Ilhabela tem proporcionalmente a maior população de católicos no Litoral Norte, 47,47% dos moradores; Ubatuba registra a maior proporção de evangélicos, 32,47%. Catolicismo continua perdendo adeptos no país
Por Salim Burihan
*Com informações da Agência IBGE
O catolicismo foi a religião predominante em todas as cidades do Litoral Norte Paulista segundo dados do Censo 2022 divulgados na última sexta-feira, dia 6, pelo IBGE. Ilhabela com 35 mil habitantes concentra, proporcionalmente, a maior população de católicos na região, 47,47% dos habitantes da ilha se declararam católicos.
São Sebastião, com 81595 habitantes é a segunda cidade com maior porcentagem de católicos no Litoral Norte: 45,30% dos moradores se declararam católicos. Caraguatatuba, com 135 mil habitantes, tema terceira maior população de católicos na região: 41,87% dos moradores se declararam católicos na pesquisa feita pelo IBGE. Ubatuba com 92.981 habitantes tem a menor população de católicos no Litoral Norte: 40,85% dos moradores se declararam católicos.
Evangélicos
Em relação aos evangélicos, a maior proporção foi registrada em Ubatuba onde 32,47% da população se identificou como evangélica. Caraguatatuba tem a segunda maior população de evangélicos da região: 31,67%. Em São Sebastião, 28,82% dos moradores declararam ser evangélicos. Ilhabela tem a menor população evangélica da região: 27,05% da população se identificou como evangélica.
Espíritas
A maior proporção dos que se declaram espíritas no Litoral Norte está em Caraguatatuba, onde 3,01% da população se declarou espírita. Em Ilhabela, 2,69% se identificou como espírita; em Ubatuba, 2,45% da população é espírita; e, em São Sebastião, 2,19% segue o espiritismo.
Umbanda e Candomblé
Caraguatatuba tem a maior proporção de moradores umbandistas e candomblecistas, 2,14% dos habitantes se identificaram como praticantes de Umbanda e Candomblé. Em Ubatuba, 1,59% dos moradores são umbandistas e candomblecistas. Em Ilhabela, 1,45% se identificaram como praticantes de Umbanda e Candomblé. Em São Sebastião, 1,25% dos moradores praticam Umbanda e Candomblé.
Na região do Litoral Norte, São Sebastião lidera com 0,31% a população que segue tradições indígenas. Em Ubatuba, este índice é 0,29%. Em Ilhabela, 0,03% da população segue tradições indígenas; e, em Caraguatatuba, apenas 0,01% pratica ou segue tradições indígenas.
Em Ilhabela, 8,22% declararam seguir outras religiosidades; em São Sebastião, 7,53%; em Ubatuba, 7,38%; e, em Caraguatatuba, 6,6%. Se identificaram sem qualquer religião: 14,76% dos moradores de Ubatuba; 14,53% dos habitantes de Caraguatatuba; 14,43% dos moradores de São Sebastião; e, 13,03% dos moradores de Ilhabela.
Brasil
O Censo Demográfico de 2022 mostrou a consolidação das mudanças do perfil religioso do Brasil. O catolicismo apostólico romano, que em 2010 concentrava 65,1% (105,4 milhões) da população de 10 anos ou mais, passou a representar 56,7% (100,2 milhões) em 2022, uma redução de 8,4 pontos percentuais (p.p.). Por outro lado, observou-se o aumento de 5,2 p.p. na proporção de evangélicos, passando de 21,6% em 2010 (35 milhões) para 26,9% em 2022 (47,4 milhões). As informações são do Censo Demográfico 2022 divulgado no dia 6, sexta-feira passada.
A proporção de pessoas que se declararam sem religião teve um aumento de 1,3 p.p. entre 2010 e 2022, passando de 7,9% para 9,3%. Também houve aumento nas religiões de umbanda e candomblé (de 0,3 % em 2010 para 1,0%, em 2022) e outras religiosidades (de 2,7% para 4,0%). Houve pequeno declínio na religião espírita (de 2,2% para 1,8%). As religiosidades de tradições indígenas representaram 0,1% das declarações.
O catolicismo foi a religião predominante em todas as grandes regiões do país, tendo sua maior concentração no Nordeste (63,9%), seguido da Região Sul (62,4%), e a menor proporção na Região Norte (50,5%). Já os evangélicos variam entre 36,8%, na Região Norte, e 22,5%, no Nordeste. A maior proporção dos que se declaram espíritas está na Região Sudeste, com 2,7%; para umbandistas e candomblecistas, nas regiões Sul (1,6%) e Sudeste (1,4%). Os que se declararam sem religião estão mais presentes na Região Sudeste, com 10,5 %, onde também é mais alta a proporção de outras religiosidades (4,9%).
