Família quer reabrir investigações sobre morte de jovem de 22 anos em condomínio de Caraguatatuba

A família de Ingrid Cardoso Esteves, que aos 22 anos de idade foi morta no Condomínio Costa Verde Tabatinga, um dos mais sofisticados e seguros do litoral paulista, quer que a polícia reabra as investigações para identificar e prender o assassino da jovem, crime  ocorrido em 2006 e, até hoje, não esclarecido.

O crime ocorreu em 2006, mas até hoje não foi esclarecido pela polícia civil. A morte de Ingrid ocorreu no dia 4 de abril de 2006. A jovem foi violentada sexualmente e morta asfixiada dentro de uma das maiores mansões do condomínio. Os proprietários venderam a mansão. Os novos donos demoliram a casa e construíram outra no lugar. O suposto assassino até hoje não foi identificado e preso.

O pedido de reabertura do inquérito está sendo feito pela família de Ingrid. O irmão dela, César Cardoso Esteve, que vive atualmente na Filadélfia, nos Estados Unidos, entrou em contato com o noticiasdaspraias.com , por telefone,  para comunicar o pedido de reabertura do caso. “Cobramos por justiça. Queremos saber que matou Ingrid e que ele seja condenado. Temos pressa, pois em 2026 o crime prescreve”, contou César.

César tinha 16 anos na época do crime. Ele contou ainda que foi ouvido pela policia no dia em que a irmã foi assassinada. Ele trabalhava em uma obra no local, juntamente com o irmão Rivelino e o cunhado e marido de Ingrid, U.N.M. César, em seu depoimento, na época, contou que o cunhado havia deixado a obra por cerca de uma hora, segundo ele, para ir até a casa, amolar algumas ferramentas.

Ingrid Cardoso Esteves Nunes e seu marido U.N.M. eram caseiros, desde abril de 2004, em uma mansão situada na avenida Atlântica, a principal e a mais valorizada do condomínio, em Caraguatatuba. No dia 4 de abril de 2006, por volta das 17 horas, Ingrid foi encontrada morta no interior da residência pela prima do marido. Segundo apurou a polícia civil, na ocasião, Ingrid teria sido agredida, violentada sexualmente e morta por asfixia. O quarto da mansão onde Ingrid foi encontrada morta estava totalmente remexido quando a polícia chegou ao local, isso teria prejudicado o trabalho dos legistas e as investigações.

Duas delegadas, na época, Elizabeth Maluf e Arlete Neves, trabalharam no caso. Foram investigadas mais de 30 pessoas, entre caseiros, pedreiros, jardineiros e entregadores de materiais de construção e de gêneros alimentícios, que possuíam autorização de acesso ao condomínio, um dos mais restritos da região.

A polícia fez exames de DNA em alguns suspeitos para tentar identificar o autor do bárbaro crime. O marido da vítima, passou a ser um dos principais suspeitos, mas ele tinha um álibi: estava trabalhando na reforma de uma casa no condomínio quando a mulher foi morta. O chefe da segurança do condomínio, R.S.T, teria sido demitido dez dias após o crime.

Segundo César, seria importante na reabertura do caso, que a polícia concentrasse as investigações sobre o então marido, que segundo ele, naquela tarde de 4 de abril teria se ausentado da obra por cerca de 1h30; sobre o chefe da segurança, que  teria assediado a irmã(segundo César); e “P”, uma prima do marido, que foi quem localizou o corpo de Ingrid. César disse ainda, que a segurança do condomínio errou ao permitir que o corpo de Ingrid fosse retirado da mansão e levado para a casa de caseiro, prejudicando a cena do crime.

Indenização 

O caso foi retomado em 2016, quando o marido dela acionou judicialmente o Condomínio Costa Verde Tabatinga e uma seguradora, exigindo R$ 2 milhões de indenização pela morte de sua mulher. A justiça rejeitou o pedido em primeira instância, O caso está na segunda instância e em segredo de justiça.

O assassinato de Ingrid foi a primeira morte violenta registrada no interior do Condomínio Costa Verde Tabatinga, um dos mais valorizados do litoral paulista . A partir desse crime, o condomínio reforçou todas as medidas de segurança, inclusive, tornando mais rígida a contratação de mão de obra terceirizada e de caseiros. Com relação a morte de Ingrid, até hoje, 15 anos depois, não foi identificado e preso o autor do crime.

Consultado no ano passado sobre a possibilidade de reabertura do caso, o atual delegado titular da Delegacia de Polícia de Caraguatatuba, Vanderley Pagliarini, comentou que apesar do crime ter ocorrido em 2006, o inquérito não foi arquivado, permanece aberto. Segundo ele, enquanto a morte não for esclarecida as investigações prosseguem.

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