Ressaca derruba coqueiros na praia Martim de Sá em Caraguatatuba

A forte ressaca que atinge as praias de Caraguatatuba, no litoral norte paulista, tem colocado em risco os coqueiros instalados na Praia Martim de Sá, a mais conhecida e frequentada da cidade.

São cerca de 120 coqueiros, a maioria, com as raízes expostas e sujeito a queda. Ontem, um enorme coqueiro que existia próximo ao quiosque Canto Bravo, caiu, após ser atingido pelo avanço da maré. Há alguns dias atrás, outro coqueiro também foi derrubado pelo avanço da maré no mesmo local.

 

Coqueiros estão com as raízes expostas, sujeito a queda

 

A Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Serviços Públicos (Sesep), fez a retirada do coqueiro que foi derrubado pela força da ressaca ocorrida no final de semana.

Segundo a prefeitura, as últimas ressacas que atingiram a faixa litorânea de Caraguatatuba arrastaram grande quantidade de areia das praias, deixando muitas árvores com as raízes expostas, em especial os coqueiros da praia Martim de Sá.

De acordo com a prefeitura foram necessários cinco funcionários que utilizaram uma retroescavadeira e um caminhão trucado na operação. Segundo informou a prefeitura, não havia como fazer o replantio do coqueiro. Os trabalhos devem ser encerrados no mesmo dia.

Todas as vezes que a ressaca atinge os coqueiros na praia, a prefeitura coloca areia para não deixar as raízes expostas e impedir que a planta caía e atinja banhistas.

Após as ressacas, prefeitura cobre com areia as raízes expostas

Segundo técnicos da Embrapa, o ideal é que os coqueiros sejam retirados da orla e replantados em outras áreas. A recomendação é feita pelo pesquisador Humberto Fontes, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), especialista em cultivo e em pragas de coqueiros.

Encaminhamos ao pesquisador, por e-mail, as informações e fotos dos coqueiros que existem na orla da Praia Martim de Sá com raízes expostas e aqueles com “afunilamento de estirpe”.

Segundo o pesquisador Humberto Fontes, o coqueiro é uma planta que apresenta predominantemente raízes superficiais, concentrando-se até 1 m de profundidade, sendo que lateralmente, alcança em média, um raio de 2 m a partir do estipe. Nas primeiras camadas de solo predominam raízes secundárias e as radicelas, sendo estas mais finas e maiores responsáveis pela absorção de água e nutrientes. As raízes primárias, apresentam maior diâmetro, e ocorrem em menor percentual, sendo responsáveis pela fixação da planta, podendo alcançar em torno de 3 m de profundidade.

“Com relação ao assoreamento observado de coqueiros à beira da praia, conforme citado, há pouco o que se fazer. Esta situação é recorrente em praias do Nordeste, e na maioria das situações as plantas conseguem sobreviver, embora com baixa capacidade de produção de frutos”, explicou Fontes.

Segundo o pesquisador, “uma opção seria o transplante destas plantas para outro local, embora esta seja uma alternativa dispendiosa que exige muito cuidado, para preservar raízes eliminando também parte das folhas e cachos. Deve-se considerar também o estado geral do coqueiro para justificar esta operação”. Com relação ao “afunilamento do estipe”, o pesquisador informou que este é um sintoma típico de plantas sob estresse hídrico e nutricional, conhecido também como “ponta de lápis”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *