O navio de pesquisa Soloncy Moura, está novamente no arquipélago de Alcatrazes, na costa sul de São Sebastião, no Litoral Norte Paulista, com pesquisadores do ICMBio Alcatrazes em mais uma expedição de manejo e monitoramento do coral-sol e pesquisa científica no refúgio de Alcatrazes.
O navio esteve em Alcatrazes em junho de 2023, também, para auxiliar os pesquisadores em suas pesquisas no arquipélago. Na ocasião, os pesquisadores do ICMBio, do Cebimar e do Instituto Oceanográfico da USP embarcados no navio de pesquisa recolheram cerca de 600 quilos do coral-sol no arquipélago de Alcatrazes.
Segundo o ICMBio a embarcação, que tem autonomia para 30 dias no mar, possibilita o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa, monitoramento e fiscalização ambiental. Lançado em 1997, em Itajaí, em Santa Catarina, quando teve sua construção finalizada pelo Ibama, a história do navio está conectada com uma longa parceria com universidades, centros e apoio à gestão de unidades de conservação.
A atuação principal do navio é na região Sudeste e Sul do Brasil, pois está vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL/ICMBio). Dispõe de instalações para conduzir seis tripulantes e dez pesquisadores em áreas de alto mar e em áreas costeiras e abrigadas.
O nome do navio de pesquisa, Soloncy Moura, é uma homenagem a Soloncy José Cordeiro de Moura, que foi um dos membros de maior destaque da comunidade científica nacional e teve grandes contribuições para a pesca brasileira. Soloncy foi diretor do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil (PDP/SUDEPE), que foi desenvolvido entre as décadas de 1980 e 1990.
Os pesquisadores do ICMBio Alcatrazes trabalham na retirada de coral-sol (Foto abaixo), espécie invasora que ameaça vários tipos de peixes e outros organismos marinhos e em estudos para entender biologia de reprodução como objetivo de reduzir ou impedir a reprodução desta espécie de coral no arquipélago de Alcatrazes.
Alcatrazes
Alcatrazes é um arquipélago brasileiro, localizado aproximadamente 35 km ao sul de São Sebastião. É protegido pela Estação Ecológica Tupinambás (ESEC Tupinambás) e pelo Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (Refúgio de Alcatrazes) possuindo uma área de 67.409 hectares, ou seja, a maior área marinha de proteção integral das regiões Sul e Sudeste do país. A área do Refúgio abrange todo o arquipélago dos Alcatrazes, composto por suas ilhas (com exceção da ilha da Sapata e daquelas já protegidas pela ESEC Tupinambás) e expressivo entorno marinho.
O arquipélago possui ampla biodiversidade onde foram identificados até o momento na ESEC e no Refúgio 1.292 espécies, entre flora e fauna, com, pelo menos, 93 delas sob algum grau de ameaça. O levantamento através de expedições revelou 320 espécies de flora, 103 espécies de aves, 259 espécies de peixes, 465 invertebrados bentônicos, 9 espécies de herpetofauna terrestre, duas espécies de tartarugas marinhas, 10 espécies de mamíferos marinhos, 64 espécies de macroalgas e 60 espécies de invertebrados terrestres. Dentre todas as espécies identificadas, 20 são consideradas endêmicas e 20 são consideradas exóticas.