Secretaria da Saúde recomenda que seja evitado o comércio e consumo de mexilhões e ostras até que novas análises da água do mar sejam nas cidades de São Sebastião, Praia Grande, Peruíbe e Cananéia no litoral paulista
Uma nota técnica publicada nesta sexta-feira, dia 9, pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo e Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) confirmou a presença de microalgas tóxicas nas praias das cidades de São Sebastião, Peruíbe, Praia Grande e Cananéia, no litoral do Estado de São Paulo.
Segundo a nota técnica, essas algas, da espécie Dinophysis acuminata, podem produzir uma toxina perigosa para a saúde. Essa alga pode se acumular em mexilhões, ostras e outros organismos marinhos filtradores, gerando risco de intoxicação alimentar. A recomendação é para que seja evitado o comércio e o consumo de moluscos bivalves nessas cidades do litoral paulista até que novas análises sejam realizadas.
A Defesa Agropecuária vai realizar novas coletas na semana que vem para verificar se a toxina está presente nos moluscos. A Nota Técnica Conjunta n° 01/2024 foi publicada nesta sexta-feira, dia 09 de agosto de 2024, no Diário Oficial do Estado de São Paulo e é assinada pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional, Secretaria da Saúde, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Investigação
Após a sinalização de uma floração de microalgas com contaminação de moluscos bivalves, conhecida como Maré Vermelha, no litoral de Santa Catarina e do Paraná, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) através da sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) intensificou os trabalhos de vigilância, em atuação conjunta com as Secretarias de Saúde e Meio Ambiente, para detecção da presença de microalgas no litoral paulista e de possíveis agravos à saúde pública, em cumprimento ao Plano Estadual de Contingência, que atua especificamente em situações emergenciais de florações dessas microalgas, potencialmente tóxicas, no litoral paulista.
As ações conjuntas previstas pelo Plano de Contingência permitem a pronta resposta das instituições envolvidas, evitando prejuízos à saúde pública e são complementares ao plano estadual de monitoramento de moluscos bivalves, que realiza, periodicamente, coletas para análises laboratoriais que garantem a segurança no consumo de vieiras e ostras cultivadas no litoral paulista.
“A Defesa Agropecuária coletou, no dia 30/07, amostras de água de São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba para análise da presença de microalgas pela CETESB, não tendo sido observadas microalgas em quantidades que possam desencadear contaminações de moluscos e peixes ou risco à saúde humana”, comenta Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq).
Na segunda-feira, dia 5, foram realizadas novas coletas no litoral paulista, para mais análises de água, confirmando a presença de microalgas nas quatro cidades. Novas análises serão realizadas no dia 12, as coletas irão abranger todo o litoral e, além das análises de água, partes comestíveis de animais também serão coletadas.
Maré Vermelha
A maré vermelha é um fenômeno natural que provoca manchas de coloração escura na água do mar. As manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas em um processo chamado de floração.
“As florações de microalgas se caracterizam pelo crescimento abrupto de algumas espécies de algas no ambiente aquático, formando manchas de colorações variadas e ocasionalmente espuma nas águas. Surgem naturalmente nos oceanos e alteram as condições ambientais, podendo causar mortalidade de peixes e representar riscos à saúde humana, com ameaças à balneabilidade das praias e acúmulo de toxinas nocivas à saúde humana em espécies marinhas, especialmente ostras e mexilhões”, explica Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq).