O Centro Comunitário do Quilombo da Caçandoca, na região sul de Ubatuba, no Litoral Norte Paulista, será palco neste sábado, dia 12, a partir das 8 horas, do lançamento do livro “A Vida de Georgina: Conhecendo o Manguezal”. A obra, escrita por Marlene Giraud e Carla Beatriz Barbosa, traz à tona a trajetória de sobrevivência do guaiamum, um crustáceo que enfrenta desafios críticos no momento de sua desova.
O evento, que é gratuito e aberto ao público, contará com atividades voltadas à educação ambiental, como a limpeza de praias e o plantio de mudas nativas, com o objetivo de promover ações concretas de preservação e conscientização sobre a importância dos ecossistemas naturais.
O projeto foi contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, por meio da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart). O livro tem como autoras Marlene Giraud e Carla Beatriz Barbosa; fotografia de Tadeu Fischer; coordenação editorial e projeto gráfico de Rosana Gaeta; assistente de edição foi Martina Medina; revisão de texto feita por Angelina Pagés Ribas; organização do Tamoio de Ubatuba e Manguezal Terra do Guaiamum.
O projeto Manguezal Terra do Guaiamum, que protege os caranguejos guaiamum no mangue da praia da Caçandoca, em Ubatuba, no Litoral Norte Paulista, comemora 13 anos neste mês de abril. É um dos projetos pioneiros na região na proteção dos caranguejos guaiamuns.
A comemoração dos 13 anos do projeto acontece como lançamento do livro “A Vida de Georgina: Conhecendo o Manguezal” e com a “Andada dos Guaiamuns”, no manguezal que fica no canto direito da Praia da Caçandoca. A “Andada dos guaiamuns” ocorre no mês de Abril, durante a lua nova, quando as fêmeas dos caranguejos saem do mangue e “andam” pela praia em direção ao mar para desovarem. O caranguejo terrestre Cardisoma guanhumi, é conhecido popularmente como guaiamum, pode ser encontrado entre o litoral sul do Brasil e a Flórida (EUA).
A espécie varia em cor de azul escuro a marrom ou cinza e pode crescer até 15 centímetros na largura da carapaça e pesar mais de 500 gramas. Suas pinças desiguais, no caso dos machos, podem chegar a medir trinta centímetros. Atingem a maturidade sexual aos quatro anos e seu ciclo reprodutivo depende do verão e das fases da lua. A fecundação é interna e poligênica. Ou seja, vários machos para uma fêmea.
O guaiamu sai da toca a noite para se alimentar. Comem frutos, folhas e animais em decomposição. Desde 30 de maio de 2018, a portaria 161 do Ibama proíbe a captura de guaiamu. No Brasil, a desova se dá entre os meses de fevereiro e maio. Durante a estação reprodutiva, esses caranguejos lançam milhares de larvas na água durante a maré cheia da lua nova.