Museu da Cultura Afro-Brasileira comemora 1 ano com programação especial em Ilhabela

 

O Museu da Cultura Afro-Brasileira de Ilhabela completou seu primeiro ano de existência com uma programação intensa e diversificada, que reuniu arte, música, educação e história. As atividades foram realizadas entre os dias 10 e 13 de maio, com participação ativa da comunidade e das escolas da rede municipal de ensino. O evento destacou a relevância do museu como um espaço de preservação e valorização da cultura afro-brasileira, sendo o único do gênero no Litoral Norte de São Paulo.

A comemoração teve início no sábado (10), no Museu, localizado na Fazenda Engenho D’Água, com uma apresentação do grupo Terreirão do Samba SP. O coletivo, que reúne jovens compositores e integrantes da Velha Guarda de várias regiões do Estado, trouxe ao público um repertório vibrante, exaltando o samba em suas mais variadas expressões. O projeto é fruto da parceria entre a Associação de Sambistas Terreiros e Comunidades do Samba de São Paulo (ASTEC SP), o Instituto Cultural e Social Imperador da Ilha e o mandato da deputada estadual Leci Brandão.

Durante a apresentação, a ilhabelense Noemi Petarnella foi homenageada com um certificado em nome do projeto Terreirão do Samba SP. Fundadora da Associação do Movimento Afrodescendente de Ilhabela (AMAI) e da Liga das Entidades Carnavalescas de Ilhabela (LECI), Noemi é uma das grandes referências da luta pela valorização da cultura negra no município. O reconhecimento foi uma forma de agradecer sua trajetória e o impacto positivo de sua atuação na preservação das tradições afro-brasileiras locais.

Na terça-feira (13), o museu abriu suas portas para um dia inteiro de atividades voltadas às escolas municipais. Alunos de diversas idades participaram de apresentações de capoeira, maracatu, boi de conchas, batalhas de rima, contação de histórias sobre a Congada de Ilhabela, além de shows com o DJ Kost. As ações reforçaram o caráter educativo do museu e sua missão de formar novos olhares sobre a história e a identidade do povo ilhabelense, além de trabalhar a educação antiracista nos alunos.

O prefeito Toninho Colucci destacou a importância do espaço como ferramenta de fortalecimento da identidade cultural de Ilhabela. “O museu representa o resgate da ancestralidade do nosso povo. É um local de memória, mas também de construção de conhecimento e valorização das nossas raízes. Temos orgulho de ter em Ilhabela uma referência tão forte na preservação da cultura afro-brasileira”, afirmou.

Para a chefe da Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural, Eloiza Lourenço, o aniversário do museu é um marco na história recente da cidade. “Celebrar este primeiro ano é reafirmar o nosso compromisso com a valorização da diversidade e da história do nosso povo. O museu é um espaço vivo, que conecta passado, presente e futuro por meio da cultura”, ressaltou.

O museu foi inaugurado em 13 de maio de 2024, em uma escolha simbólica para ressignificar o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil. A data passou a representar, em Ilhabela, um momento de celebração da resistência e da contribuição do povo negro para a formação da identidade local.

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