Das 27 unidades da federação, 13 contam com proporção de católicos apostólicos romanos superior à média nacional (56,7%), na população com 10 anos ou mais de idade. A maior proporção foi registrada no Piauí (77,4%), que também é o estado com menor percentual de evangélicos (15,6%). As menores proporções de católicos apostólicos romanos foram encontradas em Roraima (37,9%), Rio de Janeiro (38,9) e Acre (38,9%).
Em relação aos evangélicos, a maior proporção foi registrada no Acre (44,4%), e a menor no Piauí (15,6%). A maior proporção de espíritas foi encontrada no Rio de Janeiro (3,5%), enquanto a maior proporção de praticantes de Umbanda e Candomblé foi registrada no Rio Grande do Sul (3,2%) – ambas as posições já haviam sido registradas em 2010. Roraima registrou a maior proporção de pessoas sem religião (16,9%), de outras religiosidades (7,8%) e de adeptos de tradições indígenas (1,7%).
Pessoas sem religião são 9,3% dos brasileiros; maioria são homens
O Censo 2022 mostrou que a população que se declara sem religião continua aumentando, passando de 7,9% em 2010, para 9,3% em 2022, chegando a 16,4 milhões neste último Censo. A maioria são homens, que representam 56,2% ou 9,2 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade.
A Região Sudeste, com 10,6% de sua população declarada como sem religião, foi a única com proporção acima da média do país, representando 7,9 milhões de pessoas. A menor proporção estava na Região Sul, 7,1%.
Entre as unidades da federação, as maiores proporções de pessoas sem religião estavam em Roraima e Rio de Janeiro (ambas com 16,9%); as menores estavam no Piauí (4,3%), Ceará (5,3%) e Minas Gerais (5,7%).
Evangélicos têm perfil mais jovem
Embora os católicos apostólicos romanos sejam a maioria em todos os grupos de idade, sua proporção variou entre 52,0%, no grupo de 10 a 14 anos de idade, a 72,0%, no grupo de 80 anos ou mais. Entre os evangélicos, a relação é inversa: a maior proporção (31,6%) se encontra no grupo mais jovem, de 10 a 14 anos, e o grupo de 80 anos ou mais representou a menor proporção, com 19,0%. O grupo sem religião atingiu sua proporção máxima na faixa entre 20 e 24 anos (14,3%) e a mínima entre a população com 80 anos ou mais de idade (4,1%).
Na desagregação da população por cor ou raça, o Censo 2022 revelou que, entre as pessoas brancas, 60,2% se identificavam como católicas apostólicas romanas, 23,5% se identificavam como evangélicas e 8,4%, como sem religião. Pessoas com cor ou raça indígena apresentaram a maior proporção de evangélicos (32,2%), enquanto pessoas amarelas apresentaram o menor (14,3%). As maiores proporções de espíritas (3,2%), outras religiosidades (13,6%) e sem religião (16,2%) se encontram entre pessoas de cor ou raça amarela.
Já na distribuição de cada grupo religioso por cor ou raça, verificou-se que o grupo espírita era composto em sua maioria por pessoas brancas (63,8%) e pardas (26,3%). Entre os evangélicos, a maioria era de cor ou raça parda (49,1%) e apenas 0,2% eram amarelas. Entre os umbandistas e candomblecistas, os maiores percentuais eram de brancos (42,7%) e pardos (26,3%). Entre a população de tradições indígenas, 74,5% eram de pessoas de cor ou raça indígena. Entre os sem religião, os maiores percentuais estavam entre pardos (45,1%) e brancos (39,2%).
Espíritas têm os melhores níveis de instrução
Entre as pessoas de 25 anos ou mais de idade, os espíritas apresentaram os menores percentuais de indivíduos sem instrução e com ensino fundamental incompleto (11,3%). É também o grupo com o maior percentual de nível superior completo (48,0%), uma diferença de 29,6 p.p. em relação ao total do país (18,4%). Já entre os católicos romanos, 38,0% são sem instrução e com ensino fundamental incompleto e apenas 18,0% têm nível superior completo. As pessoas de tradições indígenas têm os percentuais mais elevados para os sem instrução e com ensino fundamental incompleto (53,6%), uma diferença de 18,4 p.p. em relação ao total Brasil (35,6%) para o mesmo nível. Entre os evangélicos, a maior proporção é no nível médio e superior incompleto, com 35,2%, seguido por sem instrução e com ensino fundamental incompleto, com 34,9%.