Câmara de Ubatuba decide nesta quinta(25) o futuro político da prefeita Flávia Pascoal(PL)

A Câmara Municipal de Ubatuba marcou para às 18 horas, desta quinta-feira, a sessão onde será votado o afastamento ou não da prefeita Flávia Pascoal(PL) acusada de improbidades administrativas. Uma comissão processante apurou que a prefeita teria cometido irregularidades em uma licitação de R$ 15 milhões para a merenda escolar.

A sessão que decidirá o futuro político da prefeita será aberta ao público e transmitida pelas redes sociais. A prefeita Flávia Pascoal(PL) através das redes sociais sempre negou ter cometido irregularidades na licitação da merenda escolar. Ela sempre tratou a questão como perseguição política. Flávia tentou barrar na justiça o processo instaurado pela Câmara, sem sucesso.

Segundo informações do legislativo, sete dos dez vereadores precisam votar pela aprovação do relatório final para que a prefeita seja afastada do cargo. Se algum dos dez vereadores se ausentarem da sessão, ela será cancelada. Se ocorrer a sessão e a prefeita fora afastada do cargo, assumirá a prefeitura o vice-prefeito Marcinho da ACIU(PSB).

O último prefeito cassado por uma câmara municipal no Litoral Norte foi o prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório(MDB), que  foi afastado pela câmara de sua cidade em maio de 2019, acusado de promover e pagar um evento que não foi realizado.

O então prefeito da Ilha foi cassado pela câmara logo após ser detido no dia 14 de maio pela Polícia Federal na Operação Prelúdio II, que apura crimes de fraude a licitação, superfaturamento de preços, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e associação criminosa.  Tenório chegou a ser preso, mas foi solto e responde em liberdade as acusações feitas contra ele. A vice-prefeita Maria das Graça assumiu a prefeitura até o final da administração, mas não conseguiu a reeleição.

Ainda em Ubatuba, em 1999, o então prefeito Zizinho Vigneron (PPS) e seu vice-prefeito Rogério Frediani foram afastados do cargo, acusados de suposta fraude nas fichas de filiação partidária nas eleições de 1996, quando ambos foram eleitos, mas retornaram aos seus cargos após três meses. Durante o afastamento de Zizinho, assumiu a prefeitura o então presidente da Câmara Andrade Henrique dos Santos (PFL).

 

Flávia

 

Flávia Pascoal foi eleita em 2020 com 14.222 votos (31,37% dos votos). Délcio Sato que tentava a reeleição, ficou em segundo lugar com 13.466 votos (29,70%).

Flavia Pascoal tem 45 anos, é casada, é professora e tem superior completo. Começou a vida política em 2013, eleita vereadora pelo PDT em Ubatuba com 1.250 votos, se tornando a mulher mais votada na história eleitoral da cidade.

Saiu candidata a prefeita em 2016, pela coligação “Ubatuba Merece Muito Mais” (PSB/PSL/PTdoB), ficou como a quarta mais votada entre os sete candidatos, obtendo 6.563 votos(16,78%).

Délcio Sato venceu as eleições em 2016. Em 2020, Flávia derrotou Sato e assumiu a prefeitura. Em 2022, ela rompeu com seu  vice,  Marcinho da Aciu, do PSB.

 

Merenda

Um detalhe muito interessante na vida política de Flávia Pascoal: a merenda escolar que fez Flávia Pascoal ser muito conhecida em Ubatuba em 2014, poderá tirá-la do cargo, agora, em 2023.

Flávia Pascoal ficou muito conhecida em Ubatuba quando denunciou em 2014 um superfaturamento na merenda escolar da cidade. Na época, o Ministério Público comprovou o superfaturamento. A Prefeitura de Ubatuba foi acusada de comprar produtos alimentícios com variação entre 39% e 180% sobre valores praticados no varejo.

O Ministério Público Federal pediu o ressarcimento integral do prejuízo causado à Prefeitura no valor de R$ 484,9 mil. Em uma entrevista concedida a um site da região, quando candidata a prefeita em 2016, Flávio Paschoal comentou:  “Ser ética e transparente não é mérito do gestor público e sim uma obrigação!”.

No dia 7 de março deste ano, a Câmara Municipal de Ubatuba aprovou por sete votos a três a abertura de um processo de cassação da prefeitura por suposta irregularidades na licitação da merenda escolar. Ela está sendo acusada justamente de suposta irregularidade na aquisição de pães para a merenda escolar de seu município.

 

 

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