Prefeitura de Caraguatatuba pretende transformar navio aposentado pela Marinha em espaço cultural

Para a prefeitura, o Navio Sirius poderá se transformar num novo marco para o turismo e a cultura marítima

O prefeito de Caraguatatuba, Mateus Silva, completa 100 dias de governo. Silva após “colocar a casa em ordem”, principalmente, no que se refere as finanças e aos problemas encontrados na saúde e na manutenção e limpeza dos bairros, divulgou algumas novidades que devem ser viabilizadas pela sua administração no  turismo náutico.

 

 

 A administração tem três propostas interessantes no turismo náutico, entre eles, o transporte marítimo de pedestres entre a cidade e Ilhabela, através de uma PPP(Parceria Público Privada); passeios náuticos através de um catamarã, entre Ilhabela e a Ilha Anchieta, em Ubatuba, e o a transformação do navio Sirius, aposentado pela Marinha, em 2022, num museu e espaço para exposições, aulas e eventos culturais.

 

 

Segundo a prefeitura, a travessia de pedestre entre a cidade e Ilhabela, está prevista dentro de uma PPP estadual. A proposta é facilitar a circulação de turistas entre Caraguatatuba e Ilhabela, usando embarcações que sairiam do Complexo Turístico do Juqueriquerê, na região sul de Caraguatatuba. Os turistas teriam um local para estacionarem seus veículos, reduzindo assim o número de carros na Rio-Santos e no Contorno Sul da Tamoios, principalmente, durante a temporada de verão.

 

 

A outra proposta, o cruzeiro Litoral Norte, trata-se de uma ideia do prefeito Mateus Silva, que pretende, futuramente, fazer um transporte náutico entre Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.  O Cruzeiro Litoral Norte, segundo explica a prefeitura, será um catamarã com capacidade para 250 pessoas e um restaurante, que fará passeios com saídas do pier da praia do Camaroeiro, na região central, em direção até a Ilha Anchieta, em Ubatuba e Ilhabela.  Os passeios serão explorados pela empresa Três Fronteiras Turismo.

 

 

A terceira proposta é de trazer o Navio Sirius para Caraguatatuba. O navio de 68 metros de cumprimento e 12 de largura, foi construído em  1956 para serviços de hidrografia (estudo das águas) e foi aposentado em 2022, após 64 anos de uso pela Marinha. Em 2023, o navio que é considerado um patrimônio histórico da Marinha Brasileira, chegou a ser pretendido pela cidade do Rio de Janeiro, que queria transformá-lo em um museu, proposta idealizada pelo Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro, uma associação que promove projetos sociais em parceria com a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha(DPHDM).  Na ocasião, seriam necessários investimentos na ordem de R$ 2,7 milhões para a transformação do navio em museu.

 

 

Segundo a prefeitura, o projeto para trazer o navio Sirius para Caraguatatuba foi foi apresentado pelo Instituto Mar, que já teria realizado um extenso processo junto ao Departamento de Hidrografia e Navegação (DHN) e à Marinha do Brasil. O plano inclui o detalhamento da sustentabilidade econômico-financeira, bem como o planejamento museológico e pedagógico do futuro atrativo.

 

 

Ainda, segundo a prefeitura, o prefeito Mateus Silva teria prontamente manifestado o seu interesse e compromisso em receber o navio na cidade, reconhecendo o potencial do equipamento como um importante vetor de desenvolvimento turístico, cultural e educacional. A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, está acompanhando ativamente os trâmites para a autorização da remoção e instalação do Sirius.

 

 

A prefeitura informou ainda que o projeto conta também com o apoio da Secretaria de Turismo e Viagens do Governo do Estado de São Paulo, que vê na iniciativa uma oportunidade estratégica para valorizar o patrimônio naval brasileiro e fortalecer o turismo náutico e cultural no Litoral Norte.

Detalhes do Navio Sirius
Lançamento: 30 de julho de 1957
Incorporação: 17 de janeiro de 1958

Dimensões: 77.90 m de comprimento, 12.03 m de boca e 3.70 m de calado.
Propulsão: dois motores diesel Villares B&W de 10 cilindros em V, com potência de 1.550 HP a 850 rpm, acoplados a 2 eixos com hélices de passo controlável de quatro pás com 2.0m de diâmetro e acionamento hidráulico.

Geração de energia: três grupos motores geradores auxiliares (MCA), com motores Cummins NTA 855G4 de 6 cilindros em linha, o que proporciona 250 KVA a 1800 rpm. Os geradores são de fabricação NEGRINI. O diesel gerador de emergência (DGE) é de fabricação NEGRINI (100KVA).

Capacidade de combustível: 350 toneladas.

Velocidades: velocidade máxima de 14 nós; velocidade máxima mantida de 12 nós e velocidade de cruzeiro de 11 nós.

Raio de Ação: 12.000 minhas marítimas a 11 nós.


Armamento: nenhum.


Sensores: 2 radares de navegação, um Decca 1230 e um Furuno Mk 1942.

Equipamentos: dois ecobatímetros para Hidrografia: Simrad EA 500 (12, 38 e 200KHz) e Atlas Deso 25 (33 e 210KHz); um ecobatímetro Coester SQN-3V para Navegação; ecobatímetros portáteis ODOM Hydrotrac; duas lanchas hidrográficas; um guincho oceanográfico e uma sondareza.

Tripulação: 129 homens.

Histórico

O Navio Hidrográfico Sirius – H 21, é o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome, uma referência à estrela alfa da constelação de Cão Maior, a mais brilhante do firmamento. Foi encomendado em 27 de abril de 1956, ao estaleiro Ishikawajima Harima Heavy Industries, em Tóquio, Japão. Teve sua quilha batida em 13 de dezembro de 1956, foi batizado e lançado ao mar em 30 de julho de 1957, sendo sua madrinha a Sra. Toshiwo Doko, esposa do presidente da IHI. Foi entregue em 13 de dezembro de 1957 e incorporado e submetido a Mostra de Armamento em 17 de janeiro de 1958, em cerimônia realizada em Tóquio. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Fragata Hélio Ramos de Azevedo Leite. Fonte: Marinha do Brasil

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