A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo cumprem mandados de busca e apreensão em Ubatuba, durante a Operação Debug, deflagrada, na manhã desta sexta-feira (10), para combater e prevenir a prática de pedofilia cibernética. As atividades, que ainda não foram finalizadas, ocorrem em mais de 30 municípios do território paulista e nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Os trabalhos são coordenados pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e pelo CyberGaeco, com apoio de peritos da Polícia Técnico-Científica e todos os Departamentos de Polícia Judiciária do interior de São Paulo. Ao todo, são mobilizados mais de 400 policiais civis.
Não se sabe quem e onde teria sido preso a pessoa envolvida com a prática de pedofilia cibernética no município de Ubatuba. Tentamos contato com a delegacia de polícia, mas não conseguimos falar com a delegada Ana Carolina, da DDM(Delegacia da Defesa da Mulher) que assumiu as funções da delpol no lugar do delegado Ricardo Mamede, que se encontra em férias e nem com os investigadores. A equipe pode estar na rua cumprindo o mandado de busca e apreensão.
“Eu não poderia deixar de cumprimentar as equipes, que estão conjuntamente combatendo o crime e executando essa operação em todo o Estado. A todos os integrantes dessa ação, meu abraço fraterno, reconhecimento e elogio”, disse o secretário da Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, durante entrevista coletiva.
“Nós necessitamos, prementemente, combater a violência e a pornografia infantil. É inconcebível que no Brasil inteiro nós tenhamos, ainda, abusadores de crianças e adolescentes. Há a necessidade, sim, que a sociedade de uma maneira geral se una aos esforços da polícia e do Ministério Público para que possamos combater efetivamente esse tipo de crime. O abuso infantil existe desde sempre, mas a pergunta que eu faço é: até quando?”, complementou a delegada geral de polícia adjunta, Elisabete Sato.
A operação Debug é resultado de mais de 40 dias de monitoramento, com a utilização das mais avançadas técnicas de investigação, que permitiu identificar mais de 90 alvos envolvidos com o armazenamento, distribuição e consumo de pornografia infantil pela internet. Somado a isso, equipes da Polícia Técnico-Científica auxiliam, por exemplo, na quebra das criptografias de HDs, materializando a atividade criminal desses criminosos.
“A internet não tem fronteiras e o crime também não. Por isso, nós conseguimos, no território estadual, apurar uma parte significativa do consumo, distribuição e armazenamento de material com pedofilia e pornografia infantil”, explicou Richard Encinas, promotor de Justiça do CyberGaeco.
“Ao longo do tempo os criminosos vêm refinando suas técnicas para aliciar crianças a fim de abusar, produzir e compartilhar esse material. Para chegar nesses indivíduos hoje, utilizamos técnicas que aprendemos com instituições correlatas de outros países, por isso há que louvar a iniciativa da Secretaria da Segurança Pública, que sempre incentiva a qualificação dos seus profissionais”, completou o delegado Guilherme Caselli, da 1ª Delegacia de Capturas do Dope.
Como resultado parcial da operação, 10 pessoas foram presas em flagrante no interior paulista e outras 20 na Capital e Grande SP. Nestas duas últimas regiões, mais de 80 computadores já foram apreendidos, além de mídias externas e celulares. Além disso, drogas e uma arma de fogo foram recolhidos em São José do Rio Preto e Atibaia, respectivamente.
As atividades de campo no estado de São Paulo ocorrem nas seguintes cidades: São Paulo, Mauá, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, Taboão da Serra, Cotia, Francisco Morato, Guarulhos, Suzano, Mogi das Cruzes, Campinas, Amparo, Várzea Paulista, Bragança Paulista, Monte Mor, Jundiaí, Atibaia, Itatiba, Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, São Carlos, Bebedouro, Serrana, São José dos Campos, Ubatuba, Presidente Prudente, Apiaí, Porto Feliz, Tietê, Bauru, São José do Rio Preto, Franca e Guararapes. Em Minas Gerais as ordens são cumpridas em Paracatu, enquanto no Rio de Janeiro nas cidades de Nilópolis e Niterói.
Os presos nesta operação vão responder por adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. As investigações prosseguem para responsabilizar todos os envolvidos e identificar os responsáveis pela produção desse material.