por um tubarão foi comprovado pelo pesquisador Otto Bismarck, que avalia o ataque sofrido pelo turista francês está semana em Ubatuba. Em 2003, Bismarck após visitar o garoto no hospital e ver os ferimentos, confirmou que as características da lesão revelavam tratar-se de uma “abocanhada” de tubarão.

Ele explicou, na ocasião, que “o ferimento causado por um animal destes(tubarão) é irregular, não tem um formato simples, não é simétrico e, muitas vezes, traz perfurações individuais de dentes”. O garoto foi mordido em uma das coxas pelo tubarão, passou vários dias internado em um hospital de Santos e se recuperou.

Tubarões

Sobre a existência ou não de tubarão na costa do Litoral Norte, entrevistei em 2019 o pesquisador científico Dr. Alberto Ferreira Amorim, um dos mais renomados do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo e os oceanógrafos Júlio Cesar Avelar e Hugo Gallo.

O doutor Amorim informou que o tubarão habita a nossa costa, vive nas ilhas da região e, também, no raso, mas que o animal não ataca o homem. Amorim disse ainda que, o tubarão reage quando importunado ou atacado. Segundo ele, na época, “ataque a banhista, na costa do Litoral Norte é uma raridade”.

O professor esclareceu que não existe diferença entre tubarão e cação. “Quando capturam um cação tigre ou tintureira, na verdade, capturaram um tubarão. Esses peixes (cação grande) possuem dentes parecidos com um serrote. Algumas espécies são bem agressivas.”, alertou.

O oceanógrafo Hugo Gallo, do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, explicou que existem tubarões sim no litoral norte de SP e muitas vezes são pescados e vendidos no mercado com o nome de cação. Ele comentou que “muita gente já comeu tubarão e nem sabe”.

O oceanógrafo Júlio Avelar, que conhece profundamente o Litoral Norte, explica que  “Tubarão é um termo genérico. O cação que você compra na peixaria é um tubarão. Segundo ele, existem muitas espécies, de variados tamanhos, alguns agressivos, mas a maioria não. Algumas espécies já estão ameaçadas de extinção.

 

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