Representantes das aldeias indígenas de Ubatuba participaram na última sexta-feira, dia 10, de uma reunião na prefeitura de Ubatuba. Os indígenas reivindicaram a melhoria dos acessos até suas aldeias, bastante prejudicados pelas chuvas que atingiram a cidade nos últimos meses e, também, mais estrutura para o atendimento das famílias dessas aldeias.
O encontro ocorreu na Secretaria de Saúde. Estiveram presentes Marcos Tupã, Fabiano de Lima, Laís Santos Amorim, Ivanildes Pereira da Silva, representantes das aldeias Boa vista do bairro do Prumirim, Akaray do bairro Puruba, Rio Bonito no bairro da Casanga e da aldeia Renascer do Corcovado.
O secretário de Saúde, Josué Gulli, informou aos representantes que já existem projetos para a melhoria e manutenção dos postos de atendimento dentro das comunidades. Ressaltou, também, a importância do estreitamento entre a pasta e as comunidades tradicionais.
“Meu objetivo é estar cada vez mais próximo das comunidades tradicionais para ouvir as demandas e levar melhorias”, reiterou Gulli. Na ocasião, foi informado aos presentes que cerca de R$140 mil devem ser investidos na saúde indígena do município e a previsão é que essas melhorias sejam concluídas até novembro deste ano.
Aldeia
Recentemente, o Ministério Púbico Federal obteve uma liminar que autorizou os guaranis da aldeia Yacã Porã que fica no sertão de Itamambuca a utilizarem uma passagem por dentro de um sítio até que a prefeitura conserte a ponte sobre o rio Itamambuca que foi destruída pelas chuvas está há cerca de 4 anos.
A aldeia Yacã Porã fica no sertão de Itamambuca e o acesso principal é feito pelo KM 29 da BR 101, a aproximadamente 2 km pela estrada municipal da Kazanga. O acesso dos indígenas à BR 101 se dava por meio de ponte de madeira que foi
destruída com as chuvas. Quando da temporada de chuvas, segundo consta, o rio se eleva muito, isolando completamente os indígenas de qualquer atalho para, por exemplo, receberem socorro médico e outras emergências. A inicial cita, ainda, uma ocasião em que uma criança doente não pôde ser levada à Ubatuba para ser medicada em razão da impossibilidade de passagem.
A segunda via de acesso, dada como solução alternativa, em caso de emergência, seria uma picada pelo caminho de cerca de 1.800 metros, que leva à BR 101 até o trevo de acesso do conhecido “Morro do Tiagão”, uma vila existente nas vizinhanças, à beira da rodovia. Esse caminho passa por um sítio atualmente em posse de Augusto Camargo Leite, que teria levantado uma cerca há 200 metros da aldeia citada, impedindo a passagem dos indígenas. A liminar obtida pelo MPF autoriza os guaranis a utilizarem essa passagem até a conclusão da ponte em construção pela prefeitura.