CDHU Inicia as obras do primeiro conjunto habitacional indígena do LN

Casa em construção na aldeia do Rio Silveira

Foram iniciadas na aldeia guarani do Rio Silveira, que fica em Boracéia, na divisa entre São Sebastião e Bertioga, as obras de construção do primeiro conjunto habitacional indígena do Litoral Norte.

As obras estão sendo feitas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em parceria com a Prefeitura de Bertioga. O investimento é de mais de R$ 3,8 milhões bancado pelo governo do estado.

As casas, erguidas em alvenaria, terão 62 m² de área útil com uma sala conjugada com a cozinha, dois dormitórios, área de serviço e varanda com fogão a lenha. A cobertura terá telhas de barro e as paredes internas serão azulejadas.  O projeto arquitetônico foi desenvolvido especialmente pela CDHU com a participação das lideranças indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai).

As unidades contarão com rede de energia e abastecimento de água. O saneamento básico será executado pela Prefeitura de Bertioga com a instalação de um conjunto de fossas sépticas com filtragem e sumidouro para destinação ecológica do esgoto tratado a fim de garantir a preservação do meio ambiente e a saúde dos indígenas. Orçado em R$ 300 mil, o projeto prevê construção de fossas sépticas e o tratamento ecológico do esgoto, com a infiltração no solo e plantação de bananeiras para absorção dos nutrientes.

A localização das casas é indicada pela própria comunidade, levando-se em conta a rede de parentesco entre as famílias. São priorizadas as áreas sem vegetação. A conclusão das 30 moradias está prevista para junho de 2023.

A obra está sendo executada pela Terra Nova Construção. Estão sendo construídas 120 casas de alvenaria, cada uma delas contendo dois dormitórios, sala, cozinha, área de serviço, banheiro e varanda com fogão a lenha. As primeiras unidades devem ser entregues em 2022.

Para o prefeito de Bertioga, Caio Matheus, trata-se de uma importante conquista, pois o projeto, além de reduzir o déficit habitacional da aldeia, onde vivem 120 famílias guaranis, também garante mais dignidade e qualidade de vida para a população indígena do município.

O Cacique Adolfo Verá Mirim, líder da comunidade indígena, comemorou o início da construção das casas e destaca a importância do projeto para a Aldeia. “É uma luta antiga. Essas moradias são muito importantes para o nosso povo. É preciso evoluir. A alvenaria não tira a identidade do índio. Índio será eternamente índio onde estiver”, destacou.

A CDHU vem apresentando soluções habitacionais para as reservas indígenas desde 2001 por meio do Programa de Moradia Indígena, que visa a melhoria da qualidade de vida desta população. O objetivo é substituir a habitação precária por uma casa nova, com tipologias adequadas aos usos e hábitos culturais de cada etnia.

Desde sua implantação, o programa já entregou 556 unidades novas em 15 aldeias do estado de São Paulo.
“Esse programa é um orgulho para a CDHU.  Os investimentos são feitos a fundo perdido e atendem a uma causa muito especial: a preservação da cultura dos nossos ancestrais. Oferecemos habitações seguras e confortáveis, respeitando os hábitos de cada etnia”, afirma Silvio Vasconcellos, presidente da CDHU.

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