A retirada dos corpos ocorreu na manhã deste sábado, dia 13, por terra; mau tempo no local prejudicou o sobrevoo de helicópteros
Os corpos das quatro vítimas do acidente de helicóptero em Paraibuna, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, foram retirados da área de mata na manhã deste sábado (13). Devido ao mau tempo, que impossibilitou o sobrevoo dos helicópteros, o resgate dos corpos foi feito por terra por equipes de policiais militares e dos bombeiros. Os corpos estão sendo encaminhados ao IML(Instituto Médico Legal) de São José dos Campos, no Vale do Paraíba.
A remoção dos corpos foi feita após a conclusão dos trabalhos realizados ainda na tarde e noite de ontem, sexta-feira(12), pelos peritos da polícia civil e da polícia cientifica, que também chegaram até o local por terra. Os destroços foram localizados nas proximidades do bairro do Pinhal, zona rural que fica a cerca de 10 quilômetros do centro de Paraibuna. As equipes usaram veículos para percorrer estradas de terra e fizeram uma caminhada a pé de cerca de 3 quilômetros até chegar ao local do acidente.
Segundo informou na manhã deste sábado(13), a capitão Natália Giovanini, do Comando de Aviação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o tempo permanecia chuvoso e encoberto no local da queda da aeronave e isso impediu o uso das aeronaves na retirada dos corpos. Segundo ela, foi usado o plano B, retirar os corpos por terra, através de uma trilha e estrada de terra. Os corpos estão sendo levados pata o IML de São José dos Campos.
As investigações sobre a responsabilidade do acidente serão feitas pela polícia civil de Paraibuna e Jacareí, cidades do Vale do Paraíba. As investigações sobre as causas da queda da aeronave serão feitas por peritos do Cenipa(Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Com a remoção dos corpos, todos eles, foram encontrados próximo aos destroços da aeronave, devem ser iniciados os trabalhos do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para apurar as causas do acidente com o helicóptero Robinson modelo 44 ocorrido no dia 31 de dezembro durante voo entre a capital paulista e a cidade de Ilhabela, no Litoral Norte Paulista.
A Aeronáutica ainda avalia se os destroços do helicóptero Robinson 44 serão retirados pelo ar ou por terra. Tudo vai depender das condições climáticas. O que se sabe é que todos os destroços serão levados até o aeroporto de São José dos Campos de serão analisados pelos peritos da aeronáutica para tentar identificar as causas do acidente da aeronave no dia 31 de dezembro.
As investigações serão realizadas por profissionais do Seripa IV (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Eles vão analisar o local do acidente, os danos sofridos pela aeronave e também, os danos causados pela aeronave no local, as condições do motor e dos equipamentos. Não existe um prazo definido para a conclusão da investigação que durar até 90 dias.
.
Acidente
Ainda não se sabe o que teria causado a que do helicóptero Robinson 44(Foto acima) que deixou o Campo de Marte no início da tarde do dia 31 de dezembro com três ocupantes e o piloto em direção até a cidade de Ilhabela no Litoral Norte Paulista.
A aeronave enfrentou dificuldades para cruzar a Serra do Mar devido a falta de visibilidade. Suspeita-se que o piloto, após entrar em contato com o heliponto de Ilhabela e informar a dificuldade para transpor serra optou em seguir até Ubatuba para abastecer a aeronave e retornar até a capital paulista.
O piloto chegou a pousar a aeronave em uma área próxima a represa de Paraibuna e em seguida, teria decidido retornar até o Campo de Marte. A queda da aeronave teria ocorrido cerca de 10 minutos após o pouso próximo a represa de Paraibuna.
O helicóptero caiu em uma mata fechada a cerca de 10 quilômetros do centro de Paraibuna. Os destroços foram localizados a 100 quilômetros do Campo de Marte, de onde a aeronave decolou no dia 31 de dezembro e pretendia retornar no dia do acidente, e a 42 quilômetros de Ilhabela, cidade para onde seguia no dia 31.
A notícia do desaparecimento da aeronave ocorreu na noite do dia 31 pela Aeronautica. Como a aeronave não pousou em Ilhabela e nem retornou ao Campo de Marte, foi dada como desaparecida. Segundo informações, a aeronave teria peido contato com os radares do Campo de Marte quando tentava transpor a Serra do Mar no trecho que fica entre a represa de Paraibuna e a serra de Caraguatatuba.
Uma base de rádio (torre de transmissão) de aparelhos celulares localizada no km 54 da rodovia dos Tamoios captou as ligações feitas pelo piloto com o heliponto de Ilhabela e pelos ocupantes com familiares. Durante onze dias, as buscas foram prejudicadas pelo mau tempo na região.
O serviço de inteligência das polícias civil e militar do estado de São Paulo elaboraram uma estratégia para tentar localizar a aeronave a partir dos sinais de celulares captados pela torre da Tamoios.Foram programados voos mais baixos e em velocidade mais reduzida sobre a Serra do Mar. E, isso deu certo. A aeronave foi localizada às 9h15 desta sexta-feira(12).
Vítimas
O que seria um simples bate e volta de helicóptero entre a capital paulista e a cidade de Ilhabela na véspera do Ano Novo acabou se transformando em uma tragédia. Todos os quatro ocupantes do helicóptero acabaram morrendo no acidente. Conheça detalhes das quatro vítimas:
Raphael Torres de Oliveira tinha 41 anos e era proprietário da empresa Comexpharma Assessoria, Comércio, Representação, Importação e Exportação de Medicamentos. O empresário era amigo do piloto do helicóptero e convidou as outras duas passageiras para o voo que iria para Ilhabela.
Luciana Rodzewics tinha 46 anos e era empresária e vendedora. Ela era amiga de Raphael havia cerca de 20 anos e foi convidada por ele para voar rumo ao litoral norte na véspera do Réveillon. Ela tinha uma loja de roupas femininas chamada Mund Girls.
Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, filha de Luciana, tinha 20 anos e era dona de um salão de manicure na zona norte de São Paulo.
Cassiano Tete Teodoro era o piloto da aeronave. Tinha 44 anos e teve a licença e as habilitações cassadas em setembro de 2021 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por “condutas infracionais graves à segurança da aviação civil”. A Anac diz que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida. Ainda de acordo com a agência, “em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)”.