Caraguatatuba(SP) registra a primeira morte por dengue em 2024

Litoral Norte contabiliza 12.907 casos confirmados, quatro mortes e outros seis óbitos em São Sebastião e Ilhabela ainda em investigação; em Caraguatatuba, suspeita de dengue superlota UPAs e hospitais(Foto) 

 

Caraguatatuba, a maior cidade do Litoral Norte Paulista, registrou esta semana a primeira morte por dengue em 2024. É a quarta morte pela doença registrada este ano na região, que tem outras seis mortes suspeitas pela doença, ainda em investigação. 

A primeira morte por dengue na cidade consta no Painel de Monitoramento dos casos de dengue no Estado de São Paulo, a partir das informações enviadas pela Diretoria Regional de Saúde(DR-17) da região. A prefeitura ainda não divulgou a idade, sexo e bairro onde residia a pessoa que veio a óbito por dengue. A cidade registra 4.254 casos, tem outros 62 em investigação e uma morte pela doença. 

Segundo a prefeitura, dados divulgados pela Organização Social João Marchesi, responsável pela administração das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Centro, Sul e Norte, apontam um crescimento de 100% no número de atendimentos nas últimas semanas devido ao aumento de casos suspeitos de dengue, Covid-19 e gripe.

Ainda, de acordo com a prefeitura, normalmente, as três UPAs do município registram, em média, entre 800 e 1.000 fichas abertas por dia. Com a epidemia de dengue, os casos de virose e doenças respiratórias, esse número chegou a 2 mil fichas abertas por dia, números parecidos com a época da pandemia da Covid-19. Segundo a  prefeitura, mais de 25% dos pacientes que procuram as UPAs são de outros municípios.

No Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, por exemplo, a taxa de ocupação dos leitos já chega a 100% nas vagas de UTI, 80% de Clínica Médica e 80% de Pediatria. Além disso, segundo a direção do HR, somente no mês de março foram encaminhados 40 pacientes de vaga zero (recurso essencial para garantir acesso imediato aos pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso, devendo ser considerada como situação de exceção e não uma prática cotidiana de atenção às urgências) de clínicas médicas.

Além das cidades do Litoral Norte, o Hospital Regional de Caraguatatuba tem recebido pacientes do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Vale Histórico, superlotando ainda mais os leitos. A DR-17 (Diretoria Regional de Saúde), que atende os municípios da região é a que tem o maior número de casos de dengue do Estado de São Paulo e, muitos deles, estão sendo transferidos ao Litoral Norte.

Situação semelhante ocorre com os leitos de UTI e Enfermaria da Casa de Saúde Stella Maris, principal unidade de retaguarda do município. A taxa de Enfermaria está com 103% de ocupação, ou seja, acima da capacidade. E a UTI atingiu também 100% de ocupação.

Desde o dia 17 de abril, Caraguatatuba montou um esquema especial com aumento de 76% no número de médicos 24 horas nas UPAs, passando de 17 para 30. Além disso, no prédio da UPA Central, a Secretaria de Saúde abriu no primeiro andar mais duas Alas de Atendimento, sendo uma de Hidratação Adulta e outra de Acomodação Pediátrica.

Outra ação desenvolvida foi a implantação de uma carreta que fica em frente a UPA Central e que servirá de espaço para triagem de pacientes, principalmente aqueles com sintomas de dengue. Foram adquiridos novos equipamentos para análise de exames e, com isso, agilizar o tempo resposta para os diagnósticos clínicos dos pacientes.

Litoral Norte

As cidades do Litoral Norte Paulista registram 12.907 casos de dengue e tem 225 casos ainda em investigação. Quatro pessoas já morreram pela doença, três delas em Ubatuba e uma em Caraguatatuba. Outras seis supostas  mortes por dengue  ainda estão sendo investigadas: quatro delas em São Sebastião e outras duas, em Ilhabela. 

Das 12.907 pessoas que contraíram dengue na região, 75 delas apresentaram sintomas de dengue com alarme e outras 13 com sintomas de dengue grave. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde e foram contabilizados em cada uma das cidades da região até este sábado, dia 4. 

Ubatuba com 3.990 casos confirmados é a cidade com o maior número de mortes por dengue na região, três. Existem outros 54 casos suspeitos da doença ainda em investigação. A cidade ainda registra sete casos de Chikungunya.

Em São Sebastião, são 2.840 casos confirmados e outros 90 ainda em investigação, A cidade tem quatro mortes suspeitas pela doença ainda em investigação. Ilhabela tem 1.823 casos confirmados, outros 19 em investigação e ainda duas mortes suspeitas pela doença também sendo investigadas.  

Alerta

Em meio à alta dos casos de dengue no estado, a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde, Tatiana Lang D’Agostini, fez um alerta na última quinta-feira sobre os principais cuidados para prevenção da doença. 

 

“A principal forma de se proteger é a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que é responsável pela transmissão do vírus da dengue, Zika e Chikungunya. É importante que toda a população tire pelo menos 10 minutos da sua semana para avaliar o quintal e eliminar qualquer local que possa ser um potencial criadouro do mosquito”, afirma.

 

Para aqueles que já contraíram a dengue, a diretora afirma que a hidratação é a principal recomendação para evitar um agravamento do quadro clínico. Ela atenta para os principais sintomas da doença. “É importante estar atento a alguns sinais e sintomas de alerta que possam aparecer, como dores abdominais, vômito e até mesmo sangramento nasal e na gengiva”, explica Tatiana. A vacinação contra a dengue está disponível em 264 cidades do Estado de São Paulo para o público de 10 a 14 anos.

 

Febre amarela

 

A gestão paulista também ressalta a importância da população para o risco de contaminação por Febre Amarela, após o estado registrar, no último dia 29 de março, o primeiro óbito confirmado pela doença em 2024.

 

O caso foi em um homem, de 50 anos, morador de Águas de Lindóia e que se deslocava também pela região de Monte Sião em Minas Gerais. Além disso, um caso foi identificado na zona rural de Serra Negra, envolvendo um homem de 28 anos, que estava vacinado e se recuperou completamente. A Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica de SP, Tatiana Lang, reforça que a vacinação é a principal forma de se proteger da febre amarela. 

 

“A vacina está disponível em todos os postos de saúde do Estado de São Paulo no calendário básico de vacinação: para crianças em duas doses – aos nove meses e também aos quatro anos – e para toda a população adulta, em uma única dose para a vida”, explica. Até o último dia 22 de abril, em todo o território estadual, a cobertura vacinal contra Febre Amarela era de 68,47% para crianças menores de um ano.

 

Importante lembrar que, em 2018, devido aos inúmeros casos da doença, o Ministério da Saúde adotou o fracionamento de doses da vacina contra a febre amarela em três estados: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A medida foi recomendada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como uma das estratégias de imunização, por ser um caso de emergência. Quem se vacinou, na época, com a dose fracionada, precisa realizar uma nova vacinação após um intervalo de oito anos.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *