A atleta Bruna Moura, de 27 anos, de Caraguatatuba, tem até amanhã, segunda, dia 24, para testar negativo para covid e poder representar o Brasil nos jogos de inverno de Pequim. Bruna foi uma das onze atletas convocadas no dia 17 pelo Comitê Olímpico Brasileiro para integrar a equipe olímpica brasileira em Pequim. No mesmo dia 17, infelizmente, ela testou positivo para covid e está isolada na Áustria.
O COB mudou a data do embarque dela do dia 26, quarta-feira para o dia 1º de fevereiro, no entanto, Bruna terá que apresentar um novo teste nesta segunda, dia 24. Se der negativo será a primeira caraguatatubense a integrar a seleção brasileira num jogos olímpicos de inverno.
Em um vídeo postado em sua página nas redes sociais, Bruna agradece o apoio de todos e fala do orgulho de ser selecionada para representar Caraguatatuba nos jogos de Pequim. “Estou correndo contra o tempo. Se cuidando, para testar negativo e garantir minha presença em Pequim”, conta ela no vídeo.
Bruna Rafaela de Moura, nasceu no dia 24 de abril de 1994, em Caraguatatuba, tem 1,65cm de altura, pesa 57kg e, se testar negativo nesta segunda(24), irá para Pequim onde irá disputar provas na categoria Esqui cross country, de 10km, Sprint e Sprint por equipes. Foi a sua primeira convocação pelo COB.
Bruna
“O esporte já me levou a 27 países diferentes (4 no Mountain Bike e 23 no Ski). No início de 2021, com os resultados atingidos no Campeonato Mundial de Ski, na Alemanha e, posteriormente, na última etapa da Copa do Mundo na Suiça, eu e Jaqueline Mourão (minha técnica) conquistamos pontos suficientes para abrirmos duas vagas olímpicas para o Brasil no feminino. Um feito inédito, já que o Brasil até então só se classificou com uma vaga nos Jogos anteriores”, explica a atleta de Caraguatatuba.
De 2014 a 2020, Bruna fez parte da Seleção Brasileira de Biathlon (ski com tiro esportivo), onde disputou provas como o Mundial Júnior, na Bielorrússia (2015), Open Europeu na Polônia (2017) e na Itália (2018) e provas da IBU Cup, organizadas pela União Internacional de Biathlon.
Em 2020 decidiu se dedicar apenas ao Esqui Cross Country, pois, segundo a atleta, nesse esporte vislumbrava chances reais de se classificar para as Olimpíadas de Pequim 2022, o que acabou se concretizando.
“Como o ski é um esporte muito específico e não temos neve no Brasil, quando estou em Caraguá eu preciso adaptar meus treinos para me preparar para a temporada. Eu realizo, em média, 13 treinos por semana, divididos em seis dias, tendo geralmente um dia de descanso”, explica Bruna.
A atleta comenta ainda que fora da neve utiliza o Rollerski, um equipamento adaptado para trabalhar a técnica do ski no asfalto – basicamente um ski com rodinhas – que simula as técnicas a serem aplicadas na neve. “Eu também faço treinos de bike, corrida, musculação, saltos e track & field. Ou seja, ao me tornar uma esquiadora eu tive a oportunidade de fazer o que amo – praticar vários esportes ao mesmo tempo”, complementa.
Guerreira
Bruna é uma vencedora. Em 2011 quando Bruna após sentir fisgadas leves no peito, descobriu que sofria de uma cardiopatia grave – comunicação interatrial – que pode ocasionar até a morte.
Ela era atleta de ciclismo mountain bike (MTB) e foi obrigada a se afastar do esporte, o que a colocou numa forte depressão. Em 2013, Bruna foi submetida a uma cirurgia para colocar uma prótese cardíaca.
De “coração novo”, ela retomou a carreira no ciclismo até descobrir o esqui cross country, um dos esportes das Olimpíadas de Inverno. Em 2015, ela decidiu trocar o mountain bike pela neve. Bruna decidiu dedicar-se ao esqui cross country, mas não conseguiu a classificação para PyeongChang 2018. Desta vez, a vaga veio. Se o teste covid de amanhã, dia 24,der negativo, Bruna estará em Pequim 2022, representando Caraguatatuba e o Brasil.