Escritor de Ubatuba, Bado Todão, lança seu primeiro romance: “Linha do Jundu”

 

O escritor ubatubano, Bado Todão, lança na próxima quinta-feira, dia 12, às 19h30, o seu primeiro romance: “Linha do Jundu”. O livro será lançado na abertura do “Pirão das Letras”, um festival literário que acontecerá na Praça Anchieta, em frente ao Casarão, no centro histórico de Ubatuba, de 12 a 14 de junho.

 

O Pirão das Letras é uma iniciativa da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (FundArt). Além da feira, o evento inclui outras atividades culturais, como o Festival de Graffiti de Ubatuba e a Festa Literária Piratas das Editoras Independentes(FLIPEI) que terá uma programação em Ubatuba antes do evento principal em São Paulo. A FLIPEI é um evento anual que celebra a literatura independente e promove o acesso democrático à cultura. O evento é gratuito e aberto a toda a população

 

 

Bado Todão

 

 

Nascido na charmosa Picinguaba, vila de pescadores artesanais ao norte de Ubatuba e, atualmente, vivendo no sertão do Ubatumirim, no “coração” da mata atlântica, Bado Todão (Foto), de 57 anos, escritor, poeta, dramaturgo, músico, ator e diretor de teatro, tem mais de 42 anos de convívio com as artes cênicas e literárias.  “Lançar em Ubatuba é uma necessidade premente. Minha produção poética é da beira-mar”, confessou o escritor em 2019, durante o lançamento de um livro de poesias.

 

 

Entre suas obras se destacam: “As palavras que eu conheço” (1992), “Canoinha Zarolha” (2008), “Mar és: narrativas caiçaras” (2015), “Ilha dos Tontos: Poesia Toda” (2019), além dos textos, A Saga de JorgeMarés, Causos de um Povo do Sol, e a ópera popular caiçara, As Lavadeiras de Rio e seus Amores de Mar contemplado com o prêmio Myriam Muniz de Teatro da Funarte em 2009, entre outros. É de sua autoria o Auto do Boi de Conchas, folguedo popular baseado em lenda homônima.

 

 

Desde o ano passado, Bado Todão, aos lado dos amigos Denise Luiz e Mirrah da Silva, moradores de Ubatuba, vem integrando o grupo cultural Ubacunhã, promovendo a cultura de Ubatuba, valorizando as histórias locais e fortalecendo a identidade caiçara. No ano passado, o grupo fez a leitura pública do roteiro cinematográfico “As Lavadeiras de Rio e seus Amores de Mar”. Desde o ano passado, Bado Todão é também o diretor do espetáculo de rua “A Encenação da Paixão de Cristo”, em Ubatuba.

 

 

Sobre o novo livro, “Linha do Jundu”, o seu primeiro romance, que será lançado nesta quinta-feira, dia 12, pela editora Haikai , uma editora independente que publica livros de diversos segmentos, o escritor conta que “o livro narra a autobiografia de um personagem fictício nascido e criado na beira do mar, desvendando as agruras de sua gente”.

 

 

Neste Linha do Jund, o autor- reafirmando  sua linguagem- desmistifica as alegorias e os folclorismos que estigmatizam os povos genuínos do litoral sudeste. Para além da paisagem bucólica e edênica que ilustra a narrativa, evidenciam-se as agruras e os  percalços da vida, revelados a partir dos sentimentos mais puros e universais dos personagens.

 

“À penumbra  daquele final de tarde, navegava empoderado, destemido  pertencente, rumo à Prainha e  à minha velha  casinha, para além da linha do jundu. À minha frente , como guia, nas alturas da serra Atlântica, surgia a primeira  estrela – e chorei, feliz, por amar, revelando-se ali algo que eu procurava por todos aqueles meses  passados em exílio e estudos bíblicos. Era o amor a maior emanação de Deus”

 

 

No litoral brasileiro, a considerada  “linha de jundu” refere-se ao limite da praia onde começa a vegetação natural ou, na ausência de vegetação, onde começa um outro ecossistema, como uma restinga. É um conceito usado na prática, especialmente para demarcar terrenos de marinha, em vez da linha da preamar média de 1831. O jundu é uma vegetação importante para a proteção costeira, ajudando a evitar a erosão das praias. 

 

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