O boi Elias tornou-se um dos símbolos da luta pelo fim dos embarques de cargas vivas em portos brasileiros; sua história foi transformada em um documentário em 2023, confira abaixo:
Por Salim Burihan
Fotos: Reproduzidas do Documentário Elias: o boi que aprendeu a nadar”
No dia 14 de junho, na Praia das Cigarras, em São Sebastião (SP), será realizada a ” Vigília Boi Elias Presente”, em memória aos 7 anos da recaptura, neste mesmo local, do Boi Elias — símbolo maior da luta pelo fim dos embarques de animais vivos pelos portos brasileiros.
A história do Boi Elias acabou se transformando em um documentário “Elias, o boi que aprendeu a nadar”, produzido pela Mercy For Animals (MFA), com narração da atriz Laila Zaid. Elias tornou-se um símbolo de resistência contra a exportação de animais vivos, especialmente em São Sebastião, que é um dos principais portos de exportação de animais vivos no Brasil.
Durante a vigília, haverá a apresentação do grupo Boi de Conchas, de Ubatuba, uma encenação tradicional da cultura caiçara que narra a fuga de um boi pelo mar em busca da liberdade, como o próprio Boi Elias; do Grupo Aleluia de Fandango Caiçara, com uma manifestação viva do folclore da região, preservando a cultura caiçara através da música e dança; e, apresentações musicais de Amadeu Matos e Gabriel Loyola, dois grandes artistas locais, que trarão suas vozes e canções em solidariedade à causa.
Segundo os organizadores da “Vigília Boi Elias”, o ato político e cultural reunirá lideranças comunitárias, ambientalistas, defensores da causa animal e grupos culturais, reafirmando o apoio dos movimentos sociais à luta contra a cruel exportação de animais vivos pelo Porto de São Sebastião. Essa atividade, além de infringir os direitos dos animais, ameaça seriamente o meio ambiente de uma região protegida por legislação nacional e internacional, cercada por Áreas de Proteção Permanente.
Boi Elias
Em 2018, no dia 14 de junho, um boi supostamente teria pulado da rampa de embarque em direção ao mar, em São Sebastião, para não ser colocado no navio Aldelta , de bandeira panamenha, que estava embarcando 5 mil cabeças de bois para levar para a Turquia, onde seriam abatidos para consumo. O boi, posteriormente apelidado de Elias, nadou por cerca de cinco horas, um percurso de 10 quilômetros entre a Pontas das canas e a Praia das Cigarras, .até ser enlaçado e resgatado, bastante exausto, pelos tripulantes do veleiro Endurance e deixado na praia Praia das Cigarras.
O boi, apesar do extremo cansaço, foi entregue a Defesa Civil e, posteriormente, avaliado por veterinários do grupo exportador e reencaminhado ao navio para ser exportado juntamente com o restante dos animais. As imagens de “Elias” extremamente exausto e desgastado, caído na beira da praia, produzidas pelo fotógrafo e agroflorestor, Rodrigo Polacow, repercutiram imediatamente e o tratamento dado ao animal resultou em protestos por parte de representantes da sociedade civil contrária ao embarque de cargas vivas pelo porto sebastianense.
Em São Sebastião, onde a exportação de cargas vivas cresceu nos últimos anos, a sociedade civil tem protestado contra o embarque de cargas vivas pelo porto local. Os animais transportados em navios enfrentam longas jornadas, estresse, falta de espaço e condições precárias de higiene, com muitos morrendo pelo caminho. A exportação de animais vivos também gera prejuízos para o turismo local, devido ao cheiro dos caminhões e à degradação ambiental.
Este ato político e cultural reunirá lideranças comunitárias, ambientalistas, defensores da causa animal e grupos culturais, reafirmando o apoio dos movimentos sociais à luta contra a cruel exportação de animais vivos pelo Porto de São Sebastião. Essa atividade, além de infringir os direitos dos animais, ameaça seriamente o meio ambiente de uma região protegida por legislação nacional e internacional, cercada por Áreas de Proteção Permanente.
Confira o documentário “Elias: O boi que aprendeu a nadar”, lançado em 2023, narrado pela atriz Laila Zaid e produzido pela associação Mercy For Animals no Brasil (MFA):