TJ mantém condenação de 32 anos para assassino da estudante Júlia Rosemberg

O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a pena 32 anos, onze meses e três dias em regime fechado para Willian Lourenço dos Santos, de 40 anos, pela morte da estudante Julia Rosemberg, de 21 anos, ocorrida no dia 5 de julho de 2020, na costa sul de São Sebastião. A decisão do TJ foi divulgada no último dia 19.

 

Ele foi condenado pela juíza Glaucia Fernandes Paiva, da Vara Criminal de São Sebastião, por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver. A Defensoria Pública do Estado (DAPE) apelou, mas a 7ª Câmara de Direito Criminal do TJ negou o recurso de apelação.

Para o relator da apelação, desembargador Klaus Marouelli Arroyo, foram acertadas a condenação e a dosimetria fixadas em primeira instância. “As penas-base de ambos os delitos foram bem majoradas na razoável e proporcional fração de 1/6, considerando a condenação transitada em julgado geradora de maus antecedentes”, afirmou. “Quanto ao crime de latrocínio, a pena foi majorada em mais de um terço nesta fase, ante a presença de outras duas agravantes, a de meio cruel e a de emboscada.”

 

“Diante dos lúcidos fundamentos da sentença condenatória, dizer mais seria redundância desnecessária, frisando que a hipótese é de manutenção integral”, concluiu o relator.  A decisão foi unânime. Os desembargadores Mens de Mello e Ivana David completaram a turma julgadora.

 

 

Crime

 

Julia Rosenberg, que passava a quarentena com os pais na costa sul de São Sebastião, saiu de casa na manhã do dia 5 de julho de 2020 para fazer uma trilha entre Paúba e Maresias, mas não retornou. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado semienterrado em uma área de mata da trilha, com sinais de violência.

 

William, que estava foragido da justiça desde 2012, condenado a mais de 4 anos por estupro, foi relacionado ao crime em novembro de 2020. Ele tinha sido condenado por estupro, mas estava em liberdade quando a sentença saiu e acabou fugindo.

Foi importante o trabalho desenvolvido pelos delegados e investigadores de São Sebastião, entre eles, os delegados Múcio Alvarenga e Dr. Alexandre Bertolini, na busca pelo autor do crime. Os policiais levantaram todos os envolvidos em casos de estupros na costa sul sebastianense. E conseguiram chegar até Willian.

 

Em setembro de 2020, ele foi preso em uma praia próxima ao local onde Julia foi morta. Ele estava preso na Penitenciária II de Serra Azul. Passou por exame de DNA que comprovou ser o material genético encontrado na alça da pochete de Júlia, e também, no tecido encontrado na boca dela.

 

Em 10 de novembro de 2020, ele foi interrogado no 2º DP de São Sebastião. Willian teria confessado que praticou o homicídio, segundo a Polícia Civil. Ele teria dito, no depoimento à polícia, que sabia da rotina da jovem e que pretendi apenas assaltá-la.

 

Durante a reconstituição em São Sebastião, ele teria dado mais detalhes do crime. Willian contou que ficou de tocaia e teria usado uma arma de fogo para render a jovem na trilha, mas quando levou a jovem para dentro da mata, ela teria reagido e entrado em luta corporal com ele.

 

Foi quando ele utilizou a cinta da pochete para estrangulá-la. Ele teria introduzido a máscara facial que a jovem utilizava dentro de sua boca para impedir que ela gritasse por socorro. Com base no resultado do DNA, o MP(Ministério Público) de São Sebastião pediu a condenação dele no dia 15 de dezembro de 2020. A justiça de São Sebastião condenou Willian por latrocínio e ocultação de cadáver. Ele permanece detido na penitenciária de Serra Azul onde cumprirá a condenação.

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