Velejador protestou em 2019 pela omissão das autoridades brasileiras no esclarecimento do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco ocorrido em 2028. Foi o primeiro protesto ocorrido na história da semana internacional de vela de Ilhabela
O desfile de barcos que antecede a regata de abertura da Semana Internacional de Vela de Ilhabela é sempre uma atração extra na ilha. O desfile acontece amanhã, domingo, às 11 horas, com as embarcações desfilando no canal de São Sebastião.
Em seguida, ao meio dia, será dada a largada para a regata 100 anos Atrevida: Alcatrazes Boreste Marinha do Brasil – classes ORC, BRA-RGS (A e B) e Clássicos. Devem participar do desfile os cerca de 150 barcos inscritos na competição.
No ano passado, na 49ª edição, participaram 115 barcos e cerca de mil velejadores do Brasil e da Argentina. Participaram iatistas renomados como Lars Grael, Eduardo Souza Ramos e o bicampeão olímpico Robert Scheidt.
Protesto
O desfile de abertura de 2019, durante a 46ª edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, foi marcado por um protesto. Em suas 45 edições anteriores a semana internacional de vela de Ilhabela jamais havia registrado qualquer tipo de manifestação ou protesto, principalmente, de cunho político.
Entre os cerca de 100 barcos que participavam do desfile ao longo do Canal de São Sebastião, um veleiro, construído em 1946, o Henriette II, surpreendeu os organizadores, competidores e público, protestando pela morte da vereadora carioca Marielle Franco, executada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, crime até hoje não solucionado pelas autoridades brasileiras.
Em sua vela principal, o veleiro tinha uma foto do rosto de Marielle e a inscrição “Vive”. O dono da embarcação, o biólogo e artista plástico João Paulo de Paula, um paulistano que reside na ilha, afirmou na ocasião que “a ideia é essa mesmo, manifestar contra o que vem acontecendo no nosso país e para isso, escolhemos homenagear a Marielle”.
João Paulo de Paula garantiu na ocasião que sua iniciativa era das mais válidas pois chamava a atenção, em um evento internacional, sobre um caso que não havia sido solucionado pela polícia brasileira, envolvendo um político, no caso a vereadora Marielle, ligada aos movimentos sociais.
Marielle
Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, foi uma socióloga, política, feminista e defensora dos direitos humanos brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade, elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto de seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, no Estácio, Região Central do Rio de Janeiro. O crime até hoje não foi esclarecido pelas autoridades brasileiras.