O Conselho Estadual de Mudanças Climáticas (CEMC) conheceu na reunião do dia 22, o Projeto Escolas Seguras, uma iniciativa do Instituto Conservação Costeira (ICC), coordenado pela advogada Fernanda Carbonelli.
O projeto tem como objetivo capacitar alunos e professores da rede municipal de São Sebastião para a prevenção de riscos e a adoção de protocolos em situações de desastres naturais — cada vez mais frequentes em razão das mudanças climáticas.
A ação está sendo implementada em oito escolas de São Sebastião e inclui oficinas, palestras e atividades educativas, realizadas também na Área de Proteção Ambiental (APA) Baleia Sahy.
Em 2025, o projeto está presente em 8 escolas públicas do município, promovendo pesquisas participativas em Redução do Risco de Desastres (RRD), palestras, oficinas e ações educativas integradas à Área de Proteção Ambiental APA Baleia Sahy, fortalecendo a política pública de educação ambiental municipal.
O Projeto Escolas Seguras também possui um diálogo com a Rede de Educação para Redução de Riscos de Desastres no Litoral Norte de São Paulo, que tem buscado consolidar uma rede colaborativa envolvendo escolas, comunidades locais e tradicionais, órgãos públicos na prevenção e no monitoramento para redução de riscos de desastres no território.
Segundo o Instituto Conservação Costeira (ICC), o compromisso vai além da transferência de conhecimento: buscamos estimular a participação ativa de crianças e adolescentes nas decisões que impactam suas vidas. Ao promover a escuta, o protagonismo e o desenvolvimento de competências socioambientais, o ICC reconhece o potencial dos jovens como agentes de transformação em suas comunidades.
PEARC
O Conselho Estadual de Mudanças Climáticas (CEMC) na reunião do dia 22,durante a 2ª Reunião Ordinária do Plenário, teve como destaque a apresentação da versão final do Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (PEARC). O documento será lançado oficialmente durante a Semana do Meio Ambiente e posiciona o Estado de São Paulo na vanguarda das políticas públicas de adaptação climática no Brasil.
O PEARC é um instrumento estratégico que orienta as ações do Estado para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, com foco na proteção de populações vulneráveis, na conservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. A apresentação foi conduzida por Marina Balestero, da Diretoria de Planejamento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
A secretária da Semil, Natália Resende, destacou a importância do plano como política pública ambiental: “O PEARC reafirma o protagonismo de São Paulo na agenda climática, com ações concretas e integradas que garantem segurança, qualidade de vida e sustentabilidade para as próximas gerações”, afirmou.
Desenvolvido em parceria com a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), o plano passou por uma ampla consulta pública ao longo de 2024, reunindo mais de mil participantes em rodas de conversa, eventos e reuniões. Foram recebidas 634 contribuições, das quais 73% foram incorporadas ao documento final.
A versão definitiva do plano estabelece 49 ações e 236 subações, organizadas em cinco eixos temáticos: biodiversidade; saúde única; segurança alimentar e nutricional; segurança hídrica; e zona costeira. Também estão incluídos um eixo transversal de justiça climática e um eixo estruturante voltado à infraestrutura resiliente.
Segundo Marina Balestero, o PEARC foi estruturado em cinco etapas principais: identificação do aumento climático, análise de impactos, levantamento de problemas, definição de ações e desdobramento em subações. Esses componentes delimitam áreas prioritárias para recuperação e conservação ambiental. A execução do plano terá início em 2025, com um ciclo inicial de três anos e implementação gradual das medidas propostas.
O subsecretário de Meio Ambiente da Semil, Jônatas Souza da Trindade, ressaltou a relevância da escuta pública no processo de formulação. “Este plano é resultado de um processo participativo exemplar. A sociedade civil e os municípios contribuíram de forma efetiva para consolidarmos um documento robusto, que orientará nossas ações pelos próximos anos.”