Serão convidados para o debate: Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura , Valeria Gress Gelli, pesquisadora do Instituto de Pesca de São Paulo, em Ubatuba e Alex Alves dos Santos, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Por Salim Burihan
A Comissão de Agricultura (CRA) do Senado Federal realizará uma audiência pública sobre o potencial do cultivo da alga Kappaphycus alvarezii no Brasil. A realização da audiência pública, foi solicitada pelo senador Jorge Seif (PL-SC), que argumenta que a espécie vegetal é usada como bioinsumo da agricultura, na alimentação animal, na indústria e na fixação de carbono, oferece uma “oportunidade única” para a economia e o meio ambiente do país.
O requerimento apresentado pelo senador Jorge Seif (PL-SC), foi aprovado pelo colegiado na última terça-feira (25) em votação simbólica. A data da audiência pública ainda será agendada.
Em seu requerimento, Seif argumenta que o cultivo da Kappaphycus alvarezii constitui “oportunidade única” para a economia e o meio ambiente do país por seu grande potencial de aproveitamento e seu papel na fixação de carbono, e pode tornar-se um “importante motor de desenvolvimento” para as regiões costeiras do Brasil. Na reunião da CRA, Seif destacou a possibilidade de uso da espécie vegetal como bioinsumo na agricultura, o que requer estudos aprofundados.
— Componentes que importamos da Rússia ou da Ucrânia podem ser substituídos, pelo menos parcialmente, com a produção e o estudo aprofundado das propriedades da Kappaphycus Alvarezii, reduzindo a dependência do Brasil desses insumos que vêm de outros países.
“Acreditamos que a Kappaphycus alvarezii tem potencial para se tornar um importante motor de desenvolvimento para as regiões costeiras do Brasil, contribuindo para a geração de renda, a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida das comunidades”, acrescenta o senador.
O debate sobre a alga Kappaphycus alvarezii deverá ter a participação de Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura; de Valeria Gelli, pesquisadora do Instituto de Pesca de São Paulo; Alex Alves dos Santos, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); David Vilas Boas de Campos, pesquisador da Embrapa Solos; e Leonardo Cabral Costa, membro da Câmara Setorial da Maricultura da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina.
Algas
Paraty, na costa sul fluminense, é um dos principais centros nacionais para o desenvolvimento sustentável através da bioeconomia marinha, cidade da inovação, cidade criativa e cidade da gastronomia, também através de suas fazendas marinhas para o cultivo da Macro Alga Kappaphycus Alvarezii. Atualmente é uma realidade na esfera nacional, mudando a vida dos caiçaras e povos de comunidades tradicionais de Paraty e região.
Tudo teve início, em 2021, a partir de uma parceria entre a Prefeitura de Paraty e a Universidade Federal do Rio de Janeiro já formou cerca de cinco turmas do curso de extensão da UFRJ, “Algicultura e Desenvolvimento Territorial Sustentável”.
O curso, que se chama “Algicultura Sustentável – implantação da fazenda marinha”, permitiu a instalação de balsas de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii nas encostas da Ilha do Algodão nas proximidades de Paraty Mirim, em Paraty.
A iniciativa possibilitou o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva de negócio com preservação ambiental a partir do processo de cultivo, do manejo e colheita da alga e da integração com a indústria de transformação baseada em economia verde visando a produção de bioinsumos para alimentos, bebidas, cosméticos, fertilizantes etc.
Além disso, o curso disponibilizou conhecimento e elo de ligação com instituições públicas de apoio tecnológico para a criação de novos empreendedores, para promover a criação de empregos e renda de alta qualidade, ganhos efetivos através do comércio justo, diminuição da dependência da importação (alga seca), possibilidade potencial de venda de derivados da alga, exportação da alga seca e, para o mercado interno a venda de algas frescas, numa ação ampliada, colaborativa e comunitária.
Recentemente, representantes da Prefeitura de Ubatuba e do Instituto de Pesca de Ubatuba visitaram os cultivos de algicultura instalados na vizinha cidade de Paraty. A visita teve como objetivo fortalecer a atividade em Ubatuba e estreitar os laços técnicos com os profissionais que atuam na atividade em Paraty, uma das cidades praianas brasileiras mais envolvidas com essa atividade marinha.
Fonte: Agência Senado