O ativista ambiental voluntário, comerciante e artesão Onádio Paida Uddhava, foi homenageado pela Câmara Municipal de Ubatuba pelo trabalho socioambiental que realiza na cidade. Uddhava, que atua na Ong Tamoio de Ubatuba, uma das mais atuantes do litoral paulista, foi homenageado pelo vereador Jorge Ribeiro (PV) com uma Moção de Congratulações.
Uddhava, de 51 anos, que vive em Ubatuba desde 1998, realiza trabalhos voluntários importantes como a instalação de boias de contenção de resíduos sólidos em rios, limpeza de praias, confecção de lixeiras com tambores e combate à praga erva de passarinho em árvores das praças.
O ambientalista faz uma ação ambiental voluntária muito legal. Em novembro, ele ganhou destaque na Folha de São Paulo, em matéria do jornalista Salim Burihan. Ele contou que faz a “limpeza das árvores”, dentre elas, amendoeiras, pau-brasil e amoreiras, e estima já ter cuidado de mais de cem árvores. Tudo por conta dele, às vezes com ajuda de alguns voluntários.
Uddhava contou ao jornalista que o trabalho precisa ser contínuo, pois as árvores estão definhando, e o peso das pragas, quando atingidas por ventanias, facilita o rompimento dos galhos. Há ainda aquelas que morrem. Ele contou que começou limpando árvores que ficam na praça próxima ao seu comércio e depois passou a cuidar das espécies plantadas na orla do Itaguá. Contou ter investido cerca de R$ 3.000 na compra da escada, serras e cinto de segurança.
Mas ele afirmou que fica feliz com o resultado. “As árvores que tenho cuidado estão bem saudáveis enquanto as outras continuam sofrendo”, conta. Segundo ele, a prefeitura ajuda na coleta do material retirado das árvores. Lidi Keche, diretora ambiental da ONG Tamoio de Ubatuba, elogiou a iniciativa de Uddhava. “Ele salvou muitas árvores e realiza um trabalho voluntário muito importante para a preservação ambiental em Ubatuba”.
Tribuna
Durante a homenagem que recebeu na Câmara, Uddhava comentou que “só agora o Executivo também entrou em campo e já limpou a maioria(árvores) delas até o Itaguá. Mas em muitos outros locais, como na praia do Félix, toda aquela sombra maravilhosa lá, se não cuidar, pode acabar, todas aquelas amendoeiras grandes estão infestadas pela mesma praga, a erva de passarinho”.
Ele informou que no último sábado (06/04) junto com os jovens da Ágape limparam as trilhas e a praia central, mas que na terça, dia 9, a praia está lotada de lixo de novo. “O lixo que a gente recolheu sábado ainda está lá, do lado da estátua de São Pedro. São coisas tão simples que não são colocadas em prática”, comentou na tribuna.
O ativista mencionou tais exemplos como ações que poderiam ser realizadas com o dinheiro da TPA(Taxa de Preservação Ambiental) , “são ações simples”, enfatizou. “A gente fica até meio chocado sabendo que há R$ 40 milhões vindos da cobrança da Taxa Ambiental -TPA- e está parada. Ainda não foi aprovado nenhum projeto de limpeza de praias, ainda não foi pra prática”.
O ambientalista mencionou ainda que “as lixeiras existentes desde o Perequê Açu até a pista de skate fomos nós que fizemos. Aqueles tambores que a gente corta e coloca lá. Todo o lixo que vem do rio Grande são os moradores ribeirinhos que jogam ali. Poderia se usar verbas do TPA para ações de conscientização, fabricar mil lixeiras e distribuir pra esse povo. Há muita fralda jogada. Na última enchente agora nós tiramos 18 caçambas de lixo só no Cruzeiro, fora o que a Prefeitura tirou, foram 150 caminhões de detritos e material orgânico”.
Uddhava também reivindicou mais investimentos em saneamento básico. Segundo ele, no Núcleo Botafogo por exemplo, todo o esgoto produzido pela comunidade é lançado no rio. Ele disse que a falta de saneamento está colocando em risco o turismo do município e a saúde da população.
Após as declarações de Uddhava , os vereadores Júnior Jr (Podemos), Jorge Ribeiro (PV) e Vantuil Ita (Cidadania) se pronunciaram para exigir o fim, a suspensão da cobrança da TPA em Ubatuba pelo menos enquanto não aparecerem as ações concretas com a aplicação dos recursos arrecadados.