Equipe do Instituto Argonauta tentou de todas as maneiras reabilitar o filhote de golfinho-pintado-do-atlântico resgatado no domingo passado, dia 28, na praia de Itamambuca, em Ubatuba, mas animal estava muito debilitado e não sobreviveu. Fotos: Instituto Argonauta
O filhote de golfinho-pintado-do-atlântico que estava em reabilitação na sede do Instituto Argonauta, em Ubatuba, no Litoral Norte Paulista, desde domingo passado, dia 28, não resistiu e acabou morrendo. Segundo informou o Instituto Argonauta, o golfinho morreu na tarde deste sábado, dia 3. O Argonauta deve publicar uma nota sobre a morte do golfinho.
O filhote macho da espécie golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis), medindo 135 cm e pesando cerca de 22 kg, foi resgatado no domingo passado, dia 28, após encalhar na praia de Itamambuca, na região norte de Ubatuba. Os guarda-vidas da praia acionaram o Instituto Argonauta para resgatar o golfinho.
Quando foi resgatado, o golfinho estava bastante debilitado, não conseguindo nadar sozinho e hipotérmico. Os profissionais do Instituto Argonauta, ainda na praia de Itamambuca, tentaram reabilitá-lo e reanimá-lo, mas o golfinho não estava nada bem.
O Argonauta decidiu então transferi-lo para o Centro de Reabilitação e Despetrolização do instituto, em Ubatuba. Desde então, o animal estava em tratamento, em uma piscina apropriada para golfinhos, onde foram realizados os exames necessários, sendo monitorado pela equipe 24h por dia, recebendo medicação, alimentação e todos os cuidados necessários.
Segundo a coordenadora do Instituto Argonauta, Carla Beatriz Barbosa, o golfinho estava muito debilitado e vinha recebendo alimentação, medicamentos e toda a atenção dos profissionais do Argonauta, mas infelizmente, o filhote não resistiu.
“Mas bebe, sem a mãe é assim, muito difícil”, explicou Carla Beatriz. Tudo indica que o filhote de golfinho mesmo muito debilitado sentia muito a falta da mãe. Segundo o instituto, não é possível afirmar o motivo pelo qual o filhote se perdeu de sua mãe e acabou encalhando na praia de Itamambuca, mas infelizmente, ao longo dos 26 anos de atuação do Instituto Argonauta, já foram atendidas outras ocorrências semelhantes.
Neste sábado, dia 3, a equipe do Argonauta ficou o dia inteiro no atendimento de emergência ao golfinho. A equipe fez tudo o que podia ser feito para tentar salvar o filhote, mas não teve jeito. Ele não resistiu e acabou morrendo para tristeza de toda a equipe. No final do dia foi realizada a necropsia para tentar esclarecer as causas da morte do animal. Assim que os resultado dos exames ficarem prontos eles serão divulgados.
Sobre os Golfinhos-pintado-do-atlântico
Os Golfinhos-pintado-do-Atlântico são animais de pequeno porte, podendo medir até 2,3m de comprimento. As fêmeas pesam entre 39 e 127 Kg e os machos entre 50 e 143 Kg. Sua dieta é carnívora, alimentando-se de diversas espécies de peixes, lulas, e crustáceos.
A coloração corporal é cinza-clara, de dorso mais escuro. Sua pele possui um aspecto todo pintado, de manchas escuras onde é mais claro e manchas claras onde é mais escuro. As pintas surgem à medida que se tornam adultos.
Esta espécie é endêmica do oceano Atlântico, Golfo do México e Caribe. Vivem preferencialmente próximos à costa. No Brasil, existem registros no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará.
Mesmo com poucos dados sobre seu status de conservação, o Golfinho-pintado-do- Atlântico sofre muito com a interferência humana, devido a seus hábitos serem preferencialmente costeiros. Alguns exemplos de impactos antrópicos são: pesca acidental, aquecimento global, poluição marinha e perda de habitat.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do meio ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de
Santos (PMP-BS).