Vídeo: Avistamento de tubarões em Alcatrazes pode se transformar em nova atração turística de São Sebastião

 

O retorno dos tubarões ao Arquipélago de Alcatrazes, na costa sul de São Sebastião, poderá transformar o avistamento desta espécie numa nova atração turística no município, além da observação de baleias que tem crescido muito nos últimos anos em Ilhabela e São Sebastião.

O ICMBio Alcatrazes,  Instituto Chico Mendes da Biodiversidade, responsável pela gestão da Estação Ecológica Tupinambás e Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, santuário ecológico que fica em São Sebastião, no Litoral Norte Paulista, registrou pela segunda vez este ano a presença de dezenas de tubarões no local. Na última segunda-feira, dia 17, foram avistados mais de cem tubarões em Alcatrazes.

Confira Imagens: Hércules Gonçalves de Souza Fernandes – ICMBio Alcatrazes e Rafael Capuzzi:

Na avaliação da chefe do ICMBio, Thais Farias Rodrigues, a presença desses animais é um importante indicador de conservação e equilíbrio marinho, sendo positiva e desejável, inclusive do ponto de vista do turismo. “Ao contrário do pensamento de muitos, estas espécies não possuem comportamento agressivo, podendo ocorrer mergulho e outras atividades de forma tranquila”.

Na quinta-feira, dia 20, a Prefeitura de São Sebastião, divulgou farto material contendo normas estabelecidas pelo ICMBio Alcatrazes e pela Marinha do Brasil para visitas ao arquipélago.  A prefeitura orienta sobre como deve ser feita a visita embarcada e até mesmo como praticar mergulho no arquipélago. Segundo a prefeitura, o Refúgio de Alcatrazes pode ser visitado em qualquer época do ano, destacando que entre os meses de novembro e maio há melhores condições climáticas e oceanográficas para navegação e mergulho autônomo.

Segundo a prefeitura, existem 10 pontos para mergulho autônomo do Refúgio de Alcatrazes, que variam em termos de profundidade, grau de dificuldade e características dos ambientes. Cada ponto de mergulho é único. Durante o passeio até Alcatrazes com objetivo de apreciação da beleza cênica e da biodiversidade, e experiência de contato com o ambiente natural, pode haver paradas para mergulho de flutuação (snorkeling), observação da fauna e registro de imagens. O Refúgio de Alcatrazes é área de ocorrência de baleias, golfinhos e aves marinhas.

A prefeitura informa que outros animais também podem ser observados durante a visita, a exemplo da tartatuga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e peixes que nadam na superfície como o peixe-lua (Mola mola) e o tubarão-martelo (Sphyrna lewini).

A prefeitura informa que todas as atividades de visita ao arquipélago somente podem ser realizadas por empresas de turismo cadastradas pelo ICMBio Alcatrazes e as embarcações particulares, acompanhadas por condutores capacitados e autorizados, que serão responsáveis por oferecer segurança, orientações e informações aos visitantes.

Tubarões

O primeiro registro da presença de cardume de tubarões em Alcatrazes ocorreu no dia 17 de março deste ano e surpreendeu os pesquisadores. O registro foi feito por dois agentes do ICMBio Alcatrazes que captaram imagens de mais de 40 tubarões-martelo avistados por um grupo de moradores de Ilhabela enquanto praticavam mergulho livre no Arquipélago de Alcatrazes. Na ocasião, a Chefe do ICMBio Alcatrazes, Thais Rodrigues, afirmou que o aparecimento de cardumes de espécies de tubarões era um importante indicativo de eficiência na proteção dos ambientes marinhos de Alcatrazes, uma vez que estes animais ocupam a posição de topo da cadeia alimentar.

 

“Para que estas espécies ocorram em determinados locais, todo o ambiente precisa estar em equilíbrio e abundância de outros peixes, que os servem de alimentos. Esse aumento expressivo destas espécies no arquipélago se deve ao fortalecimento das estratégias de fiscalização do ICMBio Alcatrazes no local, com consequente redução da pesca. Isso nos mostra que estas estratégias vêm sendo efetivas para a conservação e proteção da biodiversidade marinha das unidades presentes no Arquipélago de Alcatrazes”, explicou.

Sete espécies de tubarão já foram registradas no arquipélago de Alcatrazes, desde o fim do ano passado. Os tubarões são espécies topo de cadeia e não haviam sido registrados em Alcatrazes pela ciência até o ano passado, segundo um  levantamento foi feito pelos integrantes do projeto Mar de Alcatrazes que conta com apoio da Petrobrás. O projeto “Efeitos iniciais da expansão e aplicação de uma reserva marinha subtropical sobre espécies ameaçadas de tubarões” é desenvolvido pelos pesquisadores Fábio Motta, Fernanda Rolim, Ana Clara Athayde, Maisha Gragnolati RafaelMunhoz, Luiza Chelotti, Nauther Andres, Guilherme Pereira e Otto Gadig.

Na última segunda-feira, dia 17 de junho, um grupo de pesquisadores e mergulhadores avistaram novamente um cardume raro compostos por tubarões no arquipélago de Alcatrazes, em São Sebastião. A quantidade, formada por mais de 100 indivíduos, surpreendeu a equipe.

Entre as espécies, estavam espécies provavelmente do gênero Carcharhinus e tubarões-martelo. Thais Farias Rodrigues, chefe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Alcatrazes, explica que tubarões sempre habitaram o Arquipélago de Alcatrazes, já que o mar é seu local de vida. “No entanto, nos últimos anos, e a partir da criação do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal), houve um grande esforço institucional nas estratégias de fiscalização para coibição da pesca ilegal naquele local”.

Ainda conforme ela, a partir daí notou-se que na medida em que estas estratégias foram sendo adotadas e fortalecidas, houve redução na pesca ilegal, e como consequência, aumento da biomassa de peixes no arquipélago, que oportunizou também o aumento na presença de cardumes maiores de tubarões. Dentre as espécies mais registradas no local estão o tubarão-martelo, tubarão-seda, tubarão-mangona e o cação-frango.

Na avaliação da chefe do ICMBio, a presença desses animais é um importante indicador de conservação e equilíbrio marinho, sendo positiva e desejável, inclusive do ponto de vista do turismo. “Ao contrário do pensamento de muitos, estas espécies não possuem comportamento agressivo, podendo ocorrer mergulho e outras atividades de forma tranquila”.

Alcatrazes

 

Conforme o site do governo federal, o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes), criado em 2016, é uma unidade conservação federal administrada pelo ICMBio.

O Refúgio de Alcatrazes abriga mais de 1.300 espécies, 100 delas sofrem ameaça de serem extintas. Possui também o maior ninhal de Fragatas (Fregata magnificens) do Atlântico Sul e é área de alimentação, reprodução e descanso para mais de 10 mil aves marinhas.

Nas águas de Alcatrazes está a maior quantidade de peixes do Sudeste do Brasil, das mais variadas formas e cores, que lá encontram o ambiente ideal para reprodução e crescimento. A visitação pública ao Refúgio de Alcatrazes pode ser realizada somente com empresas e condutores autorizados pelo ICMBio.

Orientações

Segundo a prefeitura, durante as visitas ao arquipélago, todos devem estar cientes de que existem riscos inerentes à permanência em áreas naturais, especialmente em ambientes marinhos, sendo de responsabilidade do visitante respeitar todas as normas do ICMBio e Marinha do Brasil e seguir as orientações fornecidas pelas empresas cadastradas.

 

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