Rodovia dos Tamoios: Tecnologia avançada nas obras e na preservação do ecossistema

 

A Concessionária Tamoios divulgou esta semana que uma onça-parda foi vista em uma passagem de fauna da Rodovia dos Tamoios. O registro ocorreu em dezembro de 2023 pelas câmeras de monitoramento, comprovando a eficiência das passagens de fauna da rodovia e a saúde do ecossistema da região.

A onça é uma espécie emblemática das matas brasileiras e representativa em termos de conservação: por estar no topo da cadeia alimentar e necessitar de grandes áreas preservadas para sobreviver, esse animal é um indicador de qualidade ambiental da região que habita.

Desde novembro de 2022, a Tamoios, realiza o monitoramento contínuo da travessia de fauna. Desde então, essas câmeras já flagraram mais de 50 animais silvestres utilizando o viaduto, como espécimes de cachorro-do-mato, jaguatirica e lobo-guará. Outras câmeras instaladas ao longo da rodovia, também,  registraram cenas incríveis: em dezembro de 2020, um Bem-Te-Vi-Rajado, no Km 77 da serra antiga; e, em junho de 2023, também, na serra, um gavião Carijó.

Bem-Te-Vi flagrado pelas câmeras em dezembro de 2020

 

Passagens de fauna

 

Ao longo de todo o trecho em operação, a Tamoios possui 17 passagens de fauna. Elas têm o objetivo de garantir a preservação e a biodiversidade de fauna da região, bem como a segurança dos usuários da rodovia, direcionando a travessia de animais de um lado para o outro da pista sem que eles tenham acesso à pista de rolamento. Destas passagens, 14 são subterrâneas e 3 aéreas (sendo uma delas, o primeiro viaduto vegetado do país). No trecho dos Contornos Norte e Sul, há 7 passagens de fauna em fase de construção.

O viaduto vegetado da Rodovia dos Tamoios fica localizado no km 25+800 da rodovia, em Paraibuna, e possui 10 metros de largura por 50 metros de comprimento. Sua cobertura vegetal é composta por vegetação rasteira e mudas nativas. Trata-se de uma das 17 passagens de fauna instaladas ao longo da rodovia com o objetivo de garantir a segurança tanto da fauna como dos usuários da rodovia, ao possibilitar a travessia de animais entre as marginais da estrada sem que eles tenham acesso ao asfalto e aos veículos.

Tamoios teve o primeiro viaduto vegetado do estado de São Paulo em 2019

A iniciativa fez parte da compensação de obras de duplicação das pistas na Rodovia dos Tamoios, em Paraibuna (SP) e foi o primeiro viaduto vegetado do estado. Cerca de 40 mil animais morrem atropelados todo ano nas estradas brasileiras. A preocupação com os animais nas estradas crescem a medida que o Brasil aumenta suas rodovias e estradas, hoje tem a 4ª maior malha rodoviária no mundo.

O projeto busca reduzir impactos e desperta a importância de soluções sustentáveis nas rodovias, visando alternativas para o equilíbrio da vida humana e dos animais que se encontram em seu habitat natural. O viaduto vegetado da Tamoios foi concluído pela Dersa em outubro de 2018, tendo se tornado apto para a passagem de animais em outubro de 2019, quando já contava com gramíneas e mudas em desenvolvimento, além de acesso e cerca de direcionamento para os animais.

Desde novembro de 2022, a Tamoios, em parceria com a INSITU Serviços  Ambientais, realiza o monitoramento contínuo da travessia de fauna. Desde então, essas câmeras já flagraram mais de 50 animais silvestres utilizando o viaduto, como espécimes de cachorro-do-mato, jaguatirica e lobo-guará.

Além do viaduto, a rodovia conta com duas outras passagens aéreas e 14 passagens subterrâneas. As passagens aéreas caracterizam-se pela localização suspensa, acima da rodovia. Já as passagens subterrâneas são túneis que ficam abaixo da rodovia. Além dessas 17 passagens de fauna ao longo do trecho em operação, estão em construção mais 7 passagens nos Contornos Sul e Norte. A previsão é que elas entrem em operação em novembro de 2024.

Passagem de fauna na Tamoios

A Concessionária Tamoios também adota uma série de outras medidas para a mitigação de acidentes com animais silvestres. Além das passagens de fauna, a rodovia conta com cercas de proteção para prevenir a travessia de animais e sinalização específica para alertar os motoristas. A Tamoios também afugenta os animais silvestres que entram na rodovia, contando com equipes especialmente treinadas e equipadas para realizar essa atividade. Os animais que não podem ser afugentados são recolhidos e enviados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), resultado de uma parceria da Tamoios com a Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP). Caso aviste algum animal nas margens da rodovia, o usuário pode entrar em contato diretamente com a concessionária, ligando para o número 0800 545 0000 ou apertando o “Botão SOS” do Aplicativo Tamoios.

