Jovem vai a júri popular em Ubatuba acusada de planejar a morte do pai

A jovem Isabela de Oliveira Toledo, de 23 anos, será levada a júri popular nesta quinta-feira(10), em Ubatuba. Isabela e seu namorado Leandro Ricardo Maximiano, de 27 anos, são acusados de planejarem a morte do advogado Luciano Pedroso de Toledo, de 43 anos, ocorrida no dia 7  de  novembro de 2018. O julgamento está previsto para começar às 14 horas. Os dois negam participação no crime. O julgamento de Leandro ainda não foi marcado.

 

 

Toledo, pai de Isabela, foi assassinado com seis tiros, quatro deles na cabeça, em sua casa no bairro Estufa I, em Ubatuba. Os dois, na época do crime, com 19 e 24 anos, respectivamente, foram denunciados por planejarem a morte de Toledo. Isabela e Leandro foram indiciados por homicídio qualificado. A pena mínima prevista para este tipo de crime é de 12 anos. Os dois negam a participação no crime.

 

Casa no bairro da Estufa I onde o advogado foi assassinado

 

 

Isabela está presa na penitenciária feminina de Tremembé, em Taubaté, desde o dia 8 de novembro de 2018. O caso dela lembra muito o de Suzane Richthofen, condenada por mandar matar seus pais Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen, em 2002. O casal foi assassinado pelos irmãos Daniel (namorado de Suzane) e Cristian Cravinhos. Os três foram condenados.

 

 

Assim como Suzane, Isabela é acusada de ter repassado todas as informações sobre a rotina do pai à Leandro, que teria repassado essas informações aos executares do advogado. Isabela que morava com o pai, estava fora da casa no dia do crime. Ela chegou a acionar parentes para que entrassem na residência para ver o que estaria ocorrendo. Um tio pulou o muro e encontrou Toledo morto na sala da residência.  Após a morte do pai, Isabela passou a noite na casa do namorado.

 

 

Defesa

 

 

A defesa de Isabela será feita por cinco advogados. O advogado Clayton Araújo Pereira, que assumiu o caso em 2018, alegou que a defesa manterá a tese de que a jovem não teve nenhuma participação na morte do pai.

 

“Não existem evidências de que ela e o então namorado estiveram no local do crime, na residência do pai dela.  A motivação do crime teria sido um assalto que ele sofreu”, argumentou.

 

Sobre o fato dela ter confessado o planejamento da morte em seu primeiro depoimento na delegacia no dia 8 de novembro de 2018, Clayton alega que Isabela não teve direito a defesa técnica, ou seja, não teria havido intimação, ela não teria sido orientada de que poderia ficar calada, pois tudo que falasse poderia ser utilizado contra ela e nem contou com a presença de um advogado.

 

Segundo ele, esse depoimento seria nulo. “No primeiro depoimento na delegacia, Isabela estava abalada com a morte do pai, pois tinha visto o pai morto. No segundo depoimento, mais tranquila e acompanhada de um advogado, ela negou qualquer participação no crime.

 

Clayton disse que os advogados vão apresentar à Isabela algumas teses de defesa e caberá a ela decidir qual delas será apresentada aos jurados. Existe a possibilidade, segundo o advogado de defesa, de Isabela apresentar outras versões em seu depoimento aos jurados.

 

Depoimentos

 

Presos no dia seguinte ao crime, Isabela, filha única de Toledo e o namorado dela, Leandro, chegaram a confessar que planejaram a morte de Toledo e que contrataram uma pessoa para executar o advogado. Isabela contou em sua versão que teria feito isso por vingança depois de uma série de abusos sexuais que teria sofrido do pai desde os nove anos. Nos depoimentos, os dois não informaram o nome da pessoa que tinham contratado.

 

Isabela e Leandro permaneceram presos, mas em um segundo depoimento, mudaram as declarações que haviam dado à polícia civil no dia 8 de novembro. No dia 28 de dezembro, ao depor novamente, Isabela negou que era violentada pelo pai e disse que Leandro na madrugada do dia do crime teria confessado a autoria. Ela alegou que jamais pensou ou desejou matar o seu pai.

 

Leandro em seu segundo depoimento no dia 2 de janeiro de 2019, também negou tudo o que havia falado anteriormente. Ele optou em ficar em silêncio, alegando apenas que não foi ele quem planejou e nem foi o autor da morte de Toledo. Contou ainda que não teria conhecimento se Isabela teria contratado alguém para matar o pai. Finalizou dizendo que era muito amigo de Toledo.

 

Na época do crime, uma testemunha mantida em sigilo revelou a suposta participação de dois jovens J.A.G.S e L.F.C. como autores do crime. Os dois teriam sido vistos em uma moto preta, ambos com capa de chuva, nas proximidades da residência do advogado. Foi expedido mandado de prisão contra os dois, mas eles deixaram o bairro Vale do Sol, em Ubatuba, e nunca mais foram vistos. Os dois tinham passagem por crime de roubo, tráfico de drogas e associação criminosa.

 

Toledo foi executado na sala de sua residência. Nada foi levado da vítima e nem da residência. A arma do crime também nunca foi encontrada. Existe ainda a suspeita de que o crime possa ter sido supostamente praticado por interesses financeiros, já que a filha era a única herdeira do pai.  A decisão do júri deve sair ainda nesta quinta-feira(10).

 

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