Ilhabela, que tem 36 mil habitantes, recebeu 562.488 veículos, uma média de 6.540 carros por dia e cerca de 1 milhão de pessoas, nos 86 dias da temporada de verão 2024/2025.
Por Salim Burihan
O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (Foto), em entrevista concedida na última quinta(24), ao Jornal da Morada FM, emissora de São Sebastião, adiantou que pretende limitar a entrada de veículos na ilha e retomar a cobrança da TPA (Taxa de Preservação Ambiental) a partir da concessão do serviço de travessia de balsa entre São Sebastião e Ilhabela sancionada esta semana pelo Governo do Estado.
Colucci elogiou o modelo de concessão da travessia por 30 anos iniciado pelo Estado. Ele disse que tem conversado com a secretaria Natália Resende, da Semil, sobre a necessidade de se limitar a quantidade de veículos na travessia entre São Sebastiao e Ilhabela.
“Ilhabela não comporta mais a quantidade de veículos que vem recebendo em feriados prolongados e na temporada de verão. Temos um sistema viário restrito e carros de mais na ilha inviabiliza a cidade. No feriado passado, teve momentos que parou tudo. Quando os veículos chegavam pela balsa já estava tudo congestionado”, comentou.
Colucci lembrou que investe em obras viárias desde 2012, quando duplicou a avenida Princesa Isabel, com ciclovia e calçada, abrindo novas ruas e o recente alargamento da SP-131, única rodovia estadual da ilha, mas que mesmo assim, no feriado, em alguns horários, o trânsito ficou totalmente congestionado.
“Temos que, através da balsa, criar um fator limitante. Ele defende um limite no número de entrada de veículos por dia na travessia, liberando a entrada de pessoas a pé. A limitação no número de entrada de veículos na ilha, segundo ele, deverá ser debatido com a população local”, adiantou.
Ilhabela tem cerca de 36 mil habitantes. Nos feriados prolongados, a população da cidade chega a triplicar, devido a presença de turistas. Segundo o Estado, a travessia São Sebastião/Ilhabela, nos 86 dias da temporada de verão 2024/2025, transportou mais de 1,15 milhão de usuários, incluindo 562.488 veículos e 593.073 pedestres e ciclistas. Ou seja, Ilhabela recebeu ao longo da temporada de verão, uma média de 6.540 veículos por dia.
Segundo os dados da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil-SP), a operação registrou um aumento geral de 12% do volume transportado, com destaque para o crescimento de 53% no número de caminhões, mesmo com as restrições impostas pela SEMIL nos dias e horários de maior demanda de usuários. O tempo de embarque também melhorou, com 75% das travessias ocorrendo em até 30 minutos no período de maior demanda. Além disso, houve uma redução de 17% na média dos tempos máximos de embarque, representando 18 minutos a menos de espera para os usuários.
Como objetivo de reduzir o número de veículos nas ruas e avenidas da cidade, Colucci implantou em 2024, o Aquabus no sistema de transporte aquaviário da cidade, administrado pela Empresa: Vilhena Serviços LTDA. São quatro embarcações, com capacidade para 65 pessoas, com acessibilidade total, ar-condicionado, telas com conteúdo informativos e operacionais e coletes salva-vidas. As embarcações operam das 9 às 20 horas, com embarque e desembarque nos píeres da Píer da Praia Grande, Perequê, Engenho D’Água e da Vila.
TPA
Colucci também adiantou que a partir da concessão da travessia São Sebastião/Ilhabela, pretende retomar a cobrança da TPA (Taxa de Preservação Ambiental), instituída em 2007 pelo então prefeito Manoel Marcos e suspensa desde junho de 2020. Município arrecadava cerca de R$ 3 milhões anuais com a taxa.
“Queremos usar a taxa como fator limitante da entrada de carros na ilha. Vamos limitar e controlar. Estamos com nossas ruas lotadas de carros. Os alargamentos de avenidas e ruas, executados pela prefeitura, serve atualmente para o estacionamento dos veículos”, comentou.
A cobrança da TPA em Ilhabela foi suspensa em 2020. A prefeitura chegou a abrir o processo licitatório, com previsão de arrecadação, a partir de 2021, de R$ 4,8 milhões anuais. A licitação, no entanto, não avançou, foi suspensa por tempo indeterminado, devido aos pedidos de impugnação por parte de empresas participantes.
Em Ilhabela, primeira cidade do Litoral Paulista a implantar a cobrança da taxa, a TPA era lançada e arrecadada em cabines da prefeitura instaladas nos acessos ao terminal de embarque da travessia de balsa. O pagamento era feito quando os veículos deixavam a Ilha. Apenas carros com placas de Ilhabela e São Sebastião eram isentos do pagamento da taxa.