Prefeitura e Cetesb suspeitam que peixes mortos sejam rejeito da pesca de arrasto de camarão; prefeitura pediu investigação pela Polícia Ambiental
Por Salim Burihan
Frequentadores das praias do Centro, do Indaiá e do Aruan, em Caraguatatuba, no Litoral Norte Paulista, estão assustados com a grande quantidade de peixes mortos espalhados pela areia das três praias.
Banhistas e praticantes de caminhada estão preocupados com a mortandade de peixes, suspeitando de uma possível contaminação da água do mar. Eles cobram uma avaliação por parte da Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que monitora semanalmente a qualidade da água do mar para que seja identificada a causa da morte dos peixe.
Os moradores também cobram providências por parte da prefeitura da cidade para que recolha, principalmente, os bagres mortos na areia e no mar. Eles temem que os espinhos dos bagres possam causar ferimentos nos banhistas, principalmente, com crianças e idosos que caminham pelas areias das duas praias.
Andreia Melo fez imagens dos peixes mortos avistados na areia da praia do Indaiá. “Fiquei muito triste ver a praia do Indaiá deste jeito”, comentou em sua postagem nas redes sociais. A praia do Indaiá é uma das mais frequentadas da cidade de Caraguatatuba.
“Isso é um descaso e falta de respeito com a natureza, os rios desaguam n mar, todos podres, cheio de lixo e esgoto e ninguém faz nada”, comentou Virgínia Sacramento. Segundo ela, Caraguatatuba é uma cidade turística e depende do mar para sobreviver, mas trata com tanto descaso. Ela argumentou que fez vários vídeos e já denunciou no 156, mas até agora ninguém tomou as devidas providências.
O veranista Odair dos Santos, que tem casa no Indaiá, disse que os peixes mortos também podem ser avistados nas areias da praia do Aruan. Segundo ele, os bagres oferecem um risco muito grande aos banhistas que caminham pela areia da praia. “Quinta-feira, começa o feriado prolongado e podem ocorrer inúmeros acidentes com os turistas caso os bagres mortos não sejam recolhidos pela prefeitura”, comentou Odair.
Prefeitura
A Prefeitura de Caraguatatuba, através da Secretaria de Meio Ambiente, Agricltura e Pesca, informou que os peixes encontrados mortos na praia, geralmente pequenos bagres são resultado da pesca de camarões ou outras espécies.
Segundo a prefeitura, durante essa atividade, os peixes podem ficar presos nas redes, e ao puxá-las, muitos morrem com o impacto e são devolvidos ao mar, acabando na areia da praia trazidos pela maré.
A prefeitura afirma ainda que sempre orienta os pescadores a praticar uma pesca com menor impacto, justamente para proteger os ecossistemas aquáticos e reduzir a mortalidade dedos peixes e demais animais marinhos.
Segundo a prefeitura, esse fenômeno não é característico apenas de Caraguatatuba, mas, em geral de todos os municípios litorâneos com atividades pesqueiras próximas à costa. Independentemente disso, a prefeitura informou a Polícia Ambiental sobre o fato.
Ainda, segundo a prefeitura, a Secretaria de Serviços Públicos foi acionada e encaminhou uma equipe para fazer a limpeza das praias em toda a extensão da orla central da cidade.
Cetesb
A CETESB ( Agência Ambiental de São Paulo) informou que técnicos da companhia percorreram no mês passado , cerca de 10 quilômetros em Caraguatatuba, da praia do Camaroeiro até a foz do Rio Juqueriquerê, constatando presença de peixes mortos, de uma espécie de bagre, em vários estágios de decomposição. Aparentemente, a maré vem trazendo os espécimes, mortos e devorados, sugerindo sua proveniência da zona de fundo do mar, à mercê de camarões e siris, que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, como tecidos de plantas ou animais. Há forte suspeita de ter sido rejeito da pesca de arrasto do camarão.