A Tamoios também tem iniciativas de conscientização e educação ambiental que visam informar os usuários da rodovia e os moradores dos municípios lindeiros sobre os cuidados com animais silvestres. Em seus canais de comunicação, a Tamoios divulga informações e alertas para conscientizar os usuários sobre os riscos de atropelamento de animais na rodovia.

Em 2023, a concessionária também realizou uma iniciativa de educação ambiental em parceria com a Secretaria de Educação da prefeitura de Paraibuna e a UNIVAP. A ação contou com palestras e visitas ao CRAS para os alunos de escolas municipais de Paraibuna a fim de ensiná-los a diferenciar entre animais silvestres e domésticos e sobre os cuidados que devem ser tomados com cada um.

A Concessionária Tamoios, também, é patrocinadora do Projeto Restaura Litoral, desenvolvido pelo ICC (Instituto de Conservação Costeira) que utiliza drones elétricos e cápsulas biodegradáveis nas ações de plantio. O projeto tem por objetivo reflorestar pontos atingidos pelas fortes chuvas na costa de São Sebastião em fevereiro de 2023.

Tecnologia avançada

A rodovia dos Tamoios, principal via de ligação entre as cidades do Vale do Paraíba e o Litoral Norte Paulista e o Sul-Fluminense, por onde trafegam cerca de 22 milhões de veículos anualmente, tem 82 quilômetros de extensão, sendo que, 19,5 quilômetros da estrada cruzam o Parque Estadual da Serra do Mar, que abrange os municípios de Caraguatatuba, Paraibuna e Natividade da Serra. 

O parque uma Unidade de Conservação de Proteção Integral tem cerca de 36 mil hectares de matas preservadas, rios, cachoeiras envoltos pela mata atlântica. Na duplicação da estrada e na construção do novo trecho de serra, foi utilizada uma tecnologia das mais avançadas para impedir qualquer tipo de degradação nesta área. 

A construtora responsável pelas obras dentro da área de parque trouxe uma tecnologia da Áustria, o cable crane, um  teleférico de carga que transportou materiais e equipamentos por um cabo de aço aéreo, preso entre duas torres metálicas.  

Cable Crane usado em obras da Tamoios situadas em trechos do parque estadual da serra do mar. Foto: LCS

Detalhes técnicos do cable crane: LCS Cable Cranes; origem – Áustria; distância entre torres – 394 m; diâmetro cabo principal – 65 mm; diâmetro do cabo de movimentação – 30 mm; capacidade de carga – 20 t; velocidade de deslocamento – 4 m/s; velocidade de içamento – até 1,5 m/s com 2.000 kg; capacidade da cabine 10 pessoas; altura da torre 1 – 42,1 m; altura da torre 2 – 34,9 m; sistema de controle da operação – 6 câmeras; controle remoto (içamento de carga) – 2 dispositivos. 

Durante as obras de construção de um viaduto de 315 metros em curva e um emboque de túnel 3 na altura do km 72+500, em uma região de difícil acesso e coberta totalmente por vegetação nativa, sem a necessidade de abertura de acessos e caminhos de serviço pela mata da região, a melhor alternativa encontrada foi a utilização do cable crane.  

O projeto foi concebido em conjunto com a​ ​Construtora Queiroz Galvão​ e a empresa austríaca LCS Cable Cranes. A fabricante do equipamento utilizado na obra atua há mais de 20 anos com transporte de cargas em terrenos acidentados. A empresa já executou mais de 20 projetos nos ​cinco continentes utilizando o equipamento. No Brasil, o cable crane foi utilizado pela primeira vez na duplicação da Tamoios. 

O cable crane é movido por motores, elétrico e hidráulico, na construção do viaduto(3) de 315 metros, o guincho içou as cargas e as transportou por cabo de aço por um trecho de 394 m de vão entre duas torres, uma delas com 42 m e a outra com 35 m de altura. A capacidade do sistema era de até 20 toneladas. 

Devido uma das torres (Torre 1) estar em um lado inacessível, a montagem do cable crane exigiu uma operação complexa, com duração de 120 dias e apoio de um helicóptero. A tarefa contou com o auxílio de quatro especialistas da matriz austríaca, além de aproximadamente 25 funcionários e técnicos da Queiroz Galvão, que passaram pela necessária qualificação. 

A Torre 2 foi projetada em módulos, de forma que seus tamanhos não ultrapassassem a capacidade de carga do helicóptero, que tinha capacidade de carga de 3.500 kg e foi locado especialmente para fazer a movimentação e encaixe dos módulos que compunham as duas torres, o mais pesado com 3.200 kg. A aeronave precisou fazer 35 viagens com os elementos para a montagem, somente da Torre 1. Mas antes disso foram realizados vários testes e simulações, para que no dia da montagem tudo corresse de maneira segura e com o máximo de precisão. E, o mais importante, sem danos ao meio ambiente. Informações obtidas na revista O Empreiteiro, em reportagem de autoria de Mathias Loch, engenheiro civil, e Robinson Ávila, gerente de engenharia

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