A 2ª Vara Cível da Comarca de Angra dos Reis revogou a liminar obtida pela Eletronuclear em mandado de segurança que autorizava a retomada das obras de Angra 3. Com a decisão, as obras de Angra 3 foram paralisadas. Foto da Usina de Angra 3/ Eletrobrás
A prefeitura de Angra dos Reis embargou em abril deste ano a obra da usina nuclear de Angra 3. O motivo para a paralisação da construção, segundo a prefeitura, foi a mudança de projeto urbanístico de Angra 3, que ficou em desacordo com a proposta inicialmente aprovada pelo governo do município.
A Eletronuclear obteve uma liminar para dar continuidade na obra, mas nesta quarta-feira(13), a liminar foi cassada pela 2ª Vara Cível da Comarca de Angra dos Reis e a obra interrompida.
A Eletronuclear informou em nota oficial distribuída à imprensa, que recorrerá da decisão na Justiça e administrativamente junto à prefeitura de Angra. No momento, a construção da usina está paralisada. A companhia defende a continuidade das obras, que foram incluídas recentemente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Segundo a companhia, unidade após sua conclusão irá operar com alto grau de confiabilidade e ajudar a garantir segurança de abastecimento para o sistema elétrico brasileiro. A geração da planta será suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas.
Ainda, segundo a Eletronuclear, com a entrada de Angra 3 em operação, a energia gerada pela central nuclear de Angra será equivalente a, aproximadamente, 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e 3% do consumo do Brasil.
A companhia alega ainda que a usina também vai diversificar a matriz elétrica e reduzir os custos totais do Sistema Interligado Nacional (SIN), na medida em que substituirá a energia mais cara de térmicas que é frequentemente despachada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo a Eletronuclear, a unidade vai gerar energia limpa, pois usinas nucleares não emitem gases responsáveis pelo efeito estufa, ao contrário das termelétricas movidas a combustíveis fósseis. Angra 3 terá impacto ambiental mínimo.
Outro ponto relevante, segundo a companhia, é sua proximidade aos principais centros de consumo do país, o que contribuirá para evitar congestionamentos nas interligações entre os subsistemas. A construção da usina também é fundamental para dar escala a toda a cadeia produtiva do setor nuclear brasileiro, da produção de combustível à geração de energia.
A Eletronuclear informa que o empreendimento representará a criação de cerca de 7 mil empregos diretos, no pico da obra, além de um número muito maior de empregos indiretos. A grande maioria será contratada na Costa Verde, o que será um importante fator para movimentar a economia da região.