Representantes do Sebrae estiveram visitando Paraty na segunda-feira, dia 19. Eles estiveram reunidos com o prefeito de Paraty, Luciano Vidal e a equipe da Secretaria Municipal de Pesca, para avaliarem o projeto de algicultura, cultivo de macroalgas e microalgas, com o qual o município concorre ao prêmio de cidade empreendedora.
A comitiva visitou as fazendas marinhas na Ilha do Algodão, Saco da Velha. O projeto de algicultura trata-se de um investimento de R$ 400 mil apenas da Prefeitura para a instalação das fazendas. É resultado também de parcerias com a UFRJ, Fiperj e Colônia dos Pescadores.
Na visita técnica, as equipes estiveram também no São Gonçalo, na área comunitária da família Aires, onde foi feita uma degustação com frutos do mar e algas. Também houve uma demonstração sobre o potencial de uso de produtos artesanais a partir da alga, em mais uma possibilidade de expansão da economia do mar em Paraty.
Paraty investe na algicultura
Paraty é um dos principais centros nacionais para o desenvolvimento sustentável através da bioeconomia marinha, cidade da inovação, cidade criativa e cidade da gastronomia, também através de suas fazendas marinhas para o cultivo da Macro Alga Kappaphycus Alvarezii. Atualmente é uma realidade na esfera nacional, mudando a vida dos caiçaras e povos de comunidades tradicionais de Paraty e região.
Tudo teve inicio a partir de uma parceria entre a Prefeitura de Paraty e a Universidade Federal do Rio de Janeiro já formou cerca de cinco turmas do curso de extensão da UFRJ, “Algicultura e Desenvolvimento Territorial Sustentável”.
Com o objetivo de desenvolver técnicas de beneficiamento e manejo, a prefeitura de Paraty e a UFRJ iniciaram a parceria técnica em 2021 para o desenvolvimento do projeto Algicultura, Cultivo de Algas em Fazendas Marinhas na Baía de Ilha Grande.
Sob coordenação geral da Professora Ana Lúcia Vendramini, o projeto teve início fazendo parte do programa de extensão Tecnologia Social e Ciências do Mar (TSCM).
O Programa TSCM foi criado para fortalecer o projeto do Centro de Formação em Tecnologia Social e Ciências do Mar, além de outras ações que já aconteciam no Complexo do Hangar da UFRJ, um espaço amplo, composto por uma área aberta e dois galpões: o Museu do Mar e o Hangar Náutico.
O projeto Algicultura se articula então, para a elaboração de cursos sobre o cultivo de algas, com aulas teóricas e práticas, abertos à academia e a toda comunidade local.
O curso, que se chama “Algicultura Sustentável – implantação da fazenda marinha”, permitiu a instalação de balsas de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii nas encostas da Ilha do Algodão nas proximidades de Paraty Mirim, em Paraty.
A iniciativa possibilitou o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva de negócio com preservação ambiental a partir do processo de cultivo, do manejo e colheita da alga e da integração com a indústria de transformação baseada em economia verde, visando a produção de bioinsumos para alimentos, bebidas, cosméticos, fertilizantes etc.
Além disso, o curso disponibilizou conhecimento e elo de ligação com instituições públicas de apoio tecnológico para a criação de novos empreendedores, para promover a criação de empregos e renda de alta qualidade, ganhos efetivos através do comércio justo, diminuição da dependência da importação (alga seca), possibilidade potencial de venda de derivados da alga, exportação da alga seca e, para o mercado interno a venda de algas frescas, numa ação ampliada, colaborativa e comunitária.
O curso também contribuiu com o aumento da arrecadação de impostos, no IDH local, e na qualidade de vida para os envolvidos em toda a região.