Cidades do litoral norte paulista se preparam para enfrentar o período das fortes chuvas

Desde o início do mês, Ilhabela conta com um super radar meteorológico móvel-transportável para monitoramento meteorológico em regiões de risco em todo o litoral paulista 

As prefeituras e as defesas civil do Litoral Norte Paulista se preparam para o período de chuvas que tradicionalmente começa em dezembro e segue até o fim de março. Este ano, em decorrência das mortes ocorridas no verão passado, 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba, as prefeituras da região, com apoio do Estado, ampliaram seus sistemas de monitoramento e de alerta, para agilizar a retirada das pessoas antes da ocorrência dos eventos climáticos

Todas as cidades já iniciaram o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) tem oficialmente teve no dia 1º de dezembro e  segue até o dia 31 de março de 2024. O plano tem como objetivo proteger a população, principalmente, aquela que vive em área de risco, como encostas de morro e as margens de rios, locais onde ocorrem deslizamentos e enchentes durante o verão. Todos os anos, de dezembro a março, as chuvas são constantes em todo o litoral paulista.

Caraguatatuba

 

Caraguatatuba investiu na compra do sistema de monitoramento Geopixel Monitor

O coordenador da Defesa Civil de Caraguatatuba, capitão Campos Junior, explico em release encaminhado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Caraguatatuba,  que o PPDC é dividido em quatro estados: observação, atenção, alerta e alerta máximo, conforme o acumulado de chuvas nas áreas de riscos. Atualmente, Caraguatatuba tem 19 áreas de risco em 54 setores.

A Defesa Civil municipal também está cadastrando todos imóveis em área de risco, obtendo nomes dos moradores, números de telefone e traçando um perfil completo do local para avaliação dos riscos, caso haja necessidade de enviar alertas diretamente para essas pessoas ou enviar socorro.

Além de avisar pessoalmente as comunidades nas áreas de risco sobre a incidência de chuvas, a Prefeitura conta com o serviço do Canal de Atendimento 156, atualmente com mais de 100 mil cadastrados. Quando há previsão de chuvas torrenciais, uma mensagem é enviada em forma de Push para o celular dessas pessoas.

A Prefeitura adquiriu em 2022 um sistema de monitoramento, o Geopixel Monitor, que fornece informações automáticas para a Coordenadoria da Defesa Civil sobre a possibilidade de eventos extremos como chuvas, tempestades, acumulado de diversas horas, índice pluviométrico, entre outras, o que monitora o órgão em suas ações.

A Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Caraguatatuba vem realizando sistematicamente ações preventivas para ampliar e melhorar a drenagem de águas pluviais em todo o município. O trabalho visa preparar os bairros para períodos de chuvas intensas, evitando assim enchentes e alagamentos.

Os principais trabalhos são desassoreamentos de córregos e valas, limpeza de canais, reparos de emissários danificados, troca de aduelas e tubulações para mais capacidade de drenagem, troca e limpeza de caixas de inspeção, entre muitas outras ações.

 

Ilhabela

Ilhabela instalou uma uma nova estação meteorológica automática

 

Na última terça-feira (12), a Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Habitação e Gestão Territorial, e a Defesa Civil instalaram uma nova estação meteorológica automática no município. Localizada no Corpo de Bombeiros da Barra Velha, na Avenida Profº Malaquias de O. Freitas, 296, a ferramenta serve para monitorar as condições de chuva e vento da região.

Desde o início do mês Ilhabela conta também com um radar meteorológico móvel-transportável,  de fabricação norte-americana, que possui 500 watts de potência, uma antena de 1,80m e alcance que se estende a 120km. Com base em estudos, foi estabelecida a localidade de Ponta da Sela, no lado leste do município de Ilhabela, como o ideal para o monitoramento inicial.

O equipamento que custou R$ 10 milhões ao estado vai ficar em Ilhabela em princípio até setembro de 2024, segundo o acordo firmado com a Defesa Civil Paulista e a Prefeitura de Ilhabela. O radar será utilizado para estudos climáticos e monitoramentos meteorológicos de interesse comum da Unesp e das autoridades governamentais.

Estação – Com a nova estação meteorológica automática, a prefeitura da ilha espera poder acompanhar as condições meteorológicas em dispositivos móveis em tempo real e, com isso, tornar mais rápido o envio de alertas para comunicar os moradores que vivem em áreas de risco. O monitoramento da cidade também é feito pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) que, em conjunto com o novo sistema, coletará informações mais precisas.

“A estação meteorológica, criada pelo Instituto BRVANT, foi colocada no Corpo de Bombeiros porque é um protótipo. Mas a ideia é que ela também seja instalada em áreas de crescimento desordenado”, explica o diretor do Departamento de Regularização Fundiária Jaderson Felipe Araújo.

De acordo com o tenente e diretor da Defesa Civil, Paulo Rodrigues Santana, com a nova estação, é possível prever tempestades e gerar alertas de alagamentos, mantendo as pessoas seguras e diminuindo o prejuízo para a cidade e o cidadão. “O primeiro verbo da defesa civil é a prevenção. Se a gente sabe que naquela região chove mais, aumentamos o monitoramento da área, bem como conversamos com os moradores, levando informação e orientação através de panfletos explicativos”, diz.

“Quanto mais estações em diferentes áreas, melhor o nosso controle. Pretendemos instalar mais estações nos pontos vulneráveis, de norte a sul da Ilhabela. São pontos que tem mostrado que chovem mais”, acrescenta. Ilhabela tem cerca de 16 áreas de risco.

