Transpetro investe em tecnologia para combater furtos em dutos; São Paulo lidera com 57% dos casos

Telefone 168 recebe denúncias sobre roubo de combustíveis. Tebar, em São Sebastião, é a maior unidade operacional da Transpetro no país transferindo produtos para outras refinarias através de 500 quilômetros de oleodutos. Foto Capa: Divulgação/Transpetro

 

Responsável pelo transporte de cerca de 650 bilhões de litros de petróleo, derivados e biocombustíveis ao ano para todas as regiões do país, o Centro Nacional de Controle e Logística (CNLC) (foto), da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, também é um dos principais meios da companhia para combater o roubo em dutos.

 

Centro Nacional de Controle e Logística (CNLC) (foto) da Transpetro

 

Por meio de sofisticadas tecnologias, o CNLC é capaz de detectar precisamente onde pode estar ocorrendo uma ação criminosa e permite a intervenção imediata das equipes de campo. Com isso, nos últimos cinco anos, a companhia reduziu em mais de 85% o número de furtos. Em 2018, auge das ocorrências, foram 261 furtos ou tentativas de furto de dutos.

Em 2023, foram registradas 28 ocorrências relacionadas a furtos. Deste total, 18 foram efetivas (64%) e 10 tentativas (36%). Das 28 ocorrências de 2023, o estado de São Paulo foi responsável por 57% dos casos (16), seguido pelo Rio de Janeiro com 21% (seis ocorrências), a maioria em áreas rurais.

Ao analisar o tipo de produto e os volumes extraídos, observa-se que, em 2023, o volume total extraído foi de 269,50 m³, um resultado aproximadamente 67% menor que os 808,70 m³ extraídos em 2022 e 85% menor que os 1.787,51m³ extraídos em 2021.

 

Litoral Norte Paulista

 

Maior unidade operacional da Transpetro em movimentação de produtos, o Terminal de São Sebastião, Terminal Marítimo Almirante Barroso(Tebar), no Litoral Norte Paulista, recebe petróleo nacional e importado por navio-petroleiro. O Tebar abastece as quatro refinarias do estado de São Paulo: Paulínia (Replan), Vale do Paraíba (Revap), Capuava (Recap) e Presidente Bernardes (RPBC).

 

O petróleo é transferido às refinarias por oleodutos, como o São Sebastião-Guararema (Osvat) que atende as refinarias de Paulínia (Replan) e Vale do Paraíba (Revap); e o Oleoduto Santos-São Sebastião (Osbat), as refinarias Presidente Bernardes (RPBC) e Capuava (Recap). Os derivados entram e saem do terminal pelo Oleoduto Guararema-Paulínia (Osplan) e por meio de navios, com destino a outros portos do território nacional ou para exportação.

 

O Termina tem 20 tanques para armazenagem de petróleo e 17 tanques para derivados, álcool e biodiesel.  O Tebar armazena cerca de 2 milhões de metros cúbicos de petróleo e derivados.  Confira a extensão dos dutos do que ligam o Tebar  as refinarias:

 

OSBAT: Oleoduto São Sebastião/Cubatão. Duas linhas de petróleo de 24′, em operação desde 1968, sendo uma linha entre São Sebastião e Guaratuba com 70,5 km de extensão e outra entre Guaratuba e a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, com 50,5 km de extensão.

 

OSPLAN I: Oleoduto do Planalto, de 24′: Três linhas, todas em operação desde 1973, sendo duas de produtos claros entre o terminal de São Sebastião e base intermediária de Rio Pardo, com 32,5 km e 49,7 km de extensão respectivamente, e uma de óleo combustível, entre Rio Pardo e Guararema, com 152,7 km de extensão.

 

OSPLAN II: Oleoduto São Sebastião/Refinaria do Planalto (REPLAN) de 18′, que transporta produtos claros, em operação desde 1991, com 153,5 km de extensão.

 

Ação criminosa

 

Com o avanço tecnológico, ações de relacionamento com as comunidades vizinhas às faixas de dutos para avisar a ação criminosa e parcerias com os órgãos de segurança pública estaduais, em 2024, até o momento, a Transpetro identificou 17 ocorrências.

 

“A Transpetro vem buscando implantação de tecnologias e processos que identifiquem as ocorrências com maior rapidez possível. Isso garante uma resposta mais ágil no que se refere aos reparos e impactos resultantes da ação criminosa, mitigando os riscos à vida, ao meio ambiente e à segurança operacional. Em 2023, verificou-se que 79% das ocorrências foram identificadas com até três dias”, diz a empresa.

 

Além do prejuízo financeiro, a ação criminosa também provoca prejuízos ambientais e cria um cenário para uma tragédia maior. É um crime de ordem econômica, ambiental e contra a vida.

 

Há riscos de vazamento, incêndio e explosão com impactos ao meio ambiente, às comunidades do entorno e às instalações. A Transpetro informa que disponibiliza o telefone 168 para receber denúncias de situações que levem risco para o transporte de produtos pelos dutos. O telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e recebe denúncias anônimas.

“Assim como em outros países, a Transpetro vem sofrendo atuações de roubo de combustíveis. O transporte pelo duto é seguro e eficiente, desde que não haja intervenções criminosas que não atendem requisitos de segurança e acabam gerando risco para o meio ambiente e para a população. Nossa meta é zerar. Contamos com a parceria com órgãos de segurança,  comunidades e a nossa tecnologia”, explica a gerente executiva de Integrações Logísticas, Adriana Andrade.

Dia do 168

A Transpetro promove – a partir desta semana – uma ampla mobilização em 15 cidades de nove estados para marcar o Dia da Segurança na Faixa de Dutos. Realizada anualmente em 16 de agosto, a iniciativa é conhecida como Dia do 168, em alusão ao telefone gratuito criado pela companhia para contato direto com a população.

A ação conscientiza para a importância do combate à intervenção de terceiros nos dutos e busca estreitar o relacionamento com as comunidades do entorno das operações contra a prática ilegal de desvio de petróleo e derivados em dutos, que coloca em risco a sociedade e o meio ambiente.

Transpetro

 

Operando 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios, a Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras. A companhia presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás.

Com informações da Agência Brasil/ Edição: Kleber Sampaio

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