Morre dona Conceição, 84 anos, caiçara da Ilha Montão de Trigo, resgatada na sexta(24) pela Defesa Civil de São Sebastião

 

Faleceu e foi sepultada no domingo (26) em São Sebastião, dona Maria Conceição de Oliveira, de 84 anos, moradora da Ilha Montão de Trigo, na costa sul sebastianense.  Ela tinha sido resgatada na tarde de sexta-feira, dia 24, numa operação que envolveu a Defesa Civil, o GBMar, o SAMU e os Bombeiros do município.

 

Dona Conceição foi removida por uma lancha do GBmar da ilha até o Hospital de Boiçucanga, na costa sul de São Sebastião, mas não resistiu e faleceu as 4 horas da madrugada de domingo(26). Ela estava internada devido a uma pneumonia, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu no hospital.

 

Dona Conceição deixa sete filhos, seis deles pescadores, que vivem na Ilha Montão de Trigo e uma filha que vive em Ubatuba. Ela tinha 22 netos, 18 bisnetos e um tataraneto.

 

Ela foi sepultada na tarde de domingo(26) no cemitério de Boiçucanga, na costa sul. Seu marido, Nelson Olegário de Oliveira, de 87 anos, não pode comparecer ao enterro pois está há duas semanas internado em um hospital de São Sebastião.

 

“Minha mãe nasceu em Juquehy, na costa sul de São Sebastião e veio morar na Ilha Montão de Trigo em 1954 quando tinha apenas 15 anos. Aqui se casou com meu pai e teve seus filhos, netos e bisnetos. Ela era a mulher mais idosa da ilha”, conta seu filho Adilson, de 49 anos.

 

Dona Conceição, além dos deveres de dona de casa, também pescava e era uma excelente artesã. Produzia com a palha plantada na ilha, chapéus, tapetes, cintos e até vassouras, que vendia para os turistas que aportavam na ilha ou em Barra do Una. “Foi uma caiçara guerreira”, garante Adilson.

 

Ainda abalado com a morte da mãe, Adilson lamenta apenas a decisão do médico de São Sebastião, que há duas semanas após medicá-la da pneumonia, liberou a idosa para que ela retornasse para sua casa na Ilha Montão de Trigo.

 

“O ideal seria mantê-la no hospital pois aqui na ilha não temos muitos recursos e tudo é muito difícil”, contou. Segundo ele, dona Conceição ficou muito debilitada nos últimos e por isso decidiu acionar a defesa civil para resgatá-la na ilha na tarde de sexta-feira(24).

 

Para resgatar dona Conceição, devido ao mau tempo, foi organizada uma operação envolvendo a Defesa Civil, o Samu e os Bombeiros. O resgate da idosa foi feito no início da tarde de sexta(24), por uma lancha. Dona Conceição foi levada até um pier na praia de Boiçucanga e de lá, numa ambulância, até o Hospital de Clinicas de Boiçucanga.

 

O prefeito da cidade, Felipe Augusto, chegou a comemorar em sua página das redes sociais, o sucesso da operação de resgate de dona Conceição, ocasião em que desejou o pronto reestabelecimento da caiçara.

 

Resgate de dona Conceição foi feito na sexta(24) pelo GBMAR, SAMU, Bombeiros e Defesa Civil

 

“Fizemos uma operação de resgate realizada para ajudar Maria Conceição de Oliveira, de 84 anos, que estava passando mal na Ilha Montão de Trigo, aqui em São Sebastião. Nossas equipes da Defesa Civil, SAMU e dos Bombeiros foram acionadas para transportá-la com segurança até o Hospital de Clínicas de São Sebastião – Costa Sul, em Boiçucanga. Dona Maria segue internada no Hospital de Boiçucanga e nós aqui estamos em oração para que ela se recupere o mais breve possível”, postou o prefeito no final da tarde da última sexta-feira(24).

 

 

Ilha

 

 

 

A Ilha Montão de Trigo fica cerca de 15 quilômetros de Barra do Una e Juquehy, na costa sul. A viagem de barco leva cerca de meia hora em mar calmo. É uma das ilhas mais visitadas por turistas náuticos no litoral paulista, principalmente, durante o verão.

 

 

A ilha não tem praia e é rodeada de pedras. Os caiçaras que vivem lá, conhecidos como “monteiros”, utilizam da pesca artesanal como meio de subsistência. Lá habita uma antiga comunidade caiçara formada por cerca de 70 pessoas, distribuídas em 21 famílias que vivem da pesca.

 

 

A origem do nome tem duas versões: a primeira, garante que o nome, vem do naufrágio de um barco carregado de trigo nas proximidades da ilha, séculos atrás, o que gerou pilhas de sacas de farinha trazidas para terra firme, gerando o “montão de trigo”; a segunda versão, consta que o nome “Montão de Trigo” se deve ao formato da ilha, que, vista de cima, faz lembrar uma quantidade da farinha.

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