Atleta caraguatatubense de esqui cross-country deixa hospital e retorna para a Holanda

A atleta caraguatatubense de esqui cross-country, Bruna Moura, de 27 anos, selecionada para disputar os Jogos de Inverno em Pequim e depois substituída pelo  Comitê Olímpico do Brasil (COB) após sofrer um acidente automobilístico na Itália, teve alta hospitalar ontem, quinta-feira(3).

 

Segundo informou o COB, Bruna Moura teve alta hospitalar, após um acidente de carro tirá-la de sua primeira participação nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022. A atleta passou por uma cirurgia na última segunda-feira para reparo de fraturas na ulna (osso do antebraço) e no terceiro metatarso do pé esquerdo. Ela ainda vai se recuperar de maneira conservadora de outras fraturas no metatarso e em três costelas.

 

A cirurgia realizada no Hospital Central de Bolzano, na Itália, durou cerca de duas horas e 30 minutos e foi bem-sucedida, segundo informou o COB. Bruna evoluiu bem no pós-operatório e, por isso, poderá voltar para sua residência na Holanda. Ele vai viajar de ambulância. Na viagem que deve durar cerca de 11 horas, será acompanhada por Camila Freitas, da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). O departamento médico do COB, através da chefe médica Ana Corte, acompanhou todo o processo com a atleta.

 

Acidente

 

O acidente ocorreu no dia 27 de janeiro quando Bruna estava a caminho do aeroporto de onde embarcaria para a Alemanha , onde faria novo teste de covid, antes de poder embarcar para a China. O carro em que ela estava colidiu com um caminhão. O motorista acabou falecendo. Bruna sofreu fraturas na ulna (osso do antebraço), nos pés e nas costelas e foi removida para um hospital em Bolzano, na Itália.

 

Bruna iria disputar a sua primeira olímpiada.  Logo após o acidente, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) divulgou que a atleta brasileira será substituída por Eduarda Ribera em Pequim-22.

 

“Eu estava sentada no banco de trás e com o cinto de segurança, os médicos falaram que foi isso que me salvou. Eu não vou para as Olimpíadas de Inverno dessa vez, mas eu estou viva. Quando eu acordei do acidente, ainda lá na van, eu acordei assustada, porque acordei sentindo muita dor, vendo muita gente tentando me tirar da van. Não entendi o que estava acontecendo, estava completamente confusa. Estava difícil de respirar, doía muito, mas eu estava contente, porque eu sabia que se eu estava sentindo dor eu não tinha perdido meus movimentos. Não tinha lesionado a coluna de uma forma perigosa”,  comentou.

 

Em Caraguatatuba todos torcem pela sua rápida recuperação. Bruna é uma guerreira. Bruna se tornou atleta de ciclismo mountain bike e teve que encerrar a carreira em 2011 por ser diagnosticada com uma doença cardíaca congênita. Após conseguir fazer a cirurgia e superar o problema, a atleta encontrou no cross-country a nova chance de ser atleta e representar o Brasil em grandes competições. Ela domina o Circuito Brasileiro de Rollerski desde 2015 e, por ser uma das melhores nas competições na Itália e na Suíça, foi convocada para os Jogos de Pequim.

 

Passou a se dedicar ao esqui cross-country e  conseguiu ser selecionada para representar o Brasil em Pequim. O drama de Bruna teve início ainda no dia da convocação, 17 de janeiro, quando testou positivo para a covid. Bruna ficou isolada na Áustria e sofreu o acidente, no dia 27,  quando iria fazer o novo teste na Alemanha, antes de seguir para Pequim.

 

 

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