Obra prevê elevador para levar turistas até o mirante do farol e bondinho interligando os morros da Prainha e do Camaroeiro
A prefeitura de Caraguatatuba aguarda autorização da Cetesb para iniciar a retirada de vegetação no alto do Morro da Prainha para a construção de um novo mirante e, também, para a construção da estrutura do bondinho que deverá interligar o Morro da Prainha ao Mirante do Camaroeiro.
Com reduzida praias, a prefeitura de Caraguatatuba continua investido em novos atrativos para atrair turistas, principalmente, na baixa temporada. Além dos investimentos feitos nos mirantes do Santo Antonio e Camaroeiro, a prefeitura implantou este ano o Parque Ecológico do Rio Juqueriquerê, na região sul da cidade.
Os mirantes do Santo Antonio e do Camaroeiro estão entre os pontos mais visitados por turistas no município. O primeiro com cerca de 350 metros de altura permite uma vista panorâmica da baia formada por Caraguatatuba e São Sebastião, tendo ao fundo, o arquipélago de Ilhabela.
O mirante do Santo Antonio possui ainda uma imagem do santo padroeiro da cidade com cerca de 20 metros de altura e duas rampas para decolagem de asa deltas e paragliders.
O Complexo Turístico do Camaroeiro, com 60 metros de altura, possui um Teatro de Arena com vista para o mar, orla e toda a cidade. Existe estacionamento para cerca de 200 carros. Atualmente, a prefeitura investe nas obras do setor administrativo, restaurantes e a possível estrutura que receberá o bondinho que irá futuramente interligar o mirante do Camaroeiro ao Mirante da Prainha.
Projeto
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, lançou oficialmente em abril de 2017, a proposta de implantar um bondinho ou teleférico interligando o mirante do Camaroeiro ao Morro da Prainha, onde a prefeitura realiza obras desde o ano passado, para transformar o antigo farol num novo mirante.
Na ocasião, Aguilar Júnior prometia transformar o “Complexo Turístico do Mirante do Camaroeiro”, numa das maiores atrações do município a partir da finalização das obras no local e da implantação do bondinho ou teleférico, que fará passeio panorâmico entre o Camaroeiro e o Farol instalado no morro da Martim de Sá.
No Morro da Prainha, segundo divulgação feita pela prefeitura, em janeiro do ano passado, o acesso ao farol será feito por uma escadaria metálica com cinco patamares e ainda, pensando na acessibilidade, um elevador inclinado.
A estrutura onde será instalado o farol terá cerca de 20 metros de altura. Ela contará com uma área exclusiva para a administração (recepção e almoxarifado) e banheiros.
Para o paisagismo, ao redor do farol serão utilizados dois tipos de planta. Uma delas é a ave-do-paraíso (ou estrelícia), conhecida pela sua característica exótica de cores vivas. Outra planta a ser utilizada é a alpínia. De fácil cultivo, ela é bem harmoniosa na composição com outras espécies, mas não deixa de ser expressiva na paisagem.
Será mantido o antigo Farol, segundo consta, em desuso pela Marinha, que será restaurado e outro será construído como mirante, com altura de 20 metros, sendo que o morro já tem cerca de 50 metros de altura.
O mirante também terá um Centro de Exposições, que contará a história dos faróis do Estado de São Paulo. A obra teria sido aprovada pela Marinha do Brasil e pelo Conselho Municipal de Turismo (Contur).
Ainda segundo a prefeitura, o novo mirante com 70 metros de altura permitirá uma visão de 360° das praias Martim de Sá, Prainha e de toda a baia e será a Central de recebimento do bondinho que percorre 500 metros até chegar da maior parte do Complexo.
A verba utilizada nas obras do Mirante da Prainha, que já somam mais de R$ 7 milhões, foram destinadas pelo DADE(Departamento de Apoio e Desenvolvimento das Estâncias. As obras, no entanto, estão atrasadas.
Em fevereiro deste ano, devido às fortes chuvas que atingiram a cidade e a região toda, ocorreram deslizamentos das encostas do morro da Prainha e o local foi interditado pela Polícia Florestal. A prefeitura investe R$ 3,1 milhões em obras de terraplanagem, contenção e drenagem do Morro da Prainha.
A obra é feita pela Construtora Hebron, a mesma empresa que venceu a licitação de R$ 4,1 milhões para os serviços de revitalização da trilha de acesso e do farol do Morro da Prainha, obra que deve ser finalizada em outubro deste ano.
A maioria dos moradores e comerciantes que residem na Rua Professora Adali Coelho Passos, na Prainha, acompanham as obras, mas ainda sem saber ao certo tudo o que será feito no local. Boa parte dos moradores e comerciantes “comentam” que a prefeitura irá construir um elevador até o alto do morro e lá em cima, sairá um bondinho em direção até o Mirante do Camaroeiro.
A “base” onde ficará o elevador que levará os turistas até o alto do Mirante do Farol da Prainha está sendo finalizada, fica ao lado do Malibu Flat Residence, número 700 da Rua Professora Adali Coelho Passos.
No terreno funcionava anteriormente um estacionamento. A obra está aos cuidados da Hebron Construtora, mas apenas dois homens trabalham diariamente no local.
Procuramos a prefeitura para ter informações precisas sobre o que está realmente sendo feito, detalhes do projeto do elevador e do bondinho, as autorizações da Cetesb e como estão as obras. A Prefeitura de Caraguatatuba informou que a autorização da Cetesb é apenas para as obras de contenção do Morro.
Segundo a prefeitura, a rampa no local servirá como um dispositivo (elevador) para transporte de pessoas até o alto do Morro, local que receberá ainda o Farol da Prainha. Essas intervenções ainda aguardam liberação da Cetesb.
A prefeitura informou ainda que com relação a implantação do bondinho ou teleférico interligando os dois mirantes, do Camaroeiro e o da Prainha, a Secretaria de Obras Públicas “ainda” estuda o projeto (do bondinho).
Procuramos, também, o presidente do Conselho Municipal de Turismo, Cauê Rubio, para solicitar informações mais detalhadas da obra, que teria sido aprovada pelo conselho, que reúne representantes da prefeitura e da sociedade civil, mas não tivemos retorno.
Consultamos a Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para obter informações sobre o licenciamento da obra, supostos embargos e as devidas autorizações solicitadas pela prefeitura. A CETESB informou que não procedeu a nenhum embargo no local. Segundo a companhia ambiental, houve, sim, um embargo da Polícia Militar Ambiental, em fevereiro último, devido aos deslizamentos de encostas causados pelas chuvas no morro.
Ainda, segundo a Cetesb, essa ocorrência ambiental, motivou a solicitação, pela prefeitura, de autorização da Cetesb para supressão de vegetação, a fim de viabilizar as obras para a construção de uma rampa no Morro da Prainha. A Cetesb informou que esse pedido, no momento, está em análise.