Moradores e ambientalistas de Niterói (RJ) se unem para salvar árvores raras típicas de restinga

 

Ameaçadas pelo avanço do mar, duas “juremas”, árvores raras típicas de restinga, foram transplantadas pela Secretaria de Conservação de Niterói (Seconser) para um local próximo, na Praia de Charitas, mas protegidas. Uma terceira, em pior estado, não foi transplantada, mas há esperança que ela se recupere após a poda técnica orientada pelo biólogo Alexandre Moraes, diretor de arborização da Seconser.

As duas “juremas” (com nome científico de Pithecolobium Tortum) foram plantadas há anos na faixa entre o mar e a Avenida Sílvio Picanço, próximo à estação dos catamarãs que fazem a ligação Rio-Niterói. Nos últimos dois anos, contudo, o mar avançou em direção ao calçadão, deslocando as “juremas” e amendoeiras (esta espécie exótica). Moradores e ambientalistas, assim como o movimento “Salvem as Árvores de Niterói”, fizeram um pedido de socorro à Seconser para salvar as árvores, que são muito fotografadas principalmente por turistas.

— Estas árvores possuem uma relevância muito grande neste local. O embate de ondas acabou descalçando as “juremas”, que acabaram tombando após perderem a sustentação. Seria só uma questão de tempo para perderem a raiz, secarem e morrerem – previu o biólogo.

A Seconser fez uma operação, com tratores e jardineiros, para fazer o transplante das árvores, que agora estão próximas do campo de pouso dos parapentes e da pista de aeromodelismo de Charitas. Também conhecidas como angico branco ou vinhático-de-espinho, as “juremas” são nativas da Mata Atlântica e podem chegar a 12 metros de altura.

— As “juremas” são bacanas, rústicas, e mesmo tombadas estão frutificadas, o que nos dá mais esperança de recuperá-las. Nós diminuímos as copas e as transplantamos para duas golas bem amplas, com terra preta e adubo químico. Esperamos que em breve elas estejam frutificando e viçosas como no passado – concluiu o biólogo.

Leonardo Fonte, da União de Síndicos de Charitas, disse que moradores e usuários dos catamarãs comemoraram o transplante das árvores e agora pedem à Prefeitura que faça um projeto paisagístico para toda a orla de Charitas, da Praça do Rádio Amador até o Clube Naval.

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