Litoral norte paulista e sul-fluminense possuem 4.063 quilombolas e 2.717 indígenas

IBGE atualizou populações a partir de dados do Censo 2022;  cidades do  litoral norte paulista( 1.495) e do sul fluminense (1.222) possuem 2.717 indígenas e 4.063 quilombolas, sendo 1.371 deles em Ubatuba

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou o total das populações de indígenas e de quilombolas no país, a partir dos dados das últimas apurações do Censo Demográfico 2022. A população indígena no país é de 1.694.836, ou seja, 1.301 a mais do que os 1.693.535 da primeira apuração, divulgada em agosto deste ano. 

Já a população quilombola é de 1.330.186, isto é, 2.384 a mais do que os 1.327.802 da primeira apuração, divulgada em julho deste ano pelo IBGE.

Litoral Norte e sul-fluminense

O Litoral Norte conta com uma população de 1.504 indígenas em suas quatro cidades.

No Litoral Norte, apesar de existirem aldeias guaranis apenas em São Sebastião e Ubatuba, a população indígenas também pode ser encontrada nas cidades de Caraguatatuba e Ilhabela.

Segundo o Censo 2022, Ubatuba possuí a maior população indígenas do Litoral Norte. Dos 92.980 habitantes, 643 deles são indígenas ou seja, 0,69% dos moradores da cidade.

Ubatuba possui três aldeias guaranis: aldeia Guarani Mbya da Boa Vista, localizada no bairro Prumirim; a aldeia Rio Bonito (Yakã Porã) localizada na Casanga; e, a aldeia Renascer (Ywyty Guaçu), localizada no bairro do Corcovado.

Em São Sebastião, que possui uma aldeia, a do Rio Silveira, na Praia de Boraceia, divisa com Bertioga, o censo apontou que dos 81.840 habitantes, 478 deles, ou seja 0,60%, são indígenas. Caraguatatuba aparece no censo 2022 com 262 indígenas entre os 134.875 moradores, ou seja, 0,24% da população. Ilhabela, com uma população de 34.934 habitantes tem 112 indígenas, ou seja, 0,32% dos moradores da cidade.

Sul fluminense

 

Entre as cidades da costa sul-fluminense, Angra dos Reis com 167.418 habitantes possui uma população de 704 indígenas, ou seja, 0,42% dos moradores. Em Paraty, dos 44.872 moradores, 518 deles são indígenas, ou seja, 1,15% da população.

Quilombolas

Ubatuba, é a que possui atualmente maior população quilombola entre as cidades do litoral norte paulista e sul-fluminense, Segundo o IBGE, dos 92.980 moradores da cidade, 1,5% deles, 1.371 pessoas, são quilombolas.  Ubatuba possui quatro quilombos: Caçandoca, Camburi, Fazenda Picinguaba e Sertão de Itamambuca. Não houve registro de população quilombola em Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Bertioga, municípios que integram o litoral norte paulista.

No litoral sul-fluminense, foram constatadas população quilombolas em Paraty, Angra, Mangaratiba e Rio Claro. Em Angra, 0,5% da população de 167.418 pessoas, é quilombola: 852 moradores. Em Paraty, 1,7% da população atual estimada em 44.872 pessoas é quilombola: 763 moradores. Mangaratiba com 41.220 moradores conta com 929 quilombolas. A cidade de Rio Claro com 17.401 moradores conta com 148 quilombolas.

Brasil

Indígenas

Os indígenas representam 0,83% da população brasileira (203,1 milhões). E, segundo os dados mais recentes, 1,07 milhão deles vivem fora de terras delimitadas (63,25% do total), enquanto apenas 623 mil vivem nessas áreas (36,75%).

A Amazônia Legal tem 868,4 mil indígenas, ou 51,23% do total. Entre as regiões, a Norte concentra 753,8 mil deles (44,48% do total). Em seguida, aparecem as regiões Nordeste (com 529,1 mil, ou 31,22%), Centro-Oeste (com 200,2 mil ou 11,81%), Sudeste (com 123,4 mil ou 7,28%) e Sul (com 88,3 mil ou 5,21%).

O Norte também tem a maior proporção de indígenas em sua população total (4,34%), enquanto o Sudeste tem a menor (0,15%). Já o maior percentual vivendo em terras indígenas ficou com o Centro-Oeste (57,06%). No Norte, a parcela é de 42,03%.

Amazonas é o estado com maior população indígena (490,9 mil), seguido pela Bahia (229,4 mil). Roraima tem a maior proporção dessas pessoas em relação ao total de sua população (15,34%).

A terra indígena com maior população é TI Yanomami, com 27.178. Os indígenas se espalham por 4.833 municípios brasileiros, sendo que Manaus tem a maior população absoluta (71,7 mil) e Uiramutã (RR), a maior população relativa (96,6% do total dos habitantes).

Quilombolas

Livro digital que resgata receitas ancestrais de comunidades quilombolas. - Família que vive no Quilombo Sobara prepara a Sola, receita ancestral. Foto: Ricardo Alvez
Família que vive no Quilombo Sobara prepara a Sola, receita ancestral. Foto: Ricardo Alvez

Os quilombolas representam 0,66% da população brasileira. A proporção de pessoas vivendo fora de territórios quilombolas oficialmente reconhecidos é de 87,39% (1,07 milhão).

A maioria da população quilombola vive no Nordeste (906,3 mil ou 68,14% do total). No Sudeste, são 182,4 mil (13,71%), enquanto no Norte são 167,3 mil (12,58%). Com populações menores, aparecem o Centro-Oeste (com 45 mil ou 3,38%) e Sul (com 29,1 mil ou 2,19%).

Entre os estados, a Bahia tem a maior população de quilombolas (397,5 mil), mas é o Maranhão que tem a maior proporção dessas pessoas entre sua população total (3,97%).

Há presença de quilombolas em 1.700 municípios brasileiros, dos quais se destacam Senhor do Bonfim (BA), com 16 mil, Salvador, com 15,9 mil, e Alcântara (MA), com 15,6 mil. O município maranhense, aliás, tem a maior proporção quilombola no total de sua população (84,52%).

Por Agência Brasil/Edição: Lílian Beraldo

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