Novo fórum de Caraguatatuba, “inaugurado” em 2022, ainda depende de readequações para entrar em funcionamento

Obras iniciadas em 2012, ficaram paralisadas, depois retomadas em 2014  depois em 2018, sendo concluídas em 2022, mas o prédio ainda precisa de readequações para ser assumido pelo Tribunal de Justiça e entrar em funcionamento

 

Por Salim Burihan

 

 

As obras de construção do novo Fórum de Caraguatatuba, localizado no bairro do Indaiá, orçadas em R$ 17 milhões, foram iniciada em 2012 e finalizadas em 2022, mas o prédio até hoje não está sendo utilizado. O NP (Notícias das Praias) apurou que ainda há pendências construtivas a serem regularizadas para que o prédio possa ser recebido definitivamente pelo Tribunal de Justiça.

 

 

O novo prédio do Fórum de Caraguatatuba, foi construído em uma área de 5 mil metros quadrados, doados pela prefeitura do município, para sediar cinco varas judiciais, com seus respectivos cartórios, além de áreas destinadas ao Ministério Público, OAB, Defensoria Pública e a administração forense.

 

 

O novo prédio fica no bairro Indaiá, na Avenida Rio Grande do Sul, 1681, em frente ao Hospital Santos Dumont. O prédio tem três pavimentos, foi inaugurado em  6 de dezembro de 2022, mas até hoje, não está sendo utilizado. Segundo consta, ainda existem alguns procedimentos necessários para readequação do prédio e definir o funcionamento completo do novo fórum.

 

 

O novo fórum é considerado fundamental para Caraguatatuba, pois o prédio antigo estava defasado e não atendia mais às necessidades da crescente população e do aumento do número de processos. Com o novo prédio, a cidade terá condições de oferecer um melhor atendimento aos usuários e aos profissionais do judiciário.

 

 

Em janeiro deste ano, o prefeito de Caraguatatuba, Mateus Silva, se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Fernando Torres Garcia,  para tratar dos procedimentos necessários para readequação do prédio e definir o funcionamento completo do novo fórum. Por enquanto, o prédio permanece sem ser utilizado e, aparentemente, abandonado.

 

 

O Notícias das Praias entrou em contato com o Tribunal de Justiça e, também, com a Secretaria de Justiça e Cidadania do estado de São Paulo para saber o que estaria correndo ou quais são as adequações necessárias para que o novo prédio entre em funcionamento.

 

 

O Tribunal de Justiça, através d sua assessoria de Imprensa, sugeriu que procurássemos a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, órgão do Poder Executivo responsável pela construção de fóruns no Estado.

 

 

O TJSP informou ainda que acompanha a evolução da obra do novo fórum de Caraguatatuba, mas ainda há pendências construtivas a serem regularizadas para que o prédio possa ser recebido definitivamente pelo Tribunal.

 

 

Segundo o TJ, o Decreto Estadual nº. 69.449/25, que recentemente aprovou estrutura organizacional da Secretaria da Justiça, dispõe, no artigo único da Disposição Transitória, que “as construções, ampliações e reformas dos fóruns do Poder Judiciário estadual, em fase de licitação ou cujas obras tenham sido iniciadas pela Secretaria da Justiça e Cidadania antes da entrada em vigor deste Decreto, serão concluídas pela pasta“.

 

 

A Secretaria de Justiça e Cidadania do estado de São Paulo respondeu apenas que a demanda deve ser encaminhada ao Tribunal de Justiça de São Paulo, ou seja, que o assunto deve ser tratado diretamente com o TJ.

 

 

O atraso no funcionamento do novo fórum gera reclamações por parte dos moradores. “O que está impedindo o uso desse moderno e importante imóvel para nossa cidade. E quando “inaugurado” o atraso da entrega já estava com mais de 5 anos. Atraso sobre atraso de um bem público, seja estadual ou municipal é um bem público, construído com nossos impostos. Acompanho essa obra pública desde os trabalhos de sondagem do solo e dos diversos momentos de paralizações da mesma. Será que teremos uma justificativa oficial do atraso do funcionamento?”, questionou o ex-vereador Rodoaldo Fachini.

 

 

O NP esteve no prédio nesta sexta-feira, dia 6, encontrando a portão principal aberto e muito mato no local. Não foi encontrada nenhuma empresa de segurança patrimonial preservando ou tomando conta do prédio.  Notamos alguns moradores em situação de rua, sentados na calçada do prédio.

 

 

O suposto abandono do prédio preocupa os moradores vizinhos. “Uma bela obra pública, infelizmente, abandonada. Nossa preocupação é que devido a falta de segurança o prédio possa ser usado por moradores em situação de rua e usuários de drogas”, comentou um dos vizinhos, que preferiu não se identificar.

 

 

 

 

Relembre

 

 

As obras de construção do novo Fórum de Caraguatatuba, localizado no bairro do Indaiá, orçadas em R$ 15 milhões, foram iniciada em 2012,paralisadas por alguns anos, retomadas em  2018 e finalizadas em 2022, mas o prédio até hoje não está sendo utilizado.

 

O empreendimento tem três pavimentos e a área de construção soma mais de 5 mil m², terreno doado pela Prefeitura. O prédio possuirá condições de abrigar cinco varas e seus respectivos cartórios, além de áreas destinadas ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e a administração forense.

 

Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado, o investimento custou em torno de R$ 15 milhões. O prédio chegou a ser “inaugurado” em 2022, mas até hoje, não entrou em funcionamento.

 

A construção do prédio, no bairro do Indaiá, em área cedida pelo município, foi iniciada em 2012, mas ficou paralisada até 2014. A empreiteira vencedora da licitação abandonou a obra e uma nova foi contratada para a conclusão.

 

Em 2018, o Estado contratou a JHD Construções e Comércio Ltda para retomar as obras, com a previsão de conclusão em 18 meses, ou seja, em abril de 2020, o que não acabou ocorrendo.

 

Na ocasião, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado, a empresa teria sido prejudicada pelos altos índices pluviométricos e de novas adequações físico / financeiras da obra.

 

Após o novo atraso, o Estado pretendia concluir a obra em 1º de novembro de 2020, o que também não foi possível. O prédio ficaria finalizado em 2022, mas permanece sem ser ocupado devido as pendências construtivas a serem regularizadas para que o prédio possa ser recebido definitivamente pelo Tribunal.

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