A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo realizou hoje na segunda-feira, dia 4, a última etapa de avaliações para o concurso que promove as cachaças do Estado paulista. As bebidas foram avaliadas por 20 jurados, de forma sensorial, para escolherem as melhores bebidas nas categorias: envelhecida, branca e amarela. Entre os avaliadores, estão representantes da Secretaria de Agricultura, especialistas e apreciadores de cachaça.
Uma das juradas, Aline Bortoletto, é cientista de alimentos e celebrou o convite para participar desta importante etapa do concurso. “Neste momento, estamos avaliando os principais parâmetros de qualidade da cachaça: olfativa, gustativa, visual e impressão geral. Tudo isso leva a uma percepção e resultado sobre aquela bebida”, ressalta Bortoletto.
Durante a prova sensorial, os jurados não ingerem as amostras, de forma a eliminar o líquido após a degustação. O teor alcoólico pode gerar fadiga sensorial, ou seja, afeta o paladar e prejudicar a análise.
O secretário executivo da SAA, Edson Fernandes, visitou a área de degustação e parabenizou os organizadores do evento e os jurados presentes. “O trabalho de vocês é essencial para elevar o status da qualidade da cachaça, com muita seriedade e transparência, o Concurso Cachaça.SP faz com que o Estado ganhe espaço no mercado nacional e internacional, especialmente em São Paulo, onde a cana-de-açúcar é tão importante”, finaliza Edson.
O concurso gera oportunidades para os produtores de cachaça paulista terem os seus rótulos reconhecidos estadual e nacionalmente, acessando novos mercados. Valoriza, também, a importância cultural e histórica do nosso povo, que atualmente produz cachaças nobres no estado de São Paulo, e a sustentabilidade da cadeia da cana-de-açúcar.
A pesquisadora e engenheira agrônoma da APTA Regional de Bauru, Elisangela Marques destaca que o concurso não tem o objetivo concorrencial, a fim de definir a melhor cachaça de São Paulo, mas sim, apresentar as cachaças paulistas, sendo pontuadas e qualificadas em ouro, prata e bronze. “O julgamento sensorial realizado por jurados de diferentes áreas, traz percepções únicas e relevantes para cada um. Esse é o objetivo do concurso, apreciar e divulgar a qualidade da bebida paulista”, completa Elisangela.
O trabalho de pesquisa e transferência de conhecimento é por meio do Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça de Alambique (Gecca). O grupo é composto por pesquisadores da Apta Regional de Bauru e da Apta Regional de Piracicaba, em parceria com o Instituto de Economia Agrícola (IEA–Apta), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), a Câmara Setorial da Cachaça Paulista e Universidades. O Gecca é coordenado pela pesquisadora Elisângela Marques Jeronimo Torres e pela vice-coordenadora pesquisadora Celina Maria Henrique Fortes.
Grupo de Estudos
O Gecca- Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça existe há quase duas décadas. A Rede atua em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, além da transferência de conhecimentos voltadas para cadeia da cachaça e dos derivados da cana-de-açúcar.
A adoção de novas tecnologias, junto às boas práticas no processo de produção, a qualidade da cana-de-açúcar como matéria-prima, as linhagens de levedura para fermentação, os cuidados com a destilação, a dinâmica da comercialização, estão em constante evolução no setor e o estado de São Paulo produz cachaças de excelente qualidade, que estão sendo reconhecidas em concursos nacionais e internacionais de destilados. O produto hoje tem novo status, destinado a um nicho de consumidores mais exigentes e dispostos a pagar mais por uma bebida diferenciada.
O Gecca- Grupo de Estudos da Cadeia da Cachaça tem como coordenadora, Elisangela Marques Jeronimo Torres – APTA Regional Bauru e conta em sua equipe com Raquel Nakazato Pinotti, da APTA Regional de Bauru; Patrícia Prati , Celina Maria Henrique Fortes e Raquel Castellucci Caruso Sachs da APTA Regional de Piracicaba ; e, Adriana Renata Verdi , do Instituto de Economia Agrícola (IEA – APTA). O grupo tem como parceiros a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI/SAA), a Câmara Setorial da Cachaça, e Universidades.
Transferência de Tecnologia
Como fruto do lançamento da obra da SAA, o Gecca está atuando na articulação dos atores envolvidos no setor, com a reativação e fortalecimento da Câmara Setorial da Cachaça Paulista e participação em eventos e feiras de divulgação da bebida de qualidade produzida no Estado de São Paulo (Cachaça.SP).
Ao longo do tempo, o grupo transferiu conhecimentos por meio de publicações científicas, participação em Congressos, bancas de defesa de teses e orientações em iniciação científica, avançando para a realização de eventos técnicos, capacitação de produtores rurais, docentes, estudantes e público em geral por meio de cursos e palestras.
Os pesquisadores participaram da retomada da Câmara Setorial da Cachaça, do lançamento do livro “Cachaça.SP” e do lançamento da Instrução Prática “Produção Artesanal de Derivados de cana-de-açúcar: açúcar mascavo, melado e rapadura” (em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI/SAA).
Atualmente trabalha na realização do Concurso “CACHAÇA.SP”, organizado pela Secretaria de Agricultura, buscando valorizar, divulgar e realizar um resgate cultural da cachaça produzida no estado de São Paulo, focando na sustentabilidade da cadeia da cachaça paulista.