A praia do Itaguá (Foto), em Ubatuba, foi a mais poluída de 2024 no Litoral Norte. O ranking foi elaborado com base nos 52 boletins divulgados pela Cesteb ao longo de 2024.
Por Salim Burihan
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) analisa semanalmente, durante 52 semanas, a balneabilidade em 98 praias do Litoral Norte Paulista. A companhia monitora 35 pontos em Ubatuba; 31 pontos, em São Sebastião, 19, em Ilhabela; e, 14 em Caraguatatuba. As amostras de água do mar são coletadas nos finais de semana, normalmente, aos domingos. São monitorados 114 quilômetros de praias no Litoral Norte Paulista.
Todos os domingos 6 técnicos percorrem o litoral para a realização das amostragens. A amostra de água é colhida no mar na profundidade média de 1m onde se encontra a maioria dos banhistas. As análises laboratoriais requerem um período de 24 horas de incubação para o crescimento da bactéria fecal (enterococos).
Os técnicos avaliam a água das praias periodicamente, analisando a presença de coliformes fecais. Quando a quantidade de colônias de bactérias é superior a 100 por cada 100 milímetros de água, a praia é considerada imprópria para banho e é sinalizada com bandeira vermelha. A praia classificada como própria para uso e identificada com a bandeira é verde.
Os boletins divulgados às quintas-feiras, no site da Cetesb, tem como objetivo orientar os usuários das praias. Os usuários devem evitar banhar-se em praias impróprias, pois a água pode estar contaminada com bactérias, vírus e protozoários. A exposição a esses elementos pode causar doenças e infecções, principalmente em crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa. O NP publica toda quinta-feira os boletins divulgados pela Cetesb também com essa objetivo orientar os banhistas sobre a balneabilidade das praias na região.
A poluição das águas do mar pode ter várias causas, entre elas: a falta de saneamento básico que faz com que o esgoto de bairros que não possuam rede de coleta e tratamento chegue as praias através dos córregos e rios. O lixo também colabora com a poluição quando abandonado nas praias e nos bairros e acaba chegando ao mar. As prefeituras e a Sabesp investem na expansão do saneamento básico na região. Segundo dados de 2022 do Instituto Água e Saneamento, Caraguatatuba tem 83,57% de suas moradias atendidas pela coleta e tratamento do esgoto ; São Sebastião, 63,2%; Ilhabela, 61,48%; e, Ubatuba, apenas 36 % de moradias beneficiadas com coleta e tratamento do esgoto urbano.
Ranking 2024
No Litoral Norte Paulista, entre as 98 praias monitoradas, a praia do Itaguá, em Ubatuba, foi classificada como a mais poluída em 2024. A praia que fica na região central do município esteve imprópria para uso em 51 das 52 semanas do ano no monitoramentos realizado no nº 1724 da avenida Leovigildo Dias Vieira. A praia também é monitorada na altura do nº 240 da avenida Leovigildo que esteve impróprio durante 40 semanas do ano. No ano passado, 2023, a praia também foi classificada com a mais poluída da região quando esteve 50 semanas poluída.
O trecho da Praia de Itamambuca, próximo ao rio, foi classificado como a segunda praia mais poluída da região em 2024, por ficar durante 27 das 52 semanas classificado com imprópria para uso. A Cetesb monitora dois trechos da praia de Itamambuca: este segundo trecho ficou próprio para uso nas 52 semanas do ano. Itamambuca é uma das praias mais famosas de Ubatuba e este ano foi classificada como Reserva Nacional de Surfe através da iniciativa da comunidade local.
Na terceira colocação entre as mais poluídas em 2024 ficaram as praias Pontal da Cruz, em São Sebastião e Prainha, em Caraguatatuba. Ambas passaram 25 das 52 semanas do ano classificadas como impróprias para uso pela Cetesb. A Prainha é uma das praias mais frequentadas de Caraguatatuba, mas apesar do bairro ter saneamento a praia vive poluída. No ano passado, ficou na quarta colocação por ficar imprópria para uso por 25 semanas.
A quarta praia mais poluída do Litoral Norte em 2024 foi a de São Francisco, na costa norte de São Sebastião. A praia reduto dos pescadores artesanais do município que tem entre suas principais atrações o convento de São Francisco passou 23 das 52 semanas do ano classificada como imprópria. No ano passado, a praia havia ficado na 5ª colocação entre as mais poluídas quando esteve imprópria por 36 semanas.
A quinta praia mais poluída de 2024 também teve duas praias relacionadas, a do Indaiá, em Caraguatatuba e a Itaquanduba, em Ilhabela. As duas praias estiveram poluídas em 20 das 52 semanas avaliadas pela Cetesb. Itaquanduba, em Ilhabela, no ano passado, foi a segunda mais poluída da região, com 29 imprópria para uso. A do Indaiá, uma das praias mais frequentadas em Caraguatatuba, esteve 24 semanas poluída em 2023.
Várias praias da região apresentaram excelentes condições de balneabilidade em 2024: Guaecá, Toque Toque Grande, Maresias e Baleis, em São Sebastião; Massaguaçu, Capricórnio, Mococa e Martim de Sá em Caraguatatuba; Domingas Dias, Toninhas e Praia Grande, em Ubatuba; e, Curral, Feiticeira Siriuba e Grande, em Ilhabela.
Confira o ranking das praias mais poluídas em 2024:
Ubatuba
1º- Itaguá- 51 semanas imprópria
2º- Rio Itamambuca – 27 semanas imprópria
3º- Lázaro- 17
4º- Iperog – 16
5º- Perequê-Mirim – 10
Caraguatatuba
1º- Prainha(Foto)- 25 semanas imprópria
2º- Indaiá – 22 semanas
3º- Rio Tabatinga – 20
4º-Centro – 12
5º- Cocanha- 3
São Sebastião
1º- Pontal da Cruz- 25 semanas imprópria
2º -São Francisco(Foto)- 23 semanas impróprias
3º- Prainha – 20
4º- Cigarras – 18
5º- Deserta – 16
Ilhabela
1º- Itaquanduba(Foto)- 20 semanas imprópria
2º- Portinho – 18
3º- Pinto – 17
4º- Barreiros do Sul – 15
5º – Itaguaçu – 12
5º- Feiticeira e Julião- 7 semanas
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