SP registra o menor número de desmatamento na Mata Atlântica em cinco anos

Análises de imagens de satélite, atuação conjunta e fiscalização intensificada explicam redução de 33% no índice de desmatamento; confira como anda a supressão de vegetação nativa nas cidades do litoral norte paulista. Foto:  Mata Atlântica em Ilhabela.

 

A supressão irregular de vegetação nativa no estado de São Paulo recuou para o menor índice nos últimos cinco anos, com uma queda de 33%. Em 2023, foram registrados 1.389 hectares com indícios de desmatamento no bioma Mata Atlântica, ante 2.101 hectares em 2019. Os dados são do Painel Verde do Estado de São Paulo, plataforma digital que reúne informações oficiais de várias fontes. O painel é alimentado e gerenciado pela Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Já quanto ao cerrado, de acordo com a mesma fonte, em 2023 foram 76,7 hectares com indícios, contra 94,8 hectares em 2022. Em 2019, primeiro ano da série, foram 166,19 hectares.

Importante observar que 90% das intervenções irregulares pela destruição da vegetação nativa no bioma Mata Atlântica ocorreram em áreas de menor extensão, de até um hectare (ha), o que costuma levar a uma disparidade de dados no que concerne aos levantamentos feitos a partir de satélites com órbitas mais elevadas e menor precisão. No caso da Semil, no entanto, a tecnologia de satélite empregada permite o levantamento a partir de polígonos de 500 m² ou mais, mas em regiões metropolitanas (onde a intensidade das supressões irregulares é maior) a análise pode ser feita em quadrantes a partir de apenas 100 m². Ao todo, foram monitorados pelo sistema 1.360.455 km² em 2023, o que significa que a análise de imagens cobriu ao menos quatro vezes o território estadual.

Litoral Norte Paulista

Segundo dados do Painel Verde, a cidade de São Sebastião foi a que mais registrou intervenção irregular em áreas de mata atlântica em 2023, foram 5,89 hectares, contra 4,25(ha) em 2022.  Em Caraguatatuba e Ubatuba, ocorreram reduções grandes com relação as intervenções irregulares entre 2022 e 2023. Em 2022, o município de Caraguatatuba teve 14,58 hectares prejudicados pela intervenção irregular; em 2023, as intervenções irregulares atingiram apenas 3,16(ha) no município.  Ubatuba registrou intervenção irregular em 16,36 hectares em 2022 e de 9,00 (ha) em 2023.   Em Ilhabela,  2,98 hectares foram atingidos pela intervenção irregular em 2022 e 2,41(ha) em 2023.   Confira abaixo, a cobertura nativa em cada um dos municípios do Litoral Norte Paulista:

Caraguatatuba

Área (ha) 48.309,40
Cobertura Vegetal Nativa (ha) 37.235,11
Índice de Cobertura Vegetal Nativa (%) 77,08
Índice de Cobertura Vegetal Nativa > 50%

Ubatuba

Área (ha) 71.542,20
Cobertura Vegetal Nativa (ha) 64.210,57
Índice de Cobertura Vegetal Nativa (%) 89,75
Índice de Cobertura Vegetal Nativa > 50%

Dados Ubatuba:

São Sebastião

Área (ha) 40.045,10
Cobertura Vegetal Nativa (ha) 35.386,41
Índice de Cobertura Vegetal Nativa (%) 88,37
Índice de Cobertura Vegetal Nativa > 50%

 

Ilhabela

Área (ha) 34.168,00
Cobertura Vegetal Nativa (ha) 32.161,80
Índice de Cobertura Vegetal Nativa (%) 94,13
Índice de Cobertura Vegetal Nativa > 50%

 

Avaliação

 

“Esse resultado mostra que o esforço concentrado, alinhado, associado ao que há de melhor em tecnologia, consegue trazer resultados efetivos de proteção ao meio ambiente como um todo, não só ao bioma da Mata Atlântica”, avalia a secretária Natália Resende. “Tanto é assim que houve redução na detecção de áreas com indícios de desmatamento também no Cerrado”, acrescenta.

A partir deste monitoramento, as equipes da Semil encaminharam 402 alertas à Polícia Militar Ambiental no ano passado. Ao todo, foram detectados 618,13 hectares, ou 6,18 km², com indícios de supressão ilegal de vegetação nativa. Destes, 171,01 hectares, ou 1,71 km², já foram autuados. Outra parte segue sob análise da Polícia Militar e pode receber autuação.

Ainda em 2023, foram realizadas 82 mil ações de policiamento ambiental e estas resultaram em 5.100 Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRS) em todo o estado. Ainda s

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