 

São Sebastião

 

Prefeitura de São Sebastião realiza sete simulados nas áreas de risco

 

Sirenes – A Defesa Civil de SP concluiu na terça-feira, dia 13, a instalação da primeira sirene para alerta de temporais na vila Sahy, na costa sul de São Sebastião. O bairro foi um dos mais atingidos pelas fortes chuvas de fevereiro deste ano em São Sebastião, que resultou na morte de 64 pessoas.

Segundo informações repassadas pela Defesa Civil, a sirene  divulgará diferentes alertas dependendo caso e da gravidade do evento. Confira:

-‘A Defesa Civil informa: devido à previsão de chuva, há risco de alagamentos nessa área. Fiquem atentos’

-‘Atenção, atenção: a Defesa Civil informa a possibilidade de chuva moderada para forte nas próximas horas. Fiquem atentos’

-‘A Defesa Civil informa: estamos voltando à normalidade. Atenção moradores: ao retornaram para as suas moradias, verifiquem a ocorrência de deslizamentos. Caso necessário, liguem para a Defesa Civil: 199’

-“A Defesa Civil informa: há risco de deslizamentos nessa área. Atenção moradores: dirijam-se para locais seguros e pontos de encontro’

 

A Prefeitura de São Sebastião, por meio da Defesa Civil, realiza uma série de Simulados de Evacuação de Área de Risco’, em bairro como Vila Sahy, Juquehy, Boiçucanga, Maresia, Olaria, Morro do Abrigo e Canto do Mar. O último deles acontece amanhã, dia 18,  (segunda-feira) – Canto do Mar – Chico Soldado, com ponto de encontro Escola Municipal (EM) Professora Joana Alves dos Reis.

 

Os exercícios simulados tem como objetivo preparar as comunidades para situações de emergência como deslizamento ou escorregamento de terra, alagamentos, entre outras situações de risco. Por outro lado, a prefeitura investe em equipamentos na capacitação das equipes para evitar desastres ou minimizar seus impactos para a população.  Cerca de 10 mil pessoas vivem em áreas de risco em São Sebastião. 

 

Ubatuba

Ubatuba retirou famílias das áreas de risco

Ubatuba, segundo a prefeitura,  possuí 27 áreas de risco, onde vivem cerca de 1.500 famílias. Essas áreas vivem sob monitoramento da Defesa Civil local, entre elas, nos  bairros:   Cachoeira dos Macacos;  Vale do Sol; Alto bairro do Ipiranguinha;   Marafunda;  Bela Vista; Bairro Sesmarias; Pedreira Alta;  Sumidouro; Taquaral;  Sertão do Itamambuca e Picinguaba.

No verão passado, em fevereiro, uma criança de sete anos morreu no bairro do Perequê-Açú, após uma pedra deslizar do morro e atingir a casa da família dela durante a madrugada. O Samu foi acionado mas a crianças já estava morta. Foi a ocorrência mais grave causada pelas chuvas de verão no município.

Uma das iniciativas mais drásticas para proteger quem vive em área de risco em Ubatuba ocorreu no final de novembro, quando a justiça determinou a retirada de 173 famílias que ocupavam o Morro do Fórum. A justiça entende que o local é área de risco e determinou a retirada das famílias antes do período das fortes chuvas. Boa parte das famílias, sem ter para onde ir, foi alojada, precariamente,  no ginásio de esportes da Prefeitura.

A prefeitura busca áreas para construir moradias para as famílias retiradas ou que ainda vivem nas áreas de risco. Na última terça feira (12), o executivo conseguiu que o legislativo aprovasse em regime de urgência especial, o Projeto nº 88/23, do Executivo, que autoriza a Prefeitura a alienar dois terrenos, mediante doação ao Fundo de Arrendamento Residencial -FAR- da Caixa Econômica Federal, para fins de construção de moradias no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida. Tais áreas ficam no bairro da Estufa II e, embora ainda não confirmada a quantidade, fala-se em cerca de 150 casas a serem erguidas ali.

A prefeitura, através da Defesa Civil, também, se prepara para a temporada das chuvas. Wagner Lopes Pego, Diretor de Gestão de Defesa Civil e os agentes Rosemeire Viana Tenório de Albuquerque, Paulo Cesar Felix Fernandes e José Carlos Oliveira de Souza, estiveram na última quinta-feira(14), na capital paulista, no lançamento da campanha “SP Sempre Alerta”.  A campanha tem o objetivo de alinhar as medidas tomadas pelo Estado com as ações municipais.

Entre as estratégias apresentadas, destaca-se a implementação de novas sirenes de alerta em áreas vulneráveis, incluindo regiões com histórico de inundações e deslizamentos. Além disso, foi revelado um novo sistema de monitoramento meteorológico capaz de rastrear tempestades e rajadas de vento ao longo da costa paulista.

A iniciativa busca simplificar a compreensão dos riscos para a população, classificando as ações com as cores verde, amarela e vermelha, correspondentes aos diferentes graus de perigo. Para isso, serão utilizados diversos meios de comunicação, como faixas, folhetos, cartilhas e conteúdo multimídia, para educar e informar sobre medidas preventivas diante de desastres climáticos. Uma das novidades destacadas foi o programa de SMS que será emitido para a Defesa Civil do Estado, direcionado aos moradores em áreas de risco, garantindo que informações cruciais sejam compartilhadas rapidamente.

 

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