Turista contraiu febre maculosa durante passeio em cachoeira de São Sebastião

Caso que ocorreu em janeiro, foi o primeiro registrado na região em 2023. A mulher que contraiu a doença está totalmente curada. 

 

A notícia de que uma mulher de 52 anos, moradora da capital paulista, contraiu a febre maculosa no litoral norte de São Paulo, obrigou as prefeituras da região a reforçarem os alertas sobre a doença e como ela é transmitida. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o Estado registra atualmente 19 casos com nove óbitos, seis deles na cidade de Campinas.

Segundo informações, a mulher teria sido infectada em São Sebastião, em janeiro deste ano, durante uma visita a Cachoeira do Cacau, no bairro de Cambury, na costa sul sebastianense.  Durante a caminhada por uma trilha que leva até a cachoeira ela teria sido picada por um carrapato.

A Cachoeira do Cacau, também,  conhecida como Rio das Pedras, tem acesso a partir do Km 166 da Rodovia Rio Santos, na região conhecida como Sertão do Cacau, seguindo pelo interior do bairro do Sertão do Cambury. A trilha que leva até a cachoeira tem 1 quilômetro de extensão.

A cachoeira é local muito visitado durante o verão por possuir três quedas d’água em seu percurso, uma delas com aproximadamente 12 metros de altura e uma piscina natural com águas límpidas, perfeita para um banho refrescante.

A mulher, não foi informada se ela era turista ou tem casa de veraneio na costa sul de São Sebastião, passou mal no dia seguinte ao passeio. Ela teria tido febre e manchas vermelhas pelo corpo. A mulher, no entanto, teria buscado atendimento médico em uma unidade de saúde na capital paulista.

No dia 23 de fevereiro foi feita a primeira coleta de sorologia para se apurar o diagnóstico da doença. O resultado foi positivo para febre maculosa. Uma nova coleta foi realizada em 8 de maio confirmando o diagnóstico anterior. Em 24 de maio, segundo informações, a paciente já estava curada.

Segundo consta, foi o primeiro caso de infecção no litoral norte. As prefeituras de Ubatuba, Caraguatatuba e Ilhabela redobraram os cuidados sobre a doença, alertando os moradores para que em caso de suspeita procurem as unidades de saúde.

A prefeitura de São Sebastião não informou se foi feito alguma ação no local onde a mulher foi infectada pelo carrapato.  A Secretaria de Saúde do Estado encaminhou apenas um release atualizando os casos da doença e as orientações sobre a doença.  

A Secretaria Municipal de Saúde de Ubatuba, por exemplo, divulgou nesta quinta-feira(22), várias orientações aos munícipes, veranistas e turistas. A  secretaria ressalta a importância de procurar rapidamente uma unidade de atendimento assim que houver suspeitas.

Segundo a secretaria, a prevenção é baseada no impedimento do contato com o carrapato. Entre as orientações estão:        redobrar os cuidados ao entrar em contato com área de mata; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta; usar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas, dando preferência ainda a roupas claras que facilitam a identificação do carrapato; retirar os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo) preferencialmente com auxílio de uma pinça; não esmagar o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões; realizar o controle com antiparasitário nos animais domésticos, já que podem ser hospedeiros dos carrapatos; quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

A  febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato, ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.

Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença. Na região metropolitana da capital, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área. No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença. O tratamento é realizado com antibiótico específico.

ORIENTAÇÕES

A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.

Em 2023, foram registrados 19 casos de febre maculosa com nove óbitos, seis deles na cidade de Campinas. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

 

 

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