Prefeitura usou máquinas para retirar 150 quilos de peixes motos nas areias da praia do Indaiá. Cetesb e Prefeitura alegam que peixes mortos são “rejeitos da pesca de arrasto do camarão”. Foto: Cláudio Gomes/PMC, mostra máquina de rastelo limpando a areia da praia
Após denúncias e reclamações de moradores e veranistas, a Prefeitura de Caraguatatuba, através da Secretaria de Serviços Públicos (Sesep), realizou ontem, quarta-feira, dia 13, a retirada de cerca de 150 kg de peixes mortos das areias da praia do bairro Indaiá, região central da cidade. Os peixes mortos, principalmente, pequenos bagres, também se acumulavam nas areias das praias do Centro e Aruan, segundo os moradores.
Preocupados, os moradores e veranistas postaram nas redes sociais imagens mostrando a grande quantidade de peixes motos espalhados nas areias das praias da região central. O Notícias das Praias foi procurado por vários moradores e veranistas preocupados com a situação, principalmente, às vésperas de um feriado prolongado.
Os veranistas e praticantes de caminhada chegaram a suspeitar que a mortandade de peixes estivesse relacionada a uma possível contaminação da água do mar. Eles cobraram uma avaliação por parte da Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que monitora semanalmente a qualidade da água do mar para que seja identificada a causa da morte dos peixe. A Cetesb descartou a poluição das águas do mar. Alegou que tratava-se de rejeito da pesca de arrasto do camarão.
Os veranistas e moradores também cobraram providências por parte da prefeitura da cidade para que recolha, principalmente, os bagres mortos na areia e no mar. Eles temem que os espinhos dos bagres possam causar ferimentos nos banhistas, principalmente, com crianças e idosos durante o feriado prolongado.
O veranista Odair dos Santos, que tem casa no Indaiá, disse que os peixes mortos, a maioria, bagres, ofereciam um risco muito grande aos banhistas que caminham pela areia da praia. “Quinta-feira, começa o feriado prolongado e podem ocorrer inúmeros acidentes com os turistas caso os bagres mortos não sejam recolhidos pela prefeitura”, comentou Odair.
A prefeitura, através da Sesep, utilizou um rastelo mecânico, que vem sendo utilizado também para retirada de resíduos orgânicos como folhagens, entre outros.
Segundo a prefeitura, os peixes encontrados mortos na praia são resultado da pesca de camarões ou outras espécies. Durante essa atividade, os peixes podem ficar presos nas redes, e ao puxá-las, muitos morrem e são devolvidos ao mar. Com o movimento das marés, esses peixes acabam sendo levados para a areia da praia.
A Prefeitura de Caraguatatuba alega que vem orientando pescadores a praticar uma pesca com menor impacto, justamente para proteger os ecossistemas aquáticos e reduzir a mortalidade dos peixes.
Segundo a prefeitura, o fenômeno ocorrido não é característico de Caraguatatuba, mas em todo o Litoral Norte, onde há atividade pesqueira. Logo que foi detectado, a Prefeitura não só informou a Polícia Ambiental sobre o fato.
Os peixes recolhidos foram levados ao transbordo em Caraguatatuba e em seguida ao aterro sanitário de Jambeiro, onde receberiam o tratamento adequado.