Pesquisadores recolhem cerca de 600 quilos de coral-sol no arquipélago de Alcatrazes em São Sebastião

Pesquisadores do ICMBio, do Cebimar e do Instituto Oceanográfico da USP embarcados no Navio de Pesquisa Soloncy Moura já recolheram cerca de 600 quilos do coral-sol no arquipélago de Alcatrazes, na costa sul de São Sebastião.

 

 

Alcatrazes é um arquipélago brasileiro, localizado aproximadamente 35 km ao sul de São Sebastião. É protegido pela Estação Ecológica Tupinambás (ESEC Tupinambás) e pelo Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes) possuindo uma área de 67.409 hectares, ou seja, a maior área marinha de proteção integral das regiões Sul e Sudeste do país. A área do Refúgio abrange todo o arquipélago dos Alcatrazes, composto por suas ilhas (com exceção da ilha da Sapata e daquelas já protegidas pela ESEC Tupinambás) e expressivo entorno marinho. 

O arquipélago possui ampla biodiversidade onde foram identificados até o momento na ESEC e no Refúgio 1.292 espécies, entre flora e fauna, com, pelo menos, 93 delas sob algum grau de ameaça. O levantamento através de expedições revelou 320 espécies de flora, 103 espécies de aves, 259 espécies de peixes, 465 invertebrados bentônicos, 9 espécies de herpetofauna terrestre, duas espécies de tartarugas marinhas, 10 espécies de mamíferos marinhos, 64 espécies de macroalgas e 60 espécies de invertebrados terrestres. Dentre todas as espécies identificadas, 20 são consideradas endêmicas e 20 são consideradas exóticas.

 

As pesquisas foram iniciadas no dia 2 de junho com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os peixes do arquipélago e apoiar no manejo do coral-sol e na fiscalização da pesca ilegal. Os trabalhos de pesquisa serão encerrados no dia 12, segunda-feira.

 

O coral-sol é considerado uma praga, já que se espalha rapidamente e não existe um predador natural no Brasil. O coral-sol vem causando sérios impactos ecológicos, econômicos e sociais, que conflitam com um meio ambiente saudável. São comprovadamente nocivos às populações e comunidades nativas. As espécies se espalham rapidamente, dominando costões rochosos e recifes.

 

De acordo com o levantamento realizado por consultoria contratada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), há registros de ocorrência do coral-sol na zona costeira dos seguintes estados do Brasil: Rio de Janeiro – Baía de Ilha Grande, Baía de Sepetiba, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arquipélago das Cagarras; Bahia – Baía de Todos-os-Santos; São Paulo – Ilhabela, Arquipélago de Alcatrazes e Laje de Santos; Espírito Santo – Vitória e Guarapari; Santa Catarina – Ilha do Arvoredo; e Ceará – Acaraú, nessa localidade o registro se refere à ocorrência de Coral-sol em naufrágio, a cerca de 40 km da costa.

 

Navio

O navio Soloncy Moura, tem sido utilizado em várias operações de proteção ao arquipélago e várias expedições de estudos sobre Alcatrazes. A embarcação foi fundamental na elaboração do plano de manejo das unidades servindo de base para 76 pesquisadores durante o processo de elaboração do plano.

 

Apoiou na proteção quando Alcatrazes ainda era constantemente visitada por barcos de pesca ilegal. Foi fundamental para apoiar pesquisas e o início do manejo e monitoramento do coral-sol nas unidades e também permitiu o primeiro levantamento de peixes de fundo nas áreas do Refúgio de Alcatrazes, o que permitiu ressaltar a importância da unidade para a conservação de espécies ameaçadas e de interesse para a pesca.

 

O Núcleo de Gestão Integrada do Arquipélago de Alcatrazes (ICMBio Alcatrazes), responsável pela gestão das unidades de conservação Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes e Estação Ecológica (Esec) Tupinambás, é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

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