Equipe do Instituto Argonauta, instituição executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no litoral norte de São Paulo, realizou o resgate de um golfinho-pintado-do-atlântico no último domingo. Fotos: Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta, de Ubatuba, resgatou ontem, último domingo, dia 28, um filhote de golfinho da espécie pintado-do-atlântico, que encalhou na praia de Itamambuca, região norte do município. A equipe do Argonauta, instituição executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no litoral norte de São Paulo, foi acionada pelo Corpo de Bombeiros para prestar atendimento ao um golfinho encalhado na praia da cidade.
Após o acionamento, a equipe do Argonauta se deslocou até o local para avaliação e realização dos primeiros atendimentos clínicos do animal, identificado como um filhote macho da espécie golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis), medindo 135 cm e pesando cerca de 22 kg.
O golfinho foi encontrado debilitado, não conseguindo nadar sozinho e hipotérmico, sendo necessário transferi-lo para o Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto Argonauta, em Ubatuba para melhor avaliação e atendimento.
Desde então, o animal está em tratamento, em uma piscina apropriada para golfinhos, onde são realizados os exames necessários, sendo monitorado pela equipe 24h por dia, recebendo medicação, alimentação e todos os cuidados necessários. Não é possível afirmar o motivo pelo qual o filhote se perdeu de sua mãe, mas infelizmente, ao longo dos 26 anos de atuação do Instituto Argonauta, já foram atendidas outras ocorrências semelhantes.
Sobre os Golfinhos-pintado-do-atlântico
Os Golfinhos-pintado-do-Atlântico são animais de pequeno porte, podendo medir até 2,3m de comprimento. As fêmeas pesam entre 39 e 127 Kg e os machos entre 50 e 143 Kg. Sua dieta é carnívora, alimentando-se de diversas espécies de peixes, lulas, e crustáceos.
A coloração corporal é cinza-clara, de dorso mais escuro. Sua pele possui um aspecto todo pintado, de manchas escuras onde é mais claro e manchas claras onde é mais escuro. As pintas surgem à medida que se tornam adultos.
Esta espécie é endêmica do oceano Atlântico, Golfo do México e Caribe. Vivem preferencialmente próximos à costa. No Brasil, existem registros no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará.
Mesmo com poucos dados sobre seu status de conservação, o Golfinho-pintado-do- Atlântico sofre muito com a interferência humana, devido a seus hábitos serem preferencialmente costeiros. Alguns exemplos de impactos antrópicos são: pesca acidental, aquecimento global, poluição marinha e perda de habitat.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do meio ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, entre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de
Santos (PMP-BS).