Consulta pública destaca ações para fortalecer resiliência e justiça climática no estado
Por Poio Estavski
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Governo do Estado de São Paulo promoveu um encontro ontem, segunda-feira(25), em São Paulo, com representantes da sociedade civil para discutir o Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (PEARC). O evento foi uma oportunidade para alinhar estratégias entre governo, organizações não governamentais (ONGs) e comunidades, visando enfrentar os impactos das mudanças climáticas com ações participativas e inclusivas.
O PEARC, desenvolvido em parceria com a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), é parte integrante da Estratégia Climática do Estado de São Paulo. O plano organiza suas ações em ciclos de 10 anos, com implementação incremental e foco em mitigar os efeitos do aquecimento global, promovendo a justiça climática como um de seus pilares centrais.
Sociedade civil como protagonista
No encontro, a Semil apresentou os sete eixos estratégicos que estruturam o PEARC: biodiversidade, saúde única, segurança alimentar, segurança hídrica, zonas costeiras, infraestrutura resiliente e justiça climática. Com 49 ações e 216 subações previstas, o plano busca conectar as políticas estaduais às necessidades locais e priorizar as populações mais vulneráveis.
Um dos destaques foi a participação ativa do Instituto Conservação Costeira (ICC), uma ONG de São Sebastião com atuação no Litoral Norte de São Paulo. A organização trouxe contribuições importantes para adaptar as ações às especificidades regionais, especialmente em áreas costeiras.
“A reunião foi extremamente produtiva e mostrou a força da colaboração entre o Governo e as ONGs. Debatemos ideias para tornar o PEARC mais acessível e próximo da população, garantindo que ele atenda às necessidades das comunidades”, destacou Fernanda Carbonelli, diretora-executiva do ICC.
Justiça climática em ação
O Litoral Norte de São Paulo, uma região marcada pela vulnerabilidade a deslizamentos, enchentes e degradação ambiental, foi apontado como prioridade no PEARC. A justiça climática, que orienta todo o plano, visa garantir que as populações mais afetadas pelos impactos climáticos sejam priorizadas nas ações de mitigação e adaptação.
A consulta pública também reforçou a importância de uma abordagem integrada, onde as ONGs atuem como parceiras estratégicas na execução das ações e na mobilização das comunidades.
Consulta pública como ferramenta participativa
Aberta até 20 de dezembro de 2024, a consulta pública do PEARC permite que cidadãos e organizações enviem sugestões e propostas para ajustar ou incluir ações e subações no plano. Essa etapa reafirma o compromisso do Governo do Estado com a participação social e a transparência no desenvolvimento de políticas públicas climáticas.
Um futuro sustentável para São Paulo
Com o PEARC, São Paulo se posiciona como referência nacional no combate às mudanças climáticas. O plano busca integrar inovação científica, conhecimento técnico e participação comunitária para construir um modelo de resiliência que beneficie tanto o meio ambiente quanto as populações mais vulneráveis.
O encontro do dia 25 de novembro destacou que a adaptação climática não é apenas um desafio, mas uma oportunidade de promover desenvolvimento sustentável e inclusão social. A partir de iniciativas como essa, o estado reafirma seu compromisso em transformar políticas públicas em soluções reais para os desafios globais.