Dos 166 pinguins resgatados pelo Instituto Argonauta nas praias do Litoral Norte, 121 já estavam mortos

Ocorrência de pinguins passa de 160 no Litoral Norte Paulista; temporada desses animais na região segue até setembro. Fotos: Instituto Argonauta

Equipes do Instituto Argonauta, executora do Projeto de monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS no litoral norte de São Paulo), atenderam a mais de 150 ocorrências de Pinguins-de-Magalhães nesta temporada. Neste outono-inverno as equipes de monitoramento, resgate e reabilitação do Instituto Argonauta, no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), relatam que até ontem, dia 26 de julho, já atenderam a 166 acionamentos e resgates de pinguins-de-Magalhães, destes, 121 animais foram encontrados mortos quando receberam o acionamento, 45 animais foram resgatados vivos, e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto Argonauta, em Ubatuba ou a Unidade de Estabilização, em São Sebastião. Dos animais resgatados vivos, atualmente 9 permanecem em reabilitação.

 

“Entre junho e setembro, consideramos a temporada de pinguins-de-Magalhães no litoral norte de São Paulo, porém essa chegada nem sempre é tranquila, durante todos esses anos de atuação do Aquário de Ubatuba e Instituto Argonauta, constatamos que os pinguins que chegam aqui, são jovens e na primeira migração. Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso” explica o oceanólogo Hugo Gallo Neto, Diretor do Aquário de Ubatuba e Presidente do Instituto Argonauta.

 

“Somando aos desafios, ainda temos os impactos causados pelo ser humano, como as mudanças climáticas e a diminuição de alimentos disponíveis na natureza. Os pinguins enfrentam também a poluição marinha e a possibilidade de ingestão de lixo, contribuindo para a mortalidade de alguns desses animais, mesmo após o resgate”, completa Gallo.

 

 

Pinguim no centro de reabilitação do Argonauta

 

A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do trecho 10 do Programa de Monitoramento da Bacia de Santos (PMP-BS) no litoral norte de SP, pelo Instituto Argonauta, conta que “ano passado foram 426 ocorrências, mas em 2022 foram apenas 166, o que mostra que que não conseguimos ter um número exato de quantos animais são esperados”. Carla complementa: “o número varia bastante ao anos, pois é necessário considerar o número de nascimentos (recrutamento) nas colônias e ainda as correntes marítimas”. Ressaltando a importância da colaboração da população para o sucesso e o rápido atendimento aos animais, Carla também pede que a população siga essas orientações ao encontrar um pinguim vivo ou morto:

 

  • Ligue para o Instituto Argonauta: Entre em contato imediatamente com o PMPBS/Instituto Argonauta: Ligando para o telefone 0800 642 3341
  • Não toque no animal: Mantenha distância para evitar estresse ou ferimentos
    adicionais, e não manuseie carcaças.
  • Proteja o pinguim: Se possível, improvise uma sombra e afaste animais domésticos
    para mantê-lo seguro até a chegada da equipe.

O Instituto Argonauta atende as ocorrências e reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996. Até hoje já foram atendidas em nossa região mais de 3000 ocorrências de Pinguins-de-Magalhães, entre animais vivos e mortos.

 

Os pinguins-de-magalhães

O pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma ave característica de águas temperadas. Vive nas águas dos oceanos Atlântico e Pacífico Sul, nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas. Sob a influência das correntes frias (maio a outubro) chega à costa brasileira do Rio Grande do Sul ao Nordeste, sendo, principalmente os juvenis, imaturos. É uma ave marinha adaptada a vida na água, onde passa a maior parte do tempo. Desloca-se próximo à costa, com águas menos profundas e maior disponibilidade de alimento. Pode nadar a 36km/h para fugir de seus predadores.

Medindo entre 65 a 75 cm; e pesando de 4,5 a 6 kg. Os adultos apresentam uma coloração da plumagem, que os diferencia dos imaturos que não completaram 1 ano de vida ainda, com o dorso, parte do rosto e as asas pretas, e o ventre branco. Atualmente seu status de conservação é considerado uma espécie Pouco Preocupante, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, porém vem sendo percebido um declínio populacional nos últimos anos.

 

Sobre o Instituto Argonauta

 

O Instituto Argonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de
Santos (PMP-BS).

